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Revolution

Por: em 21 de setembro de 2012

Revolution

Por: em

Dia 17 de setembro estreou na NBC a nova série de J.J. Abrams (como já é de praxe, afinal fall season sem série nova de J.J. não é fall season), Revolution. A novidade agora é que se J.J. já é um nome de peso suficiente para atrair curiosidade para o programa, Revolution traz outra carta na manga: a série foi criada por Eric Kripke, também conhecido como o responsável por trazer Supernatural para nossas vidas. Isso já basta para garantir seu interesse? Não, então adicione a direção de Jon Favreau (Iron Man) e pronto: fórmula irresistível para qualquer fã de entretenimento. Golpe baixo da NBC, concordam?

A boa notícia é que o piloto não nos decepciona. Mas, se formos considerar o histórico de J.J. com pilotos, isso já era de se esperar. Se me pedissem para criar uma lista com os melhores primeiros episódios de séries de todos os tempos, com certeza Alias e Lost estariam em posições altíssimas. Revolution pode não ter conseguido o mesmo feito destas antigas criações do produtor de criar um piloto para entrar para a história da televisão, mas com certeza cumpriu seu papel de introduzir a história de uma maneira instigante que torna difícil abandonar a série logo de cara.

A premissa é ambiciosa: o que aconteceria com o mundo se todos os avanços tecnológicos alcançados ao longo dos anos de repente ficassem indisponíveis? A humanidade se tornou tão dependente destes avanços que se torna difícil imaginar sua sobrevivência nesse tipo de situação. Revolution vem nos mostrar como seria um mundo sem carros, Iphones, Google e, o pior de tudo, sem sorvetes (oh, meu Deus, o terror! dê graças a Deus pelo seu freezer funcionante).

Os primeiros minutos são extremamente impactantes mostrando o momento exato no qual a pane geral se instala. O fenômeno se torna mais curioso pelo fato de não ser simplesmente uma queda de energia, já que carros movidos a combustíveis e celulares funcionando por baterias também param de funcionar. E a única pessoa que parece ter alguma ideia do que está acontecendo é Ben Matheson (Tim Guinee), que minutos antes vimos chegar em casa desesperado alertando sua família do que estava para acontecer.

Passam-se 15 anos e vemos como o mundo se adaptou a nova ordem. Aparentemente, não muito bem. Vemos algumas comunidades que se organizaram e vivem da caça e da agricultura, como a que Ben vive agora com seus filhos (já adolescentes) e sua nova companheira (sendo que a sua esposa da época do blecaute “morreu” – as aspas são necessárias porque é óbvio que ela não morreu, já que é interpretada pela atriz Elizabeth Mitchell, a Juliet de Lost, e eu não acredito que ela tenha sido contratada para fazer uma ponta no piloto e só). O poder é controlado por milícias autoritárias e em alguns locais, como a cidade mostrada, o caos parece reinar. Como a protagonista diz em certo momento, nenhum lugar é seguro, nem a pacata comunidade que vemos no início do episódio.

Essa aparente paz é quebrada quando Capitão Neville, interpretado por Giancarlo Esposito (o Gus de Breaking Bad), chega ao local procurando por Ben a mando do chefe da milícia. Um de seus filhos, Danny (Graham Rogers), oferece resistência e acaba gerando uma situação que leva à morte de Ben e ao sequestro do próprio Danny pelos milicianos. Assim, cabe a Charlie (Tracy Spiridakos), a outra filha de Ben, tentar salvar seu irmão. Antes disso, ela é aconselhada pelas últimas palavras de seu pai a procurar seu tio Miles (Billy Burke), que poderá ajudá-la no resgate do irmão. Então acompanhamos a jornada de Charlie, junto a namorada e ao melhor amigo do pai, tentando salvar o que restou de sua família.

Como é comum em pilotos, nem tudo funcionou muito bem. Na verdade, algumas coisas me incomodaram. Uma delas foi o ataque de asma de Danny (na verdade, os ataques, já que temos mais de um no episódio). Se essa foi uma das formas que encontraram de criar tensão, não funcionou. Não é possível que, durante estes 15 anos sem energia, todos os seus ataques de asma tenham sido tão dramáticos. A namorada do seu pai não era médica? Mesmo assim ele quase morria a cada vez que tinha um ataque? Achei um tanto forçado.

Outro que me incomodou bastante foi Miles, com seu jeito de herói relutante. Esse tipo de personagem me cansa bastante por já ter sido tão explorado. A cena na qual ele enfrenta 88 membros da milícia praticamente sozinho foi triste (o que é isso? Kill Bill?). O cenário ainda piora se levarmos em consideração que alguns destes membros tinham armas de fogo enquanto ele só tinha umas espadas e flechas. Falando nisso, também não gostei dessa mistura. Por que algumas pessoas comuns tinham armas de fogo? Não gostei muito destes conflitos de armas de fogo com facas e espadas (pra mim arma de fogo sempre ganha, não tem nem como lutar).

Mas os aspectos positivos acabaram se sobressaindo. Tivemos alguns personagens carismáticos, como o nerd que trabalhava no Google e era milionário e a própria protagonista corajosa que guarda seus pertences preciosos em uma lancheira de O Retorno de Jedi (já ganhou meu respeito só por isso); e alguns personagens ambíguos que aparentam ter uma história interessante como Nate, interpretado por JD Pardo, e o antigo amigo de Miles, “Bass”, interpretado por David Lyons. Giancarlo Esposito também está muito bem como um dos antagonistas, dizendo frases como “vou matar toda a sua família” com um belo sorriso no rosto.

E com um final feito sob medida para garantir que a audiência voltará para o segundo episódio, as minhas expectativas continuam altas. Agora é só esperar que Kripke mantenha sua promessa feita no painel da série na Comic-Con de que os mistérios levantados não ficarão muito tempo sem resposta e de que o ritmo será agressivo. Só nos resta torcer e confiar nesse time de peso.

O que vocês acharam do piloto de Revolution? Também acham que a série pode dar muito certo ou ainda estão receosos?

Para quem gostou do que viu, fica o convite para acompanhar as reviews semanais da série aqui no Apaixonados por Séries.

 


Maura

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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