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Game of Thrones

Por: em 22 de abril de 2011

Game of Thrones

Por: em

UAU.
Eu sou um fã incurável de fantasia épica. Desde séries de livros como O Senhor dos Anéis ou O Ciclo da Herança, filmes como Coração de Cavaleiro ou séries como The Pillars of the Earth. Basta envolver reis, rainhas, reinos distantes, príncipes, espadas e dragões em uma história bem contada e minha atenção é totalmente garantida. Por isso mesmo, há meses meus olhos estão voltados para Game of Thrones. De um modo ou de outro, eu já podia constatar que a série seria boa, só pelo material promocional apresentado. Eu não podia imaginar é que seria tão boa assim e em todos os aspectos. Por algum motivo que nem eu mesmo sei dizer, eu ainda não li As Crônicas de Gelo e Fogo, livro que deu origem a nova produção da HBO. Mas depois de assistir a esse magnífico episódio, a obra entrou na minha lista de futuras compras.

É difícil dizer o que “Winter is Coming” trouxe de melhor. Em primeiro plano, eu diria que seu ponto mais forte é o roteiro, nenhum pouco apressado em desenvolver suas personagens e inserindo, pouco a pouco, os elementos que vão tecer a trama pelos próximos episódios. Game of Thrones não entregou nada mastigado e não subestimou, em momento algum, a inteligência do seu espectador. Deu a ele fatos e situações e o deixou criar suas próprias teorias. Se elas se concretizarão ou não, só o futuro dirá. Várias figuras – dos mais diversos tipos – deram as caras nesse primeiro episódio. No começo, eu imaginei que as histórias aconteceriam isoladamente, mas aos poucos tudo se interligou e mostrou que nada – NADA – ali está aleatório. De uma forma ou de outra, as personagens estão conectadas e isso pode render muito.

O modo escolhido pela série para começar a contar sua história me chamou atenção logo de cara. Eu me vi, imediatamente, preso àquele clima gélido e àquelas pessoas misteriosas, que eu sequer fazia ideia de quem seriam – como disse anteriormente, não li o livro que serviu de base, então mergulhei num mundo totalmente novo.  E são poucas as séries que conseguem, logo de cara, prender de tal maneira. Outro acerto sensacional da série é sua fotografia. As locações são incríveis e seja no interior dos castelos, nas visões do oceano ou na floresta gélida; tudo parece ter sido claramente pensado e encaixado de maneira a retratar com a maior veracidade possível a trama.

O trono a que o título se refere é atualmente ocupado pelo Rei Robert (Mark Addy, de Coração de Cavaleiro), que viaja até Winterfall em busca do apoio de Ned (Sean Bean, o Boromi da adaptação cinematográfica O Senhor dos Anéis), o Lorde Stark, que possui seis filhos – sendo um deles bastardo. Robert e Ned são amigos de longa data e já batalharam juntos. Agora, o primeiro quer que o segundo se torne sua Mão Direita, já que a pessoa que ocupava o papel, Jon Arryn, morreu recentemente. A morte de Arryn, pelo que me pareceu, é o estopim que desencadeou toda a história. E não sei se foi minha “experiência” em histórias do tipo, mas logo na primeira cena da Rainha Cersei (Lena Headey) e do seu irmão gêmeo, eu já desconfiei que os Lannisters poderiam ter alguma relação com a tal morte. Segundo a viúva, eles estão conspirando contra o trono. A construção que o episódio fez dos irmãos gêmeos bate perfeitamente com a versão; ambos aparecem com uma expressão fria, egocêntrica e gananciosa. A cena final do episódio me deixou chocado. Imaginei que eles realmente estavam metidos de alguma forma, mas a crueldade daquilo me deixou boquiaberto.  Tyrion (Peter Dinklage), o irmão anão, também não foge a regra. Arrogante até o último fio de cabelo e amante das mulheres, é um dos típicos estereótipos que costumam aparecer em produções do tipo – com o adendo, claro, de ser um anão.

Brandon (Isaac Hempstead-Wright), filho criança de Ned, foi um dos personagens com maior desenvolvimento no episódio e é justamente por isso que eu não acredito que o que aconteceu no final seja realmente o fim para ele. Acho que, de alguma forma, poderemos vê-lo novamente. Em uma das cenas iniciais, quando Ned executa um homem na frente do garoto, me deu a sensação de que ele será mais importante para a história do que parece agora. Dos outros filhos do Lorde Stark, quem também ganhou um destaque perceptível foi Sansa, a linda adolescente que pretende se casar com o filho de Robert, e Jon Snow, o bastardo. O personagem parece não ser aceito por Cat, esposa de Ned, e nem por Robb, filho do casal. A cara que ele fez quando viu que o irmão também havia encontrado um filhote de lobo foi de um desprezo que me assustou. Fiquei bastante curioso para saber como Jon será desenvolvido. Um filho bastardo sempre pode render muita coisa.

Os Lannisters, contudo, não parecem ser os únicos a querer o trono real. Além do oceano, os irmãos Targaryens vivem e o detestável Viserys (Harry Lloyd) me pareceu capaz de tudo para assumir aquilo que acredita ser seu por direito. Os irmãos estão, de alguma forma, ligados a um passado aparentemente sangrento, que envolve Robert e a irmã de Ned. Quando eu disse, lá no início, sobre a série não ter entregado nada mastigado, foi a esse tipo de abordagem que eu me referi. Game of Thrones parece confiar em si mesmo que vai conseguir contar isso de maneira coerente nos próximos episódios; e eu confio nela. Viserys ostenta o mesmo ar de superioridade dos irmãos Lannisters e foi capaz de entregar sua irmã, Daenerys (Emilia Clarke), em casamento a Khal Drogo (Jason Momoa), dos Dohtraki, que é um dos personagens mais assustadores que a série trouxe, em uma das mais bizarras cerimônias que já assisti, apenas pela promessa de auxílio em uma futura invasão. Me deu muita pena da Daenerys, de verdade. Outro detalhe importante que essa trama trouxe foi a apresentação dos ovos de dragão. Não faço ideia de como isso será desenvolvido (e se será – torço para que sim!), mas fiquei bastante curioso e ansioso.

Além dos ovos de dragão, a série trouxe outros mistérios em seu episódio de apresentação. Os Outros, por exemplo. Eu não faço a menor ideia de quem sejam e por mais que eu tente formular teorias, cada uma me parece mais bizarra que a outra. O aparecimento dos filhotes de lobo também me chamou atenção. A sequência inicial do episódio, de alguma forma, parece estar ligada a tudo. Existe também uma tal de Muralha, da qual o irmão de Ned faz parte, e que me deixou bastante curioso para saber mais sobre.

Game of Thrones apresentou um piloto centrado e sem falhas, como há muito eu não via na televisão, e com o selo HBO de qualidade. A abertura da série, então, é um espetáculo a parte. Minhas expectativas, que eram altas, foram todas superadas e a 1 hora passou de tal maneira que mais me pareceu vinte minutos. Riquíssimo em detalhes, com um roteiro excepcionalmente amarrado e uma fotografia belíssima, a série mostrou sua força. E, mesmo com uma audiência modesta (2.2 milhões), já foi renovada para uma Segunda Temporada.

O inverno está chegando. E eu mal posso esperar por ele.

Como nem todo mundo leu os livros, fica o nosso pedido: por favor, evitem spoilers nos comentários. Obrigado!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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