Rectify é a primeira série original do canal Sundance, que conta a história de Daniel Holden, jovem que foi preso aos 18 acusado de estuprar e matar sua namorada. Após vinte anos na prisão, descobre-se que o DNA encontrado no corpo da jovem não é de Daniel, o que faz com que ele seja libertado. A investigação a respeito do assassinato continua, mas Daniel deve ficar livre, pois não há mais provas contra ele.
Imagine passar vinte anos na cadeia por um crime que supostamente não cometeu. Digo supostamente porque em nenhum momento a série diz que Daniel não matou de fato sua namorada. O próprio personagem não se defende. Isso foi, aliás, uma das coisas que mais gostei em Rectify. Daniel é uma incógnita. Ele parece ser uma boa pessoa, principalmente quando interage com sua irmã Amantha e seu meio-irmão Jared, mas ele é totalmente recluso, o que faz com que não consigamos entender exatamente o que ele está pensando. Fico pensando que, talvez, ele seja mesmo o assassino, e, com a sorte que o destino lhe reservou, pretende se vingar de todos aqueles que lhe acusaram. Porém, eu acredito mesmo que ele seja inocente, principalmente após o que ocorreu no final do episódio, o que não o impede de também querer se vingar das pessoas que lhe acusaram injustamente.
Enfim, meu objetivo aqui não é dar grandes spoilers e nem comentar detalhes do episódio, mas é que gostei bastante e por isso me empolgo. A questão é o que o piloto vale muito a pena. Não sei qual é seu estilo de série predileta, mas se você gosta de um drama mais pesado, de um thriller psicológico, vale a pena conferir este piloto. O episódio não tem grandes acontecimentos, também não passa necessariamente rápido, ou tem o estilo de série pipoca, Rectify perturba. Você entende a situação de todas aquelas pessoas e as dúvidas em relação a Daniel, afinal, você mesmo fica em dúvida. A própria mãe de Daniel não tem 100% de certeza da inocência do filho. Como sempre, já me rendi a essa mãe, e as cenas em que ela interage com Daniel, principalmente a que ele sai da cadeia, são emocionantes.
Após Daniel ser preso, sua mãe casa com Ted e tem outro filho com ele, Jared. Ted também já tinha um outro filho, Ted Jr.. É uma família interessante. Ted Jr. é casado com Tawney, uma jovem religiosa que parece estar bastante interessada em Daniel. Quase tanto quanto eu, mas provavelmente não pelos mesmos motivos. Estou interessado em Daniel, e em Rectify, óbvio, pela densidade de sua trama e seus personagens, pelos questionamentos, afrontamentos, dúvidas e respostas que com certeza virão.
Quem gosta de séries sabe o que uma cidade pequena pode significar para o andamento de uma série, então estou ainda mais motivado, pois em Rectify, como não poderia deixar de ser, todos conhecem todos. A população ainda se choca ao lembrar-se do ocorrido e será, sem dúvida, difícil para eles ver livre aquele que julgam ser o culpado, mesmo com a falta de provas.
Se todos esses meus elogios não serão suficientes para você conferir o piloto, que tal um bom nome envolvido na produção? Pois então, eis um: Mark Johnson, produtor executivo de Breaking Bad e vencedor do Oscar de Melhor Filme por Rain Man. Se não estiver satisfeito, que tal mais um vencedor do Oscar? Ray Mckinnon, responsável pelo roteiro, já trabalhou em séries como Sons of Anarchy e Deadwood.
Eu recomendo. Se decidir assistir ao piloto, volte para comentar. E, se já o fez, deixe seu comentário que será muito bem-vindo, pois estou ansioso para discutir sobre a série.
Confira o trailler da série: