Não acredito que exista formato mais cansado que o procedural policial. Em todos os anúncios de grades de emissora temos algumas séries deste gênero e resta aos criadores e roteiristas sair do lugar comum e criar algo que faça com que o público termine o episódio piloto com gostinho de quero mais. Motive, nova série da ABC e do mesmo produtor de Dexter e The Mentalist, tem este algo a mais.
Fugiu do formato batido – apresenta o caso, os suspeitos, a família e os hábitos da vítima para só então mostrar quem realmente cometeu o crime – e já começa o episódio mostrando quem é o assassino, quem é a vítima e a partir de flashbacks a história vai se desenrolando.
A premissa é interessante, mas é claro que pode acontecer o efeito rebote e esta tal “inovação” trazer incômodo ao espectador. Confesso que fiquei muito aflita em alguns momentos por já saber quem havia matado o professor, mas isso só aumentou minha vontade de chegar até o final do episódio e saber como foi descoberto o crime, o motivo dele e como os policiais decifrariam o mistério. Então, se você não quer dar uma chance à série por achar que com este formato o suspenso comum dos procedurais não será mantido, separe 40 minutos do seu dia e dê uma chance à turma da detetive Angela Flynn.
A Kristin Lehman, intérprete da protagonista, está muito bem e se mostra segura com o papel, servindo de alívio cômico em algumas cenas e fazendo o espectador acreditar que ela é realmente uma excelente detetive. Os outros atores, como Louis Ferreira, Brendan Penny e Lauren Holly, estão bem e tem o timing entre a comédia e o drama que é exigido neste tipo de produção.
Ainda que eu não acredite que a série se manterá por diversas temporadas, já que não é a nova obra-prima de televisão, ela será uma boa distração para esta época que apresenta poucas boas opções para quem, como eu, é apaixonado por série. Eu continuarei a assistindo a série e gostaria de contar com vocês junto comigo nesta jornada. Assistam e voltem aqui para me contar se também vão dar uma chance à Motive.