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Camp

Por: em 17 de julho de 2013

Camp

Por: em

Estreou na última quarta-feira, dia 10 de julho, a dramédia Camp, no canal americano NBC, que podemos julgar como 40 minutos sem pensar em absolutamente nada. Uma mistura de Malhação com Camp Rock – talvez isso seja o que melhor pode definir a série. Parecia que eu tinha ligado minha TV no Disney Channel e  estava vendo uma daquelas séries para adolescente (só que claro com umas tiradas um pouco mais pesadas). Foram clichês e mais clichês, personagens rasos e uma trama para lá de previsível. Depois de alguns anos vendo séries, algumas coisas saltam aos nossos olhos e não tenho como falar que essa série é boa. Mas vejam bem, também não chega a ser ruim. Só é aquele tipo de série que se você ligar a TV e estiver passando, você deixa. Se não ver, também não sente falta.

camp trio

A série conta o drama da vida de Kip Wampler (Thom Green), um garoto que está de mal com a vida depois de descobrir que tem leucemia. Forçosamente, seu pai o empurra para ser monitor nesse acampamento familiar de verão, para que, quem saiba, o filho mude um pouco de perspectiva e dê alguns novos significados a tudo que está vivendo. Só que a contradição entre o menino e o lugar são gritantes – tudo ressaltado pela sua roupa meio gótica e seu gênio forte. Mas de repente, não mais que de repente, ele se vê no meio de tudo aquilo e, por mais que relute um pouco, acaba se enturmando e curtindo o lugar (o que claramente ia acontecer). O personagem é puxado para algumas situações que tentam ser cômicas, mas são bobas demais, o que acaba não convencendo nem um pouco. Volto a tocar no ponto dos personagens serem rasos: nem mesmo o momento em que descobrimos que o personagem tem leucemia consegue ser convincente o suficiente para você se apegar a tudo que ele está passando. Todo o hype em cima do carpe diem que ele tenta colocar para Mack (coordenadora/dona do acampamento) soam extremamente forçados e são praticamente esquecidos em todos os outros momentos do episódio.

Junto com Kip, dois outros personagens dividem os holofotes da série: Buzz (Charles Grounds) e Marina (Lily Sullivan). Buzz é o filho de Mack e enfrenta a separação dos pais aparentemente muito bem. O personagem é claramente a desvio cômico do seriado, porém, como todo o resto, soa forçado em muitos momentos. É o típico adolescente deslumbrado com sexo que planeja que sua primeira vez seja melhor que um filme pornô. Tentam colocar ele em situações embaraçosas com outros personagens e até abordar determinados preconceitos em cima de sua personalidade, porém tudo muito rápido e com pouco cuidado. Marina, por sua vez, é uma garota com um passado no mínimo constrangedor. Não tenho muita certeza, mas acho que ela acabou mostrando os seios em um documentário feito na sua escola e por isso acabou denegrindo completamente sua imagem – vendo no acampamento a chance de recomeçar. Fica claro também, desde o primeiro minuto, que ela e Kip se envolverão. Mas a personagem é só isso mesmo. Apesar de parecer importante, ela pouco aparece e, quando o faz, não mostra muita importância em sua presença.

CAMP -- "PILOT" -- Pictured: Rachel Griffiths as Mackenzie "Mack" Granger -- (Photo by: Vince Valitutti/NBC)

Temos também alguns dos monitores do acampamento que parecem ter algum destaque, mas que a trama é mal trabalhada ao ponto de esquecer problemáticas que levantou minutos antes. Robbie (Tim Pocock) e Sarah (Dena Kaplan) estão incluídos exatamente nesse caso. Eles parecem se envolver todo verão quando estão juntos no acampamento, se afastando por todo o resto do ano. Só que aparentemente isso não faz bem para Sarah. Por um acaso do destino, eles estudarão na mesma faculdade agora e isso faz Sarah surtar, porque ele deveria ter comunicado a ela que isso aconteceria, que essa aproximação em período integral podia acontecer. Minutos depois dela surtar, eles estão bem de novo. Sem uma conversa, sem nada. Estão juntos e tudo é deixado para trás. Ah, ela conhece também um escritor que com certeza será um terceiro vértice para um futuro triângulo amoroso, mas a situação é tão bobinha que eu vou deixar de lado e seguir em frente.

Agora o que me admirou mesmo foi ver Rachel Griffiths (Brothers & Sisters) em um projeto como esse. Não que ela seja menos brilhante por isso – muito pelo contrário. Mesmo com um roteiro bem ralé, ela consegue ter alguns bons momentos e dar o exato tom que sua personagem precisa, só que o problema é que a personagem não exige nada da atriz. Uma série de tosquices e situações previsíveis que até quem nunca viu seriado já sabe no que vai dar. Para inferiorizar ainda mais a personagem, a colocam como amante do dono do acampamento rival e daí é só ladeira abaixo. Acho que o único bom momento da personagem no episódio é quando ela decide não vender seu negócio (que está em risco por conta do ex-marido) e curte o momento proporcionado por Cole (Nikolai Nikolaeff), que está completamente apaixonado por ela e ela nem percebe.

Enfim, é uma série recheada de situações facilmente premeditadas e que dificilmente ganhará espaço fixo na grade da emissora. A trama é muito precária e seus personagens rasos demais. Talvez para um entretenimento sem compromisso até sirva, mas até para isso existem séries bem melhores. Mas vai que engrena, não é mesmo? Possibilidades sempre existem porque não dá para descartar os poucos momentos engraçados do piloto. Talvez eu dê uma chance e veja o segundo episódio. Talvez não. Vamos ver o que o futuro dirá. Abaixo fica o vídeo promocional para quem ficou curioso. E, se alguém viu esse piloto, comenta comigo o que achou!

 


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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