Bem, provavelmente muitos de vocês nunca ouviram nada sobre a série com esse nome. E eu me incluía nesse grupo até bem pouco tempo atrás. Em um de meus momentos ociosos pela internet, vi uma foto que chamou minha atenção (a foto é a da divulgação, que está abaixo), então fui procurar saber mais sobre a produção, e me deparei com uma dificuldade imensa de conseguir informações. Com minha curiosidade atiçada, resolvi baixar o piloto.
A série do canal britânico Channel 4 (Queer as a Folk) é criação de Sam Bain e Jesse Armstrong (Peep Show). Poderia descrevê-la como uma mistura de Friends com Skins e, acreditem, essa é uma péssima comparação, mas foi a melhor que consegui pensar. A temática gira em torno de um grupo de seis pessoas que passarão a viver juntos em uma república, enquanto cursam a faculdade. Vod, Howard, Josie, Oregon, Kingsley e JP. O primeiro episódio não foi tão bom quanto eu esperava, algumas vezes chegando a ser cansativo. Em partes, isso parte da escolha dos produtores de usar a fórmula clássica para conseguir audiência – principalmente na TV britânica, muito mais liberal que a norte-americana – nudez, sexo e drogas.
Fresh Meat se propõe a ser uma “dramédia”, mas de comédia não tem nada, possui apenas um pseudo-drama superficial. Os personagens buscam sua aceitação no meio de convivência. Vod (Zawe Ashton) é uma adolescente com personalidade forte, que pouco se importa com a faculdade e com o que os outros pensam; seu objetivo é curtir. Howard (Greg McHugh) é o que mora no apartamento há mais tempo, com seu comportamento bizarro e suas atitudes anti-sociais e suas esquisitices, como seu esconderijo anti fantasmas e guerras químico-biológicas. Oregon (Charlotte Ritchie) veio de uma cidade do interior, e age de forma a tentar agradar aos demais. Josie (Kimberley Nixon) é pseudo-moralista, reluta em fazer o que realmente tem vontade, mas ao se entregar, pode acabar se comprometendo, afinal, em sua primeira noite “casual”, acabou se envolvendo com JP, e depois viria a descobrir que ele é seu companheiro de moradia, tornando a convivência praticamente insuportável. JP (Jack Whitehall) é egocêntrico e se usa do dinheiro para conseguir o que deseja, busca ser o “macho alfa”, mas em diversos momentos é obrigado a ceder, veio de escola pública, e se sente frustrado por não ter conseguido ingressar numa universidade de renome, e Kingsley (Joe Thomas), jovem que enfrentou dificuldades na infância e agora busca realizar seus sonhos e aproveitar a vida que nunca teve, já que passou boa parte da juventude cuidando da mãe doente.
Não é que as coisas não funcionem, mas é que tudo o que a série se propõe a retratar, outras já fizeram, e com maestria. Quando Skins estreou, foi um grande choque a sociedade, e praticamente criou um novo segmento na televisão, enquanto assistia Fresh Meat, fiquei com a impressão de que eles tentavam me fazer pensar estar vendo Skins. A produção não é ruim, tem seus pontos altos e, sem dúvida, a personagem mais cativante é Vod. Se os produtores conseguirem afastar essa vibe, com certeza, tudo vai ficar muito mais interessante. Quatro episódios já foram exibidos, mas eu ainda não tive oportunidade de vê-los. Espero que a série se supere e me faça ficar atraído como fiquei quando vi a imagem promocional, afinal, sempre é bom termos carne fresca em nossa watchlist.
