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Por que Survivor é melhor do que No Limite?

Por: em 16 de setembro de 2009

Por que Survivor é melhor do que No Limite?

Por: em

Survivor No Limite

A cobertura de No Limite acabou aqui no blog, mas o formato do reality show continua firme e forte. A prioridade agora é a volta da versão original do programa, que nessa próxima quinta estreia sua 19ª temporada nas ilhas pacíficas de Samoa (Conheça aqui os 20 participantes dessa edição). Se mais de um “Survivor” ao mesmo tempo é demais pra você, aí vão alguns motivos pra largar a versão nacional e começar a acompanhar um dos mais bem sucedidos reality shows americanos atualmente.

:: Cast ::

Não vou ser fanboy a ponto de falar que todos os participantes de Survivor colocam os de No Limite no chinelo. Eu ainda não tive oportunidade de assistir às primeiras temporadas da versão americana do programa, e provavelmente no começo os participantes não eram tão bons assim (Ou eram, às vezes ouço bons comentários). Mas com essas 18 temporadas pra aprender a fazer uma boa escolha (o próprio Boninho falou no Twitter que assistiu a todas essas temporadas), mais as outras 3 nacionais (afinal, só copiar o estilo de participantes dos EUA também não funcionaria aqui no Brasil), o cast de No Limite: Ceará é mediano. A Sandi foi uma excelente participante e trouxe alguns (poucos) momentos até melhores do que eu já assisti em Survivor, mas é só. Eu não consigo torcer pra nenhuma das outras pessoas. Nem com a edição elas estão conseguindo parecer interessantes o suficiente pra me manter de frente pra TV. Ou talvez a própria edição seja o problema, mas isso é assunto pra mais a frente. Vamos falar de música agora.

:: Trilha Sonora ::

A trilha sonora de Survivor tá longe de ser um dos fatores que mais me chama a atenção no programa. Porém, as músicas escolhidas, apesar de serem basicamente iguais em várias edições e em vários episódios, se encaixam perfeitamente na proposta do reality show. Já as músicas-tema de No Limite simplesmente não combinam com a ideia de sobreviventes lutando pra conseguir se manter em condições precárias. Como no começo dessa edição a intenção era praticamente fazer uma releitura de BBB no meio mato, as músicas até que faziam algum sentido naquele contexto, mas o programa evoluiu e a trilha acabou ficando pra trás, perdida. Se em duas semanas eu já tava de saco cheio, agora depois de quase dois meses de programa, eu realmente não aguento mais ouvir “My Time Will Come“.

:: Apresentação ::

Survivor No Limite Jeff Probst Zeca Camargo

Essa é incomparável. Eu juro que não sabia que o Zeca Camargo era um apresentador tão ruim – pelo menos no ‘Fantástico’ eu nunca tinha reparado nisso. Talvez ele tenha percorrido um caminho inverso e acabou conseguindo piorar com o tempo, vai saber… O que importa é que o comando do reality nas mãos de Jeff Probst na versão americana é infinitamente melhor. Mais seguro, mais caristmático, mais inteligente na hora de falar com os participantes. E o que eu acho mais incrível é que depois de DEZOITO temporadas apresentando Survivor, eu não vejo ninguém falar que quer um apresentador diferente na frente do programa. Talvez o fato de lá os Tribal Councils (Portais) serem gravados acaba facilitando o trabalho de Jeff, mas os Reunion Shows ao vivo no final de cada temporada provam que a gravação e a edição não são desculpas suficientes pra que Zeca Camargo mantenha uma postura tão fraca comandando o No Limite. Principalmente após já ter ocupado essa função em outras 3 oportunidades.

:: Edição ::

A edição dita o ritmo de qualquer programa, seja ele qual for. Em reality shows a coisa pode ainda ser mais complicada, porque são filmagens praticamente 24 horas por dia, e decidir aquilo que deve ser levado ao ar requer um trabalho imenso. Por No Limite estar sendo exibido em tempo real, o prazo de trabalho pra que eles realizem a edição é muito menor, e as consequências disso ficam claras. Principalmente no começo do programa, era tudo muito mal organizado, os episódios não tinham um foco a seguir, e no meio daquela bagunça ficava impossível se empolgar com qualquer um dos participantes. Em Survivor, a edição quase sempre consegue favorecer as coisas mais interessantes que acontecem na tribo e cria a tensão necessária pra que a gente assista ao Tribal Council empolgado com a votação prestes a acontecer. Pegando o próprio Survivor Samoa de exemplo: a temporada começa nessa quinta feira, mas as gravações já estão finalizadas desde julho! É um tempo muito maior pra se pensar em como orientar o reality e fazer daquelas 40 minutos um entretenimento muito mais divertido.

:: Tribal Council / Portal ::

Survivor Ken Bob

O Tribal Council e o Portal têm ligação direta com os dois últimos itens. Primeiro porque a apresentação é fundamental pra colocar os participantes (e a gente) no clima de tensão relativa à eliminação logo em seguida. Segundo porque o fato de, em Survivor, os Tribal Councils serem gravados ajuda muito pra que o Jeff tenha mais segurança na hora de conversar com os castaways, e pra que a edição tenha a possibilidade de extrair com calma os melhores momentos do que aconteceu ali. Em No Limite, a conversa com os participantes é praticamente nula, e as perguntas de Zeca Camargo são das mais clichês possíveis. Além disso, a votação ao vivo é um saco, ainda mais quando o programa tava cheio de gente. Assistir a mais de 10 votações, ao vivo, com aquelas justificativas óbvias e vazias (“Tô votando nessa pessoa porque é a melhor estratégia“, “Tô votando nessa pessoa porque a gente teve atritos no acampamento“…) não é nada divertido. E quanto ao Júri, que faz parte do Final Tribal Council (Último Portal), eu conto alguns pontos a mais pra Survivor. Em No Limite, os participantes eliminados podem assistir ao programa daqui de fora, e acabam sabendo do jogo de todos os outros sobreviventes antes da votação final. É praticamente uma volta do voto popular representada na pele de uma dúzia de pessoas. (Em Survivor, os eliminados que fazem parte do Júri ficam numa locação isolada, a ‘Ponderosa‘, sem poder ter contato nenhum com as estratégias dos que restaram no acampamento)

:: Cenário ::

Esse pode ser frescura minha, mas o cenário de No Limite esse ano tá bem fraco, não tá não? Nada contra o Ceará, mas achei as locações muito abertas, muita areia, nem tão bonito assim… Survivor também já teve locações ruins: China, por exemplo, era tudo num lamaçal horrível, mas pra temporada que estreia essa semana, o programa original americano promete ter um dos melhores cenários já vistos. Samoa parece ser lindíssima. Não que a beleza de um lugar influencie diretamente no jogo e nas estratégias, mas claro que eu gosto mais de acompanhar as competições num lugar legal.

Survivor No Limite Samoa Ceará

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Ainda dá pra ser chato e puxar mais uma série de fatores que fazem de Survivor um programa bem mais divertido do que No Limite, mas também não vou ser injusto: depois da mudança de regras na versão nacional do reality show, houve uma boa melhora. Até por isso, o quesito “formato de jogo” não entrou nos tópicos aí de cima. Porém, de qualquer jeito, agora No Limite fica realmente de fora do Apaixonados por Séries, e todas as concentrações se voltam para amanhã, dia 17, quando a 19ª temporada de Survivor começa lá nos EUA. Vejo vocês nas reviews semanais.


Guilherme Peres

Designer

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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