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Missing

Por: em 18 de março de 2012

Missing

Por: em

 

 

Ultimamente, eu adotei um método estranho com séries, filmes e livros: Pouco procuro saber sobre antes de assistir. Corro de sinopses, promos ou de qualquer coisa que possa me causar um tipo de expectativa que não será atendida. E foi assim que eu me sentei pra ver Missing. Tudo que eu sabia era que estava diante do novo trabalho da Ashley Judd (que, embora tenha uns filmes bem passáveis, tem outros bacanas e é uma boa atriz) na ABC, em uma série que envolvia ação e um desaparecimento (o que era óbvio pelo nome).

Tirando algumas poucas ressalvas que eu vou tentar expor melhor abaixo, eu gostei do episódio piloto e pretendo seguir mais uma duas ou três semanas para ter uma melhor visão do show.

Primeiro, a premissa. Missing gira em torno de Becca Winstone (Judd), uma agente secreta da CIA que, ao ter o filho, Michael (Nick Everseman) seqüestrado em Roma, entra numa busca perigosa pelo paradeiro dele. Além de solucionar o caso, Becca ainda tem que lidar com a CIA em seu alcance. No passado, o marido de Becca e pai de Michael, Paul (Sean Bean, que deve estar próximo de bater algum recorde mundial de mortes em filmes e séries), morreu em uma explosão de carro, aparentemente causada por facções terroristas (ele também era agente secreto).

No que diz respeito a apresentar sua história, o piloto não errou. Quem, como eu, for assistir ao capítulo sem muita noção do que se trata a trama, consegue se situar nos primeiros 20 minutos. O meu pequeno problema nesse contexto foi o roteiro meio clichê – na verdade, não é bem o roteiro, embora ele também seja, é a trama em si que não é exatamente nova. Mas, como na TV, nada se cria, tudo se copia, isso não é exatamente um grande porém.

As cenas de ação foram bem colocadas. Tinha medo de, ao unirem o gênero com o drama de uma mãe procurando pelo filho, a mistura não fosse satisfatória, mas se seguirem nesse tom, não há muito com o que se preocupar. O mesmo não pode se dizer, contudo, da parte técnica, e é aí que reside o maior problema da série.

Eu geralmente não costumo me atentar muito a isso, exceto quando me salta tanto aos olhos que eu sequer consigo prestar atenção em todo o resto que está acontecendo na cena e foi exatamente o que aconteceu em diversas cenas em Roma. O Chroma key em alguns momentos lembrou muito a clássica cena do barco de Ringer (quem passou por aquilo, nunca esquece). Os momentos da Roma real vieram com ótimas tomadas, mas ainda assim não foi possível aproveitar tudo sem um gostinho amargo na boca pelo outro extremo.

 O elenco é, certamente, um bom acerto. Sean Bean brilha nos poucos momentos em que aparece e a Ashley Judd conseguiu construir sua personagem no tom correto, no limiar entre o desespero e a razão, sem parecer forçado e conseguindo mudar do drama para a ação sem qualquer problema. Nick Everseman (que eu conheço de uma participação em House)  está bem – especialmente se levarmos em conta que a geração de teens está bem defasada atualmente – e o restante do elenco secundário carrega bem seus respectivos papéis.

O maior problema da série, pra mim, é que eu não a vejo funcionando a longo prazo. Uma temporada talvez, duas com algum esforço… O tipo de história que ela escolheu contar não pode se prolongar muito sem que exista destaque, o clímax precisa ser imposto enquanto o interesse do público ainda está ativo. Talvez isso mude drasticamente com o tempo (supondo que a série sobreviva, os números de audiência foram ‘just ok’, com 2.1 na audiência qualificada e aproximadamente 10, 6 milhões no total), é algo que não dá para prever agora, mas se eu fosse apostar, diria que é trama para apenas uma temporada.

O episódio piloto termina com um cliffhanger ridiculamente óbvio, do tipo que você não sabe como vai ser resolvido, mas sabe que será. Honestamente, não vejo necessidade, já que se o motivo é tentar criar uma expectativa, o recurso falha miseravelmente por não apresentar qualquer possibilidade da situação ser levada adiante.

Problemas de lado, vejo potencial na série. Não para se tornar um grande hit imperdível, mas como um entretenimento bacana. Nada mais do que isso.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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