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Helix

Por: em 13 de janeiro de 2014

Helix

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Um nome me fez colocar Helix na minha lista de ‘must see’ assim que vi as novas séries que iriam estrear no começo de 2014: Ron Moore. Bastou saber que o produtor da nova série do canal SyFy era a mente por trás de Battlestar Galactica (uma das séries da minha vida e minha favorita dentro do gênero de ficção científica) e eu sequer precisei ler o plot da nova série para ficar ansioso. Se eu me decepcionei? Não. Bom, em um primeiro olhar, o que fica claro é que Helix tem sim alguns problemas e, especialmente, limitações. Mesmo assim, o seriado apresentou um piloto sólido e instigante.

Helix-piloto-1

A trama segue um grupo de cientistas da CDD (Central de Controle de Doenças) que viaja até uma base no Ártico (o que contribui pro visual belíssimo da série) após a notificação de uma possível epidemia que já matou dois funcionários e deixou contaminado um terceiro. A equipe, liderada pelo Dr. Alan Farragut (Billy Campbell), que aceita a missão após ser informado de que seu irmão, Peter (Neil Napier) foi o terceiro infectado pelo vírus, então, desembarca na base gélida disposta a encontrar a fonte da doença e erradicá-la. E, a partir daí, entra num intenso jogo de vida ou morte, que pode custar não apenas o seu futuro, mas de toda a humanidade.

Durante as 1h17 minutos do episódio piloto, essa premissa foi bem apresentada. O ritmo do episódio foi no tom e vale um elogio a parte pra direção e pra montagem do mesmo, que conseguiram fazer com que as cenas de suspense tivessem o clima exato para não se tornarem forçadas, usando os movimentos de câmera certos e os cortes de cenas ideais. Nesse ponto, a trilha sonora também ajudou muito a passar esse clima de “desespero” que a trama pediu em certos momentos. Acredito que a experiência de Moore com Battlestar Galactica pode ter influenciado, afinal, por mais que os plots sejam totalmente distintos, eles se assemelham na sua essência: O ser humano sendo obrigado a sobreviver em um ambiente limitado e com poucos recursos, enquanto um grande inimigo o espreita.

Outro ponto bastante positivo foi o modo como a série soube trabalhar bem os diversos mistérios que a cercam. Já ficou claro, de cara, que o tal vírus não é uma coisa natural e que os cientistas daquela base escondem algo que pode ser bastante perigoso. Helix conseguiu espalhar bem as peças do seu quebra-cabeça nessa premiere, colocando algo sobre mutações genéticas aqui, relacionado a experiências com humanos e animais ali e ligado a alterações físicas e psicológicas acolá, sem nunca deixar claro do que realmente se trata e convidado o expectador a descobrir por ele mesmo. E os posters e promos da série trazem a frase: A verdade será revelada”, o que comprova que existe algo por trás daquela pequena epidemia (se é que ela pode ser mesmo chamada assim).

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O curioso do piloto é que ao mesmo tempo em que seus personagens são um dos pontos fortes, eles também estão entre os fracos. Explico. Ao passo em que alguns ganharam destaque e já tiveram até mesmo um background, como Alan, Peter e Julia e outros, mesmo sem essa história por trás, se mostram interessantes como Hiroshi, Sarah e Doreen, uma boa parte dos muitos (e aqui está o problema: episódio INCHADO demais de gente) tipos acabou soando superficial, sem importância e confusa. Confusão que acabou afetando também o roteiro, que obviamente não daria conta de apresentar tanta gente e, por diversas vezes, se apresentou bagunçado, de modo que eu tinha que voltar o episódio para tentar entender quem eram aquelas pessoas e como elas foram parar ali.

Isso não me deixa muito reticente, porque já deu pra ver que a série não vai ter medo de se livrar de alguns personagens sem necessidade quando houver precisão e acredito que, a medida que o tempo passe e o espectador tiver a chance de conhecer melhor as pessoas presas dentro daquela base, o texto vai fluir melhor. Quando acabei de assistir, tinha pensado em chamar atenção também para a trama às vezes soar um pouco confusa, mas como acho que isso pode acontecer devido aos mistérios, vou dar o crédito do tempo também.

O que me deixa mais preocupado de verdade é a possibilidade de expansão da história. O plot me soa como algo que cairia muito melhor em uma minissérie de 10 ou 13 episódios do que em uma série normal. Uma trama desse tipo não pode ser arrastada por muito tempo e a menos que o tal ‘segredo’ por trás do vírus seja algo que sustente a trama por mais algum tempo, vejo o perigo da série morrer dentro de seu próprio arco – o que eu torço, de verdade, para não acontecer.

Com um bom gancho no final e com os principais mistérios estabelecidos, a palavra para definir o piloto de Helix é promissor. Resta saber se a série irá preencher as expectativas ou entrará para o grande grupo dos shows de ficção científica que prometeram mundos e fundos e no final, entregaram apenas tramas desconexas e cheias de furos.

 

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PS. Minha preocupação também é quanto ao possível foco em um triângulo amoroso que pareceu se formar… Mais ficção e menos romance, por favor.

PS². O terceiro episódio já saiu na rede. Só não está claro se foi uma exibição oficial no sábado ou se ele vazou. Mas, de qualquer forma, tomei a decisão de não assistí-lo antes de escrever esse texto.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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