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Ringer

Por: em 14 de setembro de 2011

Ringer

Por: em

 

 

Muito se falou a respeito de Ringer, mesmo antes de sua estreia. Quando a CW retirou a série praticamente do lixo da CBS, já se criou um estigma de baixa qualidade em torno do programa simplesmente pelo canal no qual seria exibido. Ora, a CW também é capaz de produzir coisas de qualidade; Nikita e The Vampire Diaries estão aí para provar isso. O burburinho negativo só veio a ficar ainda mais forte com o passar dos dias e o aparecimento das comparações – feitas pelo público brasileiro – com novelas que traziam gêmeas em suas tramas, como A UsurpadoraMulheres de Areia e Paraíso Tropical.

Há que ser feita a justiça: Sim, Ringer lembra – e em muito – a trama dessas telenovelas e, enquanto eu assistia ao episódio piloto, por diversas vezes tive a sensação de estar diante de uma reciclagem de elementos usados nessas histórias. Tal comparação é uma coisa ruim? Depende do ponto de vista. Eu – também um fã de telenovelas – sempre gostei de storylines de gêmeas e com Ringer – mesmo com diversas ressalvas que eu tentarei expor melhor abaixo – não foi diferente.

A história, pra quem ainda não está por dentro, gira em torno de Bridget (retorno de Sarah Michelle Gellar, a eterna Buffy), participante de um grupo de Narcóticos Anônimos e testemunha de um crime profissional. Mesmo com a segurança do FBI em torno de si, ela sabe que sua vida corre perigo e, por isso, pede auxílio à irmã gêmea Siobhan, que mora em Nova York com o marido Andrew e a enteada Juliet, e que esconde de todos a existência da outra. Após Siobhan desaparecer misteriosamente, Bridget assume o lugar da irmã disposta a fugir de sua própria vida, mas acaba descobrindo que, talvez, estaria mais segura como ela mesma.

Tal premissa foi bem apresentada no episódio piloto, que se preocupou exclusivamente em inserir Bridget no mundo de Siobhan e Sarah Michelle Gellar não é a melhor atriz do mundo, mas fica claro o quanto ela está dando o máximo de si para interpretar as gêmeas. Embora Siobhan tenha soado um pouco artificial demais em alguns momentos, a atriz acertou o tom nos momentos em que interpretou Bridget e acredito que ela só tem a melhorar com o tempo.

A trama é recheada de clichês que uma história do tipo pode suportar, mas eles conseguem funcionar e soar críveis, por mais que, em alguns momentos do episódio, eu tenha sentido aquela sensação de já vi isso em algum lugar. Mas ok, eu já esperava por isso – e acredito que a grande maioria também. É o estilo novela de ser com um toque seriado americano, em uma definição rápida. Algumas coisas não ficaram exatamente explicadas (como certos conhecimentos que Bridget tinha a respeito da família de Siobhan, já que ambas não se comunicavam há algum tempo), mas eu acabei deixando passar, por acreditar que isso talvez seja voltado futuramente. E mesmo que não seja, não é algo que vá exatamente me incomodar quando a trama crescer – porque eu acredito que ela vá.

O maior problema do episódio mesmo foi a parte técnica, que chegou a ser constrangedora. É claro que é de conhecimento prévio que a CW é um canal com orçamento abaixo do padrão americano, mas mesmo assim, a edição de Ringer precisa de uma melhora urgente. Não critico o uso do Chroma Key (ou fundo digital), mas certamente as sequências da primeira metade do capítulo – especialmente a do barco – poderiam ser mais bem feitas. Os cortes abruptos também incomodaram um pouco (e vale ressaltar que isso foi constante no capítulo inteiro) e, por algumas vezes, tornaram o ritmo da história um pouco desconfortável de se acompanhar. A impressão que fica é de que tentaram apresentar a maior parte das tramas, sobrepondo uma por cima da outra. Não foi algo que eu seja capaz de dizer que prejudicou totalmente a série, mas a longo prazo, pode se tornar um problema.

O destaque maior do piloto foi mesmo pras gêmeas, mas no pouco tempo de tela que teve, o restante do elenco não decepcionou, com destaque para Kristoffer Polaha que vem com um papel aparentemente mais dark do que o Baze da finada Life UnexpectedNestor Carbonell que provavelmente continua usando o mesmo lápis de olho da época de Lost (e mantém o mesmo ar misterioso também!) e Ioan Gruffud como Andrew, marido de Siobhan e pai da “aborrecente” Juliet.

Alguns mistérios já foram pincelados aqui e ali e, confesso, despertaram minha curiosidade. O clima de Ringer é claramente diferente do padrão teen da CW e mostra o desejo do casal em tentar conquistar um público mais adulto – fato que ela já começou na fall season passada com Nikita.

Se você gosta de uma trama meio mexicana com ares de norte americana, Ringer certamente pode lhe agradar. Mesmo com o clima de novela, a fraca edição e com os habituais clichês de roteiro, eu me interessei pela série e com certeza vou acompanhá-la aqui nas próximas semanas.

E você, me acompanha?


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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