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Preacher – 1×10 Call and Response (Season Finale)

Por: em 3 de agosto de 2016

Preacher – 1×10 Call and Response (Season Finale)

Por: em

Call and Response, mesmo com 15 minutos a mais do que o normal, conseguiu entregar um ótimo ritmo de acontecimentos, prender atenção e, o principal: Colocar um ponto final nas tramas que rodearam o ano inicial da série, abrindo as portas para o que desde o piloto já promete ser a grande trama do show: A caçada de Jesse, Tulipa e Cassidy por Deus, agora que descobriram que ele está desaparecido. No fim das contas, a impressão que fica é que esta primeira temporada na verdade funcionou como o “capítulo 0”, um grande prólogo da série que, agora, vai deslanchar.

Tulipa e Jesse

Para isso acontecer, claro, algumas coisas precisariam ser acertadas e o conflito entre Tulipa e Jesse era a primeira delas. Ouvimos a temporada inteira sobre Carlos e o assalto que deu errado e como Tulipa estava determinada em se vingar, enquanto Jesse preferia deixar essa parte em seu passado. Agora, finalmente assistimos ao que aconteceu em flashbacks e tudo fez sentido. Carlos não foi responsável só por abandonar os dois, foi também o culpado por um aborto que Tulipa sofreu. Essa nova informação dá uma dimensão muito maior a toda a questão; explica porque Tulipa aparece meio relutante com Jesse, porque ela tem muito mais desejo de vingança do que ele e porque ela tanto queria a presença de Jesse na vingança. Não chega a ficar claro, mas acho que dá pra subentender que o pai da criança era o preacher. (Se eu perdi algo sobre isso, por favor, me falem nos comentários).

E que a relutância tenha durado até metade desse episódio mostra que, de fato, Jesse começou a refletir sobre suas ações e o impacto direto dela na vida das outras pessoas. Mas no fim das contas, é de Tulipa que estamos falando e por ela, ele jurou que iria até o fim do mundo. O momento em que ele, mesmo achando que não é a melhor coisa a se fazer, decide consumar a vingança contra Carlos é mais uma constatação da grande ligação que existe entre eles e que não vai ser apagada por ou outra briga ou divergência de ideias. Agora, com esse assunto aparentemente encerrado, eles podem seguir em frente.

E se metade do episódio foi dedicado a resolver a questão Tulipa x Jesse x Carlos, os outros momentos foram divididos entre tramas secundárias, como o xerife descobrindo que Cassidy é um vampiro e tendo uma conversa bem interessante com ele e a esposa de Donnie desconfiando de sua nova reação perante Jesse, dois momentos que pareciam aleatórios, mas convergiram no principal acontecimento: O desfecho da “aposta” entre Jesse e Odin, com “Deus” em carne e osso (?) aparecendo na igreja. 

Deus preacher

A cena em que a falsa representação de Deus (aparentemente um anjo controlado por outros) aparece é ótima e consegue cumprir toda a expectativa que o episódio estava construindo (com direito até a cronômetro na tela pro tempo que faltava!). Além de desde o primeiro momento a situação soar bastante fake (mesmo que tivesse sido bem legal ver um Deus tão… zoeiro. Ao menos diferente do padrão apresentado em séries de fantasia que o usam como personagem), o momento traz várias reflexões interessantes, especialmente pelo modo como todos se colocam diante de uma entidade como essas. Na hora H, o que todo mundo quer é ser salvo, independente do que tenha feito e é isso que eles tratam de pedir imediatamente. O problema é que Deus está… desaparecido.

A notícia cai como um impacto e é bem interessante ver como todos reagem de maneira diferente à situação. De um jeito ou de outro, todos que estavam ali presentes, acreditavam ao menos um pouco em Deus e na máxima de que ele estava sempre olhando por todos eles. Saber, então, que o Todo-Poderoso está desaparecido e que, em alguma visão, pode tê-los abandonado, é realmente de levar alguém a loucura e o momento em que todos começam a se enfrentar/se matar na igreja mesmo é a prova de que, lá no fundo, o que ainda mantém um pouco de sanidade é a crença da maioria de que existe algo maior que todos nós (seja isso um deus ou não). Sem esse acreditar, o que resta é o caos, como aqui assistimos. Sentindo-se abandonados, aquelas pessoas não tinham mais nada a que se agarrar.

explosão preacher

Se a explosão que a TV noticia no final, que dá a entender que todos da cidade morreram, teve algo a ver com isso, o episódio não deixa claro, mas eu apostaria que sim. E foi exatamente isso que me deu a ideia de que o que vimos até aqui foi um tipo de prólogo. A temporada serviu para nos apresentar as figuras de Jesse, Cassidy, Tulipa e todas as suas ideias e conceitos e, pra isso, era preciso um pano de fundo, como o da cidade. Agora, com os personagens e suas personalidades já estabelecidas, saindo em uma road trip à procura de Deus, com o Santo dos Assassinos saindo do inferno e Jesse prometendo que vai achar uma forma de tirar Eugene do inferno, a história vai de fato começar. E eu mal posso esperar pra ver onde ela vai dar.

De modo geral, foi uma boa temporada. Poderia ter sido melhor, se tivesse começado menos confusa e mais organizada, mas foi um ano satisfatório, que serviu para introduzir os personagens e suas histórias. Acredito que o potencial é grande e o ano que vem pode ser incrivelmente superior em qualidade. É o que eu torço.

Obrigado a todo mundo que acompanhou e comentou por aqui. A gente se vê por aí!

Outras observações:

— Tulipa descobrindo o que era a Genêsis: Melhor cena.

— E os anjos, qual será o papel deles ano que vem?

— Será que realmente não sobreviveu ninguém da cidade?

— Nunca mais verei carne moída da mesma forma, Odin. Thanks for nothing.

 


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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