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Mad Dogs

Por: em 12 de fevereiro de 2011

Mad Dogs

Por: em

Minissérie em quatro partes do canal inglês Sky1, Mad Dogs estreou essa semana como mais uma tentativa da emissora de adentrar no tão competitivo mercado de séries. Apesar de ter gostado da premissa, o piloto poderia ter se saído melhor.

Não que tenha sido de todo ruim, mas algumas coisas poderiam ter sido mais exploradas, enquanto outras nem tanto. Antes de mais nada, sobre o que é Mad Dogs? Quatro amigos que se conhecem desde a 6ª série são convidados por outro colega para passarem uma semana em sua villa (residência isolada) na ilha de Maiorca na Espanha. Porém, as férias tranquilas que todos pensaram em ter, logo se transformam em um jogo de vida ou morte quando acontece um assassinato na casa. Essa é a premissa básica do thriller que é Mad Dogs. Porém, o piloto se preocupa em mostrar quem são aqueles cinco homens, e o faz muito bem. Todos os cinco, já pelos 40 anos de suas vidas, tem seus próprios problemas. Woody é um cara super gente boa, divertido e que mostra um carinho grande pelos amigos de infância. No decorrer do episódio ficamos sabendo que ele é um ex-alcóolatra, limpo há um bom tempo, mas que deixou a esposa; Quinn é um professor de faculdade e o mais “maduro” dos cinco, o que não necessariamente é uma boa coisa, pois muito se especula que ele ainda ama a ex-namorada e atual esposa de Rick, consultor financeiro com problemas no casamento; Baxter, ex-advogado que agora vende artefatos antigos; e finalmente Alvo, o dono da casa que agora vive uma vida de riqueza.

Como comentei, o melhor do piloto é como conhecemos os personagens. Eles são muito amigos e se dão bem, porém, como todo grupo de amizade, vira e mexe estão se provocando e trazendo a tona problemas e histórias da infância e adolescência, algo que nem todos ainda esqueceram muito bem. Ao decorrer do episódio somos levados as paisagens fascinantes de Maiorca e da villa em que Alvo vive. Águas cristalinas, montes esverdeados e muita mistura de cor é o que nos chama atenção no local. A série consegue nos deixar com a sensação de isolamento muito bem, o que é mais um ponto a favor. A villa é longe do resto da civilização e ainda por cima, logo que chegaram, fizeram uma promessa e trancaram todos os celulares no cofre de Alvo; além de que o próprio dono da casa não tem nem computador, pois gosta de ficar sozinho. Dá para perceber que Alvo tem assuntos e negócios ilegais e que mexe com pessoas perigosas e que, sentindo que estava sendo ameaçado, chamou seus amigos para passar algum tempo com eles.

Poucos momentos conseguem passar suspense, como qualquer trama thriller precisa ter. Os personagens colocando o dedo em feridas ainda não cicatrizadas; olhares suspeitos; situações estranhas e misteriosas, como a cabra morta na piscina de Alvo e o desespero dos amigos ao perceberem que ele roubou o barco do tal Jesus como vingança pelo tal homem ter colocado a cabra lá. Jesus, como Alvo o chama, é o homem com quem ele faz negócios, e deve ter sido assim que ele enriqueceu, mas agora querem algo com ele, o que Alvo tende a dizer não…só que nem tudo está ao nosso alcance. Outra coisa interessante é que Woody filma todos os momentos dos amigos no feriado, o que acabará sendo importante para os momentos finais, dos quais tivemos alguns flashes no começo do episódio.

Quando as coisas esquentam entre os cinco amigos e as verdades começam a sair depois de perceberem que Alvo não está muito bem, mentalmente falando, é que o episódio pega fogo e culmina em um assassinato, deixando os amigos em choque. E bem quando a história realmente começa, o piloto termina. No que ele poderia ter se saído melhor? Muitas cenas foram um pouco forçadas para tentar mostrar que estávamos vendo um drama thriller. Só com o psicológico de Alvo dava para perceber o que veríamos pela frente e devido a alguns acontecimento durante o episódio também tivemos várias ideias. Apesar de ser suspense, poucas situações incitaram mesmo esse clima, como as que já comentei no parágrafo anterior. Foram ótimos momentos, mas poucos. Sem saber a premissa da série, não daria para dizer exatamente do que ela se tratava até certo momento do piloto.

A história de Mad Dogs era originalmente apenas o encontro de quatro amigos quarentões e foi sugerida pelos quatro protagonistas que são ótimos amigos na vida real. Isso, aliás, é algo que dá para ver em cena. Eles se dão realmente muito bem sem nada parecer forçado, e mesmo isso sendo o trabalho de bons atores, dá para perceber algo mais com a boa química entre eles. Todos são bem conhecidos pelo público inglês. Woody é interpretado por Max Beesley, mais famoso por nós pela série Survivors. Adorei a atuação de Beesley, que em Survivors fazia um personagem totalmente diferente do atual, o que mostra que o ator é realmente versátil. Philip Glenister é Quinn, e o ator teve grande fama nas séries Life on Mars e Ashes to Ashes. John Simm dá vida a Baxter e também é conhecido por Life on Mars, assim como pelos fãs de Doctor Who. Já Marc Warren (Rick) pode ser visto atualmente no elenco principal da série Hustle.

Para ter certeza do rumo que a minissérie seguirá, devo assistir o segundo episódio. São apenas quatro partes e apesar de não ser nenhuma obra prima, Mad Dogs consegue ser um suspense que sabe entreter e pelo cliffhanger do piloto, só tende a melhorar.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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