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Primeiras Impressões: Emerald City

Por: em 8 de janeiro de 2017

Primeiras Impressões: Emerald City

Por: em

Ding Dong! A bruxa está morta!

Você curte uma sessão nostalgia? Então pode correr pois Emerald City não foi feita para você. Agora, se você quer ver uma série bem produzida, com cenários espetaculares e com personagens clássicos reimaginados de uma forma criativa e inesperada, seja bem vindo. É com essa premissa em mente que temos que assistir a nova série da NBC. Não se trata de uma nova versão de O Mágico de Oz, mas uma nova história baseada nesse universo.

Dorothy Gale (Adria Arjona, de True Detective) é uma enfermeira na cidade de Lucas, Kansas, que está em um grande conflito interno, pois sua mãe biológica voltou para a cidade. No dia do seu aniversário, ela deseja que haja algo a mais em sua vida e decide finalmente conversar com sua mãe. O que ela encontra não poderia ser mais incomum. No caminho, ventos muito fortes. Dentro do trailer, vários computadores monitorando o clima e um homem morto. Ela encontra sua mãe, ferida, dentro de um abrigo subterrâneo, que apenas pede que ela fuja antes que a polícia chegue. Lá fora, um policial a espera já com uma arma em punho, mas um tornado aparece e o leva. Dorothy não tem alternativa a não ser entrar no carro do policial que estava a sua frente, fechar a porta e torcer para sobreviver. O tornado leva o carro, mas não é no Kansas que Dorothy pousa.

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Para a estreia tivemos 2 horas de história, portanto muita coisa aconteceu. Na primeira parte, tivemos a introdução das personagens principais, assim como as explicações básicas dessa versão de Oz. Dorothy atropela a Bruxa do Leste (Florence Kasumba, de Dominion), é recebida como invasora pelos Munchkins (que aqui são crianças e guerreiros vikings), é acusada de bruxaria, torturada e expulsa junto com o cão que encontrou dentro do carro do policial. A única informação que recebe é para seguir o caminho amarelo que a levará até o Mágico, que terá as respostas que ela busca. É aqui que ela encontra um homem sem memórias parcialmente queimado e amarrado com arrame a uma cruz, a quem ela dá o nome de Lucas (Oliver Jackson-Cohen, de Dracula). Essa é a dupla central da nossa jornada.

Enquanto isso, na Cidade Esmeralda, o Mágico (Vincent D’Onofrio, de Demolidor) recebe a notícia de que o primeiro sinal da profecia rompeu nos céus do leste, o que só pode significar que a Eterna Besta está retornando para a cidade. Mesmo após ele banir toda a magia das terras de Oz, ele precisará da ajuda da Bruxa do Oeste (Ana Ularu) e Glinda (Joely Richardson, de The Tudors), mas elas têm outros planos em mente. E durante todo esse jogo de poder, o jovem Tip (Jordan Loughran, de Evermoor) é mantido em cativeiro pela própria mãe em uma casa afastada de tudo e de todos. Qual será a sua relação com Oz e qual será a sua doença misteriosa?

Em uma primeira vista, temos que dizer que Emerald City se trata de uma série extremamente linda. Com filmagens feitas em locações na Espanha, Croácia e Hungria, apenas cenas internas formas feitas em cenários. Os efeitos especiais estão muito bem feitos para uma série de canal aberto. Pode esquecer aquela tela verde mal feita de Once Upon A Time, a qualidade está bem próxima ao nível da HBO. As roupas são todas muito bonitas e mostram um propósito, vemos isso pelas cores usadas pelas discípulas de Glinda e Oeste, as peles dos Munchkins e os tecidos da plebe. Quando estamos no castelo do Mágico, a arquitetura é divina. Ou seja, para onde olharmos, nossos olhos vão se deliciar.

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Mas, e a história? Bem, como disse no início do texto, não se trata de uma nova adaptação do filme, mas sim uma nova história, principalmente por trazer elementos presentes nos livros. Sim, livros. A série original criada por L. Frank Baum contém 14 livros, além de mais de 26 livros que a editora original considera canônicos, mas foram escritos por outros autores após a morte de Baum. Tip está presente no segundo livro, o que nos leva a crer que, caso a série siga em frente, ainda há muita história para contar.

O mundo de Oz é muito conhecido por todos e querer recontá-lo da mesma maneira seria uma bobagem muito grande, portanto, não vá esperando que a série seja igual ao filme da Judy Garland, pois não é. Muitas das críticas negativas que ouvi, para mim, não passaram de pessoas ressentidas por terem ousado mexer com suas lembranças de infância. Onde já se viu uma Dorothy adulta e um espantalho sem camisa quase se pegando? Não pode! Como assim a Glinda não é super boazinha? A primeira cena da Oeste é ela fazendo sexo? Que absurdo! Outra critica que vi circulando era de que tudo era muito confuso e eu discordo. Aqui estamos tratando de um mistério. O que as pessoas podem achar confuso é querer que tudo, mais uma vez, seja igual ao filme, quando se tratam de outras personagens, além de esperar que tudo seja entregue de bandeja, sem que seja necessário o mínimo de esforço para entender o que se passa.

As atuações, por enquanto, estão muito boas. A minha maior tristeza, e esse não é nenhum spoiler, é que a Bruxa do Leste morre muito cedo e ela tem uma cena maravilhosa com a Dorothy. Eu adoraria ver mais da atriz em ação. Fica aqui a minha esperança e o meu pedido para que ela volte de algum modo. Tanto Oeste como Glinda estão bem interessantes, cada uma emanando um tipo de energia diferente, muito empolgado para ver a interação da sexualmente avançada Oeste com a levemente retraída Dorothy. O Mágico parece ter a atuação mais desajustada até o momento, mas é de se entender pelo que deve acontecer com ele (caso sigam o original).

Meus maiores elogios estão para o casal principal. Adria Arjona como Dorothy está muito bem. Ela já é dona da personagem. E também devo dizer que é uma imensa alegria ver uma atriz portenha como principal, além de podermos ouvir algumas falas rápidas em espanhol com seus pais adotivos (um pequeno detalhe, mas importante para explicar o leve sotaque que a atriz tem). Eu demorei muito para me convencer que o Oliver Jackson-Cohen não era o Matthew Lewis, extremamente parecido, mas tão sexy quanto! Lucas é um equivalente ao espantalho. Sua falta de memória seria a falta de cérebro. E a sua atuação, principalmente no segundo episódio, foi perfeita para percebermos essa parte de sua personalidade. Ele se importa com Dorothy, mas seu raciocínio é distorcido. Muito empolgado para ver com esse casal vai se desenvolver. Eu já shippo! E se eu ler em mais algum lugar que eles não têm química, eu vou ter que dar uns tapas na pessoa, pois é só olhar para esses dois para perceber que eles emanam sensualidade juntos!

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Eu estava preparado para falar muito mal da série, principalmente pelo fato de odiar o filme de 1939, mas depois dessas 2 horas, sou só elogios. Locações maravilhosas, cenários espetaculares, elenco mundial e diversificado, enredo criativo e trilha sonora fantástica. Há alguns momentos de lentidão, mas nada que atrapalhe, principalmente com toda a quantidade de informação para absorvermos. Em resumo, merece ser assistida. A audiência parece ter sido boa, mas eu vou comentar mais sobre isso quanto tivermos a segunda semana para compararmos.

Lembrando que a primeira temporada de Emerald City tem apenas 10 episódios, portanto, restam apenas 8. Todas as sextas pela NBC.


O que você achou da premire de Emerald City? Conte tudo nos comentários!


Paulo Halliwell

Professor de idiomas com mais referências de Gilmore Girls na cabeça do que responsabilidade financeira. Fissurado em comics (Marvel e Image), Pokémon, Spice Girls e qualquer mangá das Clamp. Em busca da pessoa certa para fazer uma xícara de café pela manhã.

São Paulo / SP

Série Favorita: Gilmore Girls

Não assiste de jeito nenhum: Game of Thrones

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