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Falling Skies

Por: em 24 de junho de 2011

Falling Skies

Por: em

Falling Skies, a nova superprodução da TNT que contou com produção de Steven Spielberg e teve indices de audiência superiores à estreia de The Walking Dead marcando 5,9 milhões de espectadores estreia hoje no Brasil começou com o pé esquerdo justamente por não dar tanto destaque às estrelas da série: Os aliens.

Isso é engraçado considerando que, no trailer do show exibido à exaustão na TV a cabo brasileira, vemos poucos diálogos e muita ação. Também pudera, afinal a série precisava se vender, e é aí que está o seu maior pecado. O piloto, por razões óbvias, tem muito mais diálogos que ação, afinal é preciso que conheçamos cada um dos personagens, saibamos suas qualidades e seus defeitos, mas mesmo assim os produtores poderiam dosar um pouco mais ação e apresentação.

Falling Skies conta a história de um grupo de sobreviventes de um ataque alienígena que dizima quase toda a força militar da Terra e desativa todos os equipamentos eletroeletrônicos do planeta. Para sobreviver, estas pessoas formam uma organização chamada de “resistência” com o objetivo não apenas de combater o inimigo, mas principalmente sobreviver e acolher os civis que conseguiram se salvar dos ataques.

O grupo que protagoniza a série é liderado por Tom Mason (Noah Wyle, ER), um professor de história capaz de qualquer coisa para recuperar seu filho Ben, sequestrado e escravizado pelos alienígenas e composta, entre outros, pela médica Anne Grass (Moon Bloodgood), por seus filhos Matt e Hal Mason e por Dai (Peter Shinkoda).

Analisando o lado da resistência, tudo o que eu vi nos primeiros quarenta minutos do piloto foi um grupo coeso, alinhado, onde todos se ajudam e se comportam como uma família, e em alguns momentos o cotidiano do grupo se torna tão normal que eu quase esqueci que a série tratava de um combate pós-apocalíptico, como no momento em que Matt (Maxim Knight) comemora seu aniversário com um cupcake e aproveita seu presente de aniversário.

Outro momento singelo é quando o mesmo garoto acorda em um quarto incrivelmente preservado em meio a todo o caos que afeta o mundo (foi engraçado ver as roupas de cama tão limpas e o quarto tão arrumado quanto tudo ao redor estava destruído) e ali está, ironicamente, uma máscara de ET.

A satisfação com que o menino aproveitava a cama foi um dos poucos momentos bons da série. Aliás, a maioria deles estava ligada justamente à relação entre humanos e humanos. Não sei se isso foi um recurso dos produtores para atrair a atenção dos telespectadores para os próximos capítulos da série, mas se foi não funcionou muito, pelo menos comigo.

Porque ao invés de ficar curiosa para continuar vendo senti vontade de abandonar o piloto logo nos primeiros vinte minutos porque senti falta da ação. A sensação que tive é que todas as sequências de ação foram gastas nos minutos iniciais da série. Ali sim vi adrenalina. Pena que durou tão pouco.

Falando de novo do lado humano da série, pode parecer meio controverso, mas eu simpatizei não com o lado “bom” da história, e sim com o lado “mau”, personificado na figura de John (Colin Cunningham), um bandido frio e sem caráter, mas que trouxe informações importantes para a resistência sobre como combater o inimigo aparentemente indestrutível. Como disse Dai eles, os aliens, morrem assim como os humanos. Basta só chegar perto.

Por falar em aliens, faltou comentar exatamente sobre as estrelas da série. Apesar do trailer ser muito envolvente, o que aparece na série infelizmente não é. Como aparecem em pouquíssimas sequências e quase nunca em close não deu para sentir ainda a que o inimigo veio.

Quer dizer, há sim uma cena em que um dos alienígenas é exibido em close, e nessa hora ele parece tão humano quanto qualquer um dos combatentes, uma estratégia interessante dos produtores, mas só. Nem os tão falados robôs aparecem mais de perto. Nem eles, nem as crianças escravizadas pelos aliens. Uma pena, pois gostaria muito de tentar entender um pouco melhor porque elas são tão úteis a eles.

Aliás, esse detalhe me trouxe um certo “frio na espinha” porque não só já vi esse filme antes como sei exatamente como ele termina: com a descoberta de uma fraqueza muito simples, e que leva os humanos a uma vitória fabulosa sobre os alienígenas e deixa aquela pergunta no ar: porque eu gastei tempo vendo isso? E porque ninguém nunca tinha pensado nisso antes? Espero que o destino da série não siga o dos vários filmes sobre alienígenas, que pecam justamente nesse sentido.

Antes de terminar, faltou a “cereja do bolo”: os efeitos especiais. Não sei se foi proposital ou não, mas a sensação que tive depois de ver todo o piloto foi que de que os produtores gastaram toda a cota de efeitos especiais para produzir o trailer da série. Tirando um ou outro feixe de luz ou naves que passam em voos rasantes e inexplicavelmente não encontram nenhum dos humanos andando por aí quase não se vê efeitos especiais. Só escombros, pessoas andando sem um rumo definido, tentando sobreviver e enfrentar um inimigo que parece sempre em maior número.

Com a entrada de dois dos membros da gangue de John, a resistência parece ter aumentado, mas se a série não melhorar de ritmo em um ou dois episódios, quem vai ver sua resistência destruída serei eu.
Mesmo assim, o momento é de dar mais um voto de confiança a Falling Skies, afinal tudo pode não ter passado de uma primeira impressão não tão agradável. Quem sabe na segunda ou terceira semana tudo melhore?

Aos corajosos de plantão que depois de lerem tudo isso decidirem dar uma chance à série, Falling Skies será exibida todas as sextas-feiras às 22h no canal a cabo Space e às quintas-feiras na TNT. Na TNT norte-americana a série é exibida aos domingos.


Rosangela Santos

São Paulo - SP

Série Favorita: Smalville

Não assiste de jeito nenhum: Grey's Anatomy

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