Fiquei sabendo de Kdabra (a primeira produção totalmente latina da FOX) por meio das propagandas e clipes musicais da TV a cabo. Nem tinha me tocado que era uma nova série; achava que era somente o Christopher von Uckermann (mais conhecido como ex-integrante do grupo mexicano RBD) “voltando” à ativa. Voltando entre aspas porque não acompanho o trabalho dele e a última coisa que vi com ele foi a novela.
Achava a música do Uckermann divertida, mas o clipe um pouco exagerado. E confesso que, quando li a sinopse da série, não dei muita bola; achei que seria uma série como tantas outras. Por isso, foi uma surpresa quando a equipe do Apaixonados por Séries recebeu convites da FOX para assistirmos a um pocket show do cantor.
Despida dos meus preconceitos (afinal, não esperava muita coisa, já que o único trabalho do ator que eu vi foi Rebelde, que, desculpe os fãs, não é lá grande coisa além de entretenimento), fui junto da Jéssica e da Rose ao show. E fiquei mais surpresa ainda quando vi a quantidade de fãs do Christopher querendo entrar. Chegaram até a nos oferecer dois celulares em troca de um ingresso!
O show começou no ambiente da série, cheio de mistérios e com truques de mágica. Uckermann é um bom artista, sabe como entreter a plateia estridente e canta bem. Já que o show foi melhor do que eu esperava, porque não conferir a série?
Kdabra é uma série que tem como temas a magia e o ilusionismo. Christopher faz Luca, um jovem de 17 anos que vive em uma comunidade fechada e, porque sofre de uma doença parecida com a narcolepsia (caracterizado por episódios irresistíveis de sono), vive com um pai hiper protetor e líder da comunidade, Ignácio (Fabio Rubiano). Mas Luca também se interessa por truques de magia e arrisca-os por aí, para o desespero de quem estiver por perto.
No primeiro episódio, somos apresentados a todos os personagens principais. Damián Alcázar é René, um ótimo mágico que gosta de beber e trabalha no hotel cassino Majestic, um hotel dedicado a shows de magia e, assim como Luca, também sofre de desmaios repentinos. Luca tem visões com um velho de cabelos brancos e fica extasiado quando o encontra, pois acha que há algo por trás destes “sonhos” (fato que só deixa sua mãe mais preocupada).
Temos também Blas, interpretado por Joaquín Cosío, o dono do Majestic. Ele vive a clássica relação de amor e ódio com René e disputam as mesmas mulheres; primeiro a antiga assistente de René, Laura (morta em um truque de magia sabotado), e agora, a outra assistente, Jazmin (Maya Zapata).
Martín Karpan faz Trejo, um ex-astronauta que virou especialista em mensagens e símbolos misteriosos, pois algo misterioso aconteceu após uma missão à Lua. A princípio, parece que ele é apenas mais um hóspede (ou um doido qualquer dando palestra para outro monte de gente maluca).
Ele tenta conseguir mapas militares para compará-los com os mapas “normais”, já que acredita que os militares escondem muita coisa dos civis e sofre um ataque no Majestic. Por algum motivo estranho, Trejo acredita ter dados importantes no sistema do hotel e faz de tudo para consegui-los.
Vimos que Luca e sua namorada Karina (Ana María Aguilera) querem experimentar o sexo, como todo casal, mas as regras da comunidade são rígidas e incluem o celibato. Como não podem transar e desejam ser livres, Luca mostra como voar e acaba desmaiando de novo.
Kdabra tem uma boa trama e uma boa produção, mas peca ao arrastar as cenas e dramatizar demais os diálogos, querendo criar uma aura de mistério além da conta. A impressão que passa é a de que todo mundo tem duas caras e um grande segredo em suas vidas, mas quase nada é revelado neste primeiro episódio.
A série ainda cai em alguns muitos clichês e a história é confusa provavelmente porque ainda não temos uma ligação clara entre os personagens. Mas este foi apenas o primeiro episódio.