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Made in Jersey

Por: em 2 de outubro de 2012

Made in Jersey

Por: em

 

 

Você gosta de The Good Wife? Tá certo que essa é uma pergunta de uma única resposta. Impossível não se envolver com a história de Alicia Florrick. Aqui, em Made in Jersey, somos apresentados a uma personagem que muito se assemelha à heroína da consagrada série. Num momento, pensei que, se Alicia tivesse advogado quando se formou e não optado por cuidar dos filhos, ela seria quase idêntica à Martina (Janey Montgomery).

O problema – e não sei até que ponto isso é um problema -, de Made in Jersey é que ela é muito e muito parecida com a colega de emissora. Analisando os personagens: temos o superior galã e que simpatizou com a protagonista, a advogada elegante, competente e de início arrogante, mas notadamente preocupada em transmitir seus conhecimentos e elogiar os mais novatos, e um investigador carismático que consegue tudo num passe de mágica.

A firma em que Martina trabalha também tem semelhanças com Lockart & Gardner. Discussões típicas de The Good Wife, como o pro-bono e a sala na esquina do escritório, apareceram também nesse piloto. Não consigo entender exatamente qual o objetivo da criadora da série, Dana Calvo (contribuições em Studio 60, Greek e Covert Affairs), em produzir uma série tão parecida com uma outra. Me espanta ainda mais o aval da emissora, CBS, de produzir Made in Jersey. Se fossem duas produções de séries rivais, a disputa seria de certa forma compreensível.

Entretanto, apesar das inúmeras semelhanças, Made in Jersey se diferencia em muito de The Good Wife em alguns detalhes importantes. O roteiro, já nesse primeiro episódio, não trouxe um bom caso da semana. Martina é a típica personagem que teve de lutar para chegar onde chegou e é brilhante em suas deduções, como se todos os outros profissionais não fossem competentes de encontrar uma solução. Aliás, a solução. Chega até a ser engraçada a forma como Martina foi desvendando o crime, até parece que ela estava presente na ocasião, já que encontrou evidências absurdas de uma forma um tanto quanto comum, quase num piscar de olhos.

Sim, coisas do tipo realmente acontecem, e várias séries exploram esse recurso, mas o piloto apresentou em demasia a força do destino, sorte e instinto da personagem principal. Eu cansei e revirei os olhos mais de uma vez. Espero, e essa é uma esperança sem muita probabilidade de se concretizar, que a série consiga tornar sua protagonista mais simpática e menos heroína, trabalhando essa personalidade com casos não tão mirabolantes.

Tivemos (poucos) pontos positivos também. Eu gostei da família de Martina. Se em The Good Wife a família de Alicia sempre representou os seus maiores dramas e preocupações, em Made in Jersey, ela foi o grande alívio cômico. E funcionou bastante bem. Apesar de estereotipados e exagerados, os parentes me fizeram rir, em alguns raros momentos. Adorei a mãe fútil meio perua e as irmãs malvadas que, apesar disso, já mostraram que se amam acima de tudo.

Se você não assiste The Good Wife, antes de mais nada, eu recomendo que assista, mas, analisando a série de um ponto de vista mais neutro e menos comparativo, ela pode ser uma distração legal, não mais do que isso. Não há um grande aprofundamento das discussões, os personagens são clichês e em sua maioria nada carismáticos, principalmente a protagonista, e o episódio chega até a ser entediante em alguns momentos. A primeira cena, aliás, quando Martina dá uma bronca num ciclista, quase me fez deixar de assistir o episódio em menos de um minuto rodado.

Há problemas, e uma pretensão não concretizada de embalar no sucesso da maravilhosa série da boa esposa. Já li que Made in Jersey seria a versão light da outra. Sinceramente, na minha watchlist não tem espaço para séries que não inovam, que não trazem algo de novo ou desafiador. Ou, mesmo que semelhantes a outra série, não conseguem transmitir sua própria identidade.  Assim, só me resta despedir-me da série e desejar boa sorte e bom proveito para quem optar por acompanhar. Vale lembrar que, mesmo que isso não pareça possível, apegar-se à série não parece uma boa opção, já que, além da má recepção da crítica, a audiência foi pífia (7,8 milhões e 1,1 na demo) para a CBS, que em suas produções já consagradas marcou quase o dobro da audiência da novata.

Na minha opinião, uma perda de tempo. Agora, se tempo não é problema para você, confira e veja onde é que isso vai levar e quantos episódios vai durar. E, quem sabe, poderá até se surpreender. Mas claro, indiferente de sua opção de continuar com a série ou não, deixe seu comentário e converse comigo sobre o provável futuro não tão glorioso de Made in Jersey.


Micael Auler

Gaúcho que ama chimarrão e churrasco (tchê!) quase tanto quanto ama séries, filmes e livros. Para acompanhar, seja lá o que for, bebe: se não o chimarrão, café; ou então algo com um pouquinho de álcool.

Lajeado / RS

Série Favorita: The Good Wife

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

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