Atriz. Cineasta. Roteirista. Diretora. Produtora. Escritora. Militante política e feminista. Formadora de opiniões. Quebradora de Tabus. Maravilhosa. It’s Lena.

Lena Dunham nasceu no dia 13 de Maio de 1986 em New York e cresceu na mesma cidade, ela é filha de Carroll Dunham, um pintor protestante que já fez algumas pontas como ator, e Laurie Simmons, uma fotografa e designer judia que também já fez alguns poucos trabalhos como atriz, e irmã mais velha de Grace Dunham, escritora, ativista e meio atriz.

A mesma exerceu seu dom de escrita em sua auto biografia ”Not That Kind of Girl: A Young Woman Tells You What She’s Learned” lançado em 2014, abrasileirado como ”Não sou uma dessas”. No livro a atriz relata uma infância complicada, com problemas sérios para dormir, medos irracionais e ansiedade, tanto que, ainda criança a mesma já havia passado por diversos terapeutas até ser diagnosticada com transtorno obsessivo compulsivo, o que deu início a uma vida inteira regada a pequenas doses de antidepressivos para se manter no controle.

Ainda na infância, Lena sempre foi uma criança gorda, curiosa e faladeira que quase não tinha amizades, detestava a escola e o seu ensino regular, passando ainda por algumas situações que fortaleceram ainda mais a sua antipatia, até que foi transferida para uma escola de ensino alternativo que prezava pela liberdade e pelas manifestações artísticas dos alunos, âmbito onde ela se encontrou. A adolescência se mostrou uma fase ainda mais complicada do que a primeira idade, período em que ela começou a se descobrir, corporal e mentalmente, e a concretizar uma personalidade ousada e cheia de opiniões; foi estudando Escrita Criativa na Universidade de Oberlin que Lena se encontrou de vez, de acordo com o seu livro, a mesma passou por experiências sexuais que foram de oito a oitenta, algumas engraçadíssimas e outras que beiravam a clara violação.

Foi numa crise pós faculdade que Lena deu início a sua carreira no meio artístico, numa série de vídeos caseiros que escreveu e atuou em conjunto com duas amigas, Delusional Downtown Divas foi uma produção simples e meio amadora que acabou ganhando um certo reconhecimento ao ser convidada a apresentar seus episódios numa pequena galeria bastante lotada. A partir daí Dunham embarcou de vez no mundo cinematográfico por ambos os lados da câmera, produzindo, dirigindo e atuando, a ascensão e o real reconhecimento chegaram com o seu filme Tiny Forniture, produção onde atuou com a mãe e a irmã, sendo premiada como Melhor Longa Metragem de Ficção no festival texano South by Southwest, o que o levou a ser exibido em diversos outros festivais cinematográficos.

No inicio de 2012 a HBO deu sinal verde para a produção de Girls que teve os seus primeiros episódios exibidos no mesmo festival texano supracitado e foi alvo de criticas positivas, a primeira temporada teve inicio em abril do mesmo ano. A série foi criada por Lena Dunham e é estrelada pela mesma e produzida por Judd Apatow, o show retrata as alegrias e desventuras de quatro jovens na cidade de New York, são elas, Hannah Horvath (Lena Dunham), mimada e imatura aspirante a escritora que é forçada a se manter sozinha quando seus pais retiram sua ajuda financeira;  Marnie Michaels (Allisson Williams), certinha e estável recepcionista de uma galeria de artes; Jessa Johansson (Jemima Kirke) descolada, viajada e aparentemente bem resolvida; e Shoshanna Shapiro (Zosia Mamet) estudante ingênua e meio infantil.

 Personagem: Hannah Hovarth

Claramente um alter ego da sua intérprete, Hannah Hovarth não se caracteriza como um personagem gostável assim de cara, a mesma fala demais, é chata e força a barra em algumas situações, não é lá uma amiga muito boa, insistente e incisiva de uma maneira ruim, imatura em diversos momentos, péssima ouvinte, egoísta, enfim, os defeitos são longos, contudo, quem de nós, jovens desta geração Y, não nos assemelhamos com pelo menos uma destas detestáveis características!? É complicado admitir, mas é a mais pura realidade.

O pior de Hannah acaba se tornando o seu melhor, entre as quatro amigas foi ela quem claramente se desenvolveu da melhor forma, foram praticamente quatro temporadas dando cabeçadas e insistindo nos erros até que ela se libertasse das amarras que colocou em si mesma em todos os âmbitos da sua vida, no trabalho como escritora, em seu relacionamento incomum, no contexto familiar e nas amizades.

Tentando se reinventar algumas de suas ”amáveis” características permanecem, afinal, fazem parte de quem ela é, e em meio a erros e acertos a personagem encontra sua ascensão num ponto que parece divisor de águas no final da quinta temporada da série, quando imersa em situações maiores do que ela mesma, o que a força a de fato crescer como pessoa.

A mensagem passada por Hovarth, sua trajetória e história, transcendem o status simples da vida de um personagem. Hannah é a personificação desta geração de jovens que se desenvolvem e encaram a verdade nua e crua do mundo bem mais tarde e de maneira bem diferente e imatura do que antes, que se envolvem em relacionamentos amorosos confusos e deturpados, aliás, a série inteira é a respeito deste conceito, acerca da instabilidade emocional e empregatícia, o egocentrismo e a autoconfiança exacerbados, e, acima de tudo, uma geração de recém adultos e graduados que não conseguem arranjar nada acima de um estágio com pouca ou sem nenhuma remuneração, ou atuam numa área completamente diferente do que aquela em que se graduou. E esta é a mais pura realidade!

E quanto a vocês, acham a Lena e a Hannah tão incríveis quanto eu? Não deixem de comentar!