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Primeiras Impressões: Conviction

Por: em 5 de outubro de 2016

Primeiras Impressões: Conviction

Por: em

Eu sou o primeiro a admitir que sou órfão de Agent Carter (é só olhar no meu feed do Facebook para ver quantos abaixo-assinados eu já divulguei). Mas não é por esse motivo que iria boicotar Conviction, pelo contrário, estava muito entusiasmado e divulgando para todo mundo. Portanto, ao ler as primeiras criticas – pouco favoráveis – já fui assistir com aquele peso no coração. E mais uma vez eu me convenci que não devo prestar atenção à criticas muito ferrenhas, principalmente de sites americanos (mais sobre isso ao final da análise).

Em Conviction, acompanhamos Hayes Morrison (Hayley Atwell, Agent Carter), filha de um presidente americano e advogada brilhante, que é chantageada por Conner Wallace (Eddie Cahill, CSI: NY) a integrar uma equipe que analisa casos de condenação para encontrar erros e liberar vitimas inocentes, ou retificar a condenação e afastar qualquer dúvida mantida pela mídia. Caso Hayes desista do cargo antes de 3 anos, Conner prosseguirá com o processo de posse e possível distribuição de cocaína, caso contrário, tudo será limpo de seu histórico. A CIU (Conviction Integrity Unit – Unidade de Integridade de Condenação) foi formada por Conner não apenas para fazer o bem aos injustiçados, mas para que ele tenha uma boa imagem com o publico, de modo a ajudá-lo com suas aspirações políticas.

Conviction - Hayes e sua equipe de especialistas cheia de segredos

O time é formado por profissionais de diversas áreas. Sam Spencer (Shawn Ashmore, The Following) promotor de justice e protegido de Connor, que quer assumir o comendo a CIU a qualquer preço. Maxine Bohen (Merrin Dungey, Alias e Once Upon a Time) é uma ex-policial que busca a justiça, mesmo que para isso tenha que trair seus ex-irmãos de farda. Franklin ‘Frankie’ Cruz (Manny Montana, Graceland) expert forense e ex-presidiário. E Tess Larso (Emily Kinney, The Walking Dead) paralegal e com um passado que a faz buscar a correção de condenações equivocadas.

Além de toda essa galera, ainda temos Jackson Morrison (Daniel Franzese, Looking) o irmão de Hayes e gerente de campanha de sua mãe Harper Morrison (Bess Armstrong, House of Lies) para o senado. Eu senti uma vibe Clinton nessa história toda. E estamos em ano eleitoral no Estados Unidos. Lembrem-se dessa informação.

A série não é uma novidade no âmbito de séries de investigação, mas também não chega a ser apenas mais do mesmo. A relação de Hayes com Conner dá um tom sexy a trama, assim como o ar despojado de Hayes, tratando tudo como uma brincadeira, mas ao mesmo tempo sendo brilhante. Os outros integrantes do CIU todos tem suas próprias razões obscuras para estarem no time, então teremos muitos confrontos pela frente. E ainda temos o viés político da trama. Com certeza veremos algum momento em que os interesses de Conner ou da própria mãe de Hayes estarão envolvidos na solução de algum caso.

E a estrutura de terem apenas 5 dias de investigação para apresentarem uma solução também é muito interessante. Se são casos já concluídos, não há necessidade de investigações eternas. Eu gosto disso, deixa essa parte um pouco mais compacta. Depois de sofrer com a segunda temporada eterna de How To Get Away With Murder, eu preciso de mais mini histórias interligadas por um fio condutor escondido e é isso que Conviction parece querer entregar.

Não vou comentar sobre o caso defendido nesse episódio. Se você viu o trailer estendido, você viu o primeiro episódio inteiro. E isso me deixou um pouco preocupado. Não houve muita surpresa para quem estava acompanhando. A emissora pecou nesse detalhe da divulgação, entregando muito antes do prato principal, e infelizmente a série já está sofrendo as consequências na exibição do piloto, pois a audiência foi menor do que todas as estreias de temporadas e da Series Finale da série que herdou o horário, Castle. Além da baixa crítica de sites americanos.

A série está sofrendo para alavancar audiência por diversos motivos. 1: os órfãos de Castle a estão boicotando por não aceitarem o cancelamento e substituição de sua amada série. 2: o caso foi resolvido um pouco fácil demais. Quem está acostumado com as investigações mirabolantes do CSI pode ficar um pouco desapontado. 3: Hayley Atwell, mesmo sendo a atriz maravilhosa que é, é britânica. Para o público americano aceitá-la como a filha de um presidente americano não será fácil (eu não senti quase nada de sotaque nas falas dela, mas foi uma das reclamações que li). 4: o tema da série é erro em condenações, o que envolve erros policiais. Esse é um tema muito delicado nos Estados Unidos, com forças policiais inteiras boicotando celebridades apenas por exercerem seu direito de protestar contra brutalidade policial e racismo (como por exemplo Beyoncé, pelo video de Formation). 5: a família de Hayes lembra muito os Clinton. Estamos em ano eleitoral e grande parte dos eleitores que votarão em Trump podem não assistir à série apenas por acharem que se trata de propaganda para Hilary (até o nome lembra um pouco).

Conviction - Hayes e Connor

Conviction é uma série que, em um outro momento, seria aceita como qualquer outra série de procedimentos investigativos. Porém chegou na pior hora possível e, infelizmente, pode sofrer com isso, talvez de modo irreversível. Eu espero que consigam manter uma audiência suficiente para que a ABC não desista da série, pois temos muita coisa para acompanhar, sem contar que assistir qualquer personagem interpretada pela Hayley é sempre uma delicia.

O elenco cheio de estrelas, assim como a escalação da própria Hayley, tirando-a de uma série muito bem avaliada pela crítica (#SaudadesPeggy), provam que a emissora tem grandes esperanças para Conviction. E eu estou disposto a dar mais oportunidades para mostrarem a que vieram. Eu estarei acompanhando todos os episódios e comentarei aqui no Apaixonados por Séries. Vem comigo dar uma chance para a minha diva Hayley brilhar!


E ai, o que achou dessa estreia? Vai acompanhar ou prefere usar esse tempo para ver alguma outra série investigativa? Gostou da Hayley ou ainda preferia mais Peggy? Deixe seus comentários!


Paulo Halliwell

Professor de idiomas com mais referências de Gilmore Girls na cabeça do que responsabilidade financeira. Fissurado em comics (Marvel e Image), Pokémon, Spice Girls e qualquer mangá das Clamp. Em busca da pessoa certa para fazer uma xícara de café pela manhã.

São Paulo / SP

Série Favorita: Gilmore Girls

Não assiste de jeito nenhum: Game of Thrones

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