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Primeiras Impressões: Mary + Jane

Por: em 7 de setembro de 2016

Primeiras Impressões: Mary + Jane

Por: em

Aquela velha história do: poderia ser melhor, mas é isso que tem para hoje.

maryjane

Abordando uma temática pouco convencional, a nova comédia da MTV, Mary + Jane, estreou na última segunda-feira sem mostrar muito ao que veio. Basicamente, a série mostra a vida de Paige (Jessica Rothe) e Jordan (Scout Durwood), duas meninas que largaram tudo que estavam fazendo para se tornarem comerciantes de maconha legalizada. O grande problema surge quando nos deparamos com um roteiro que não foge do lugar comum e estabelece apelos cômicos pouco risíveis. Um ótimo exemplo disso é o momento em que Jordan finalmente conhece o casal de cinema que está comprando sua maconha, se deparando com um esqueleto de peruca e um frango assado de boina – sim, eu entendi a tentativa de crítica que existia por trás de tudo isso, mas acabou só sendo bem ruim.

Se o piloto se presta a algo maior, é a contar a vida de Paige, que apesar do carisma, tem todos os seus momentos determinados pelos problemas com o ex. A garota é retraída, organizada e coloca sua seriedade como engrenagem do negócio com a amiga, que claramente leva a vida com muito mais leveza. Ao que aparenta, os caminhos das duas vão acabar divergindo pelas diferenças de personalidade, mas o primeiro episódio só deixa isso ali, no fundinho, para quem quiser pegar. O grande lance é que a série poderia ser sobre essas duas garotas, seu grande negócio, a mudança de vida, algo muito mais próximo do empoderamento feminino, mas ela acaba puxando o roteiro para o típico triângulo amoroso (se que podemos chamar assim) e as dúvidas que Paige tem sobre voltar e tentar de novo com o seu amor do passado ou deixar tudo para trás e começar uma nova história com alguém que acabou de conhecer.

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E já que acabei citando mais problemas do que pontos positivos, vale ressaltar a excelente química que as duas demonstram para esse primeiro encontro. O jogo em cena das duas funciona muito bem e é bastante factível acreditar em uma amizade que já vem de muito tempo quando elas estão em tela. Uma coisa besta mas que acabou me fazendo rir foi o cachorro falando através de legendas. Seja pelo sarcasmo que ele trazia, seja pelo timing que era sempre bem adequado, mas foi quase que a única coisa que me fez rir diante dentro desses 20 minutos de piloto. Os coadjuvantes pouco dão o ar da graça e acabam somente inserindo tramas como a disputa pelo ranking dos melhores distribuidores de maconha ou rixa de ego com amizades do passado.

Claramente, a série ainda tem muitas arestas a aparar. Determinar melhor a sua trama, compreender o universo das suas personagens, dando um pouco mais de profundidade a elas, trabalhar melhor com seus personagens coadjuvantes, trazer mais da comédia, que quase não existe. São pontos e mais pontos que, talvez (e coloque uma boa dose de talvez nisso), façam ela se encaixar um pouco melhor dentro da grade de uma emissora voltada quase que exclusivamente para o público jovem. Por hora, a série fica devendo um pouco e não passa de uma opção de entretenimento para quando não se tem nada melhor para ver.


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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