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Running Wilde

Por: em 25 de setembro de 2010

Running Wilde

Por: em

Eu sou daqueles que considera Felicity uma das melhores séries de todos os tempos. Gosto tanto que considero esta a melhor criação do J.J. Abrams (ao contrário da maioria que prefere Lost). Keri Russel, a eterna Felicity, é uma das atrizes que eu faço questão de acompanhar, seja na televisão ou no cinema. Então, imaginem só a minha felicidade quando soube que Keri voltaria à televisão como protagonista de Running Wilde, nova série da Fox. Agora, imaginem a minha decepção após assistir ao piloto e perceber que o seu talento está sendo desperdiçado, ao que tudo indica, em uma das produções mais fracas desta fall season.   

Vamos à sinopse: Steve Wilde, interpretado por Will Arnett (de Arrested Development) é um milionário herdeiro da indústria do petróleo, muito chato, mimado, egoísta e feio (já repararam no tamanho de sua testa?). Acharam a descrição muito infantil? Pois mais infantil ainda é o personagem que, de forma competente, sabe causar vergonha alheia no telespectador. Steve é apaixonado por Emmy (Russel), sua ex-namoradinha da adolescência e, atualmente, uma ambientalista que vive na Floresta Amazônica (Peru) com sua filha Puddle (Stefania Owen).  

Emmy e Steve não se vêm desde que a mãe da moça, que era empregada na mansão da família Wilde, foi demitida. O reencontro do casal ocorre quando as empresas Wilde decidem explorar as terras indígenas onde Emmy está vivendo. Para impedir a exploração das terras, a ativista volta aos EUA, acompanhada de sua filha, para falar com Steve e evitar o desmatamento da floresta.

De início, parece uma sinopse quase interessante. Se Steve não fosse um tolo, com certeza chamaria mais a atenção. Imaginem um homem sério, frio, mas que no fundo ainda consegue se apaixonar por uma mulher totalmente diferente dele. Essa mulher, bonita e gentil, retorna a sua vida para torná-lo um homem melhor. É clichê, eu sei disso, mas é o tipo de clichê que a gente acaba gostando. O problema é que neste caso o protagonista não passa de um bobalhão sem graça.

 A Fox apresentou a série como uma comédia. Sinceramente, ri no máximo umas duas vezes e somente graças aos personagens secundários. Migo (Mel Rodriguez), empregado latino de Steve, é engraçado e tem o carisma que falta ao protagonista. Puddle também tem sua graça, inclusive durante a narração da série, mas também não é nada demais. A garotinha me parece um genérico da Abigail Breslin (do filme Pequena Miss Sunshine): Bonitinha, mas não muito talentosa. A personagem não fala há seis meses só porque não quer mais morar no meio do mato. Não seria mais fácil falar com a sua mãe e pedir para voltar a América?

O reencontro entre Steve e Emmy é de uma frieza, que se realmente existe amor entre eles, provavelmente é no formato de um cubo de gelo. Arnett até se esforça para parecer apaixonado, mas não há química entre os dois. Parece que ela é mulher demais para ele. Puddle, na tentativa de permanecer nos Estados Unidos, pede a Steve que impeça Emmy de levá-la outra vez para a Amazônia. É neste ponto que surge Fa’had (Peter Serafinowicz), um vizinho rico, sem graça e dono de um pônei ridículo, que finge ser um médico para ‘explicar’ a Emmy que sua filha precisa permanecer na América para voltar a falar.

É óbvio que Emmy logo descobre a farsa do falso médico. No começo, ela fica zangada, mas perceber que Steve ajudou sua filha, sem receber algo em troca por isso, a deixa comovida. A ambientalista decide permanecer na mansão, mais especificamente na casa da árvore onde ela costumava ficar quando era jovem e onde, provavelmente, ela e Steve ‘fabricaram’ a pentelha (outro clichê: é óbvio que Puddle é filha dele. Estou errado ao pensar assim?)

O ritmo da história também não ajuda muito no desenvolvimento da série. Tudo acontece rápido demais, as cenas voam e os personagens vão e voltam o tempo todo. Fica até difícil respirar. Talvez, se a série fosse mais bem elaborada, até valesse a pena mais vinte minutos para contar a história de maneira mais eficaz.

Eu tenho a esperança de que tudo melhore. Sei que parece contraditório depois de tudo o que eu disse acima, mas não acho que a série seja de todo mal. Os problemas que eu mencionei podem ser corrigidos para tornar Running Wilde em uma série leve e divertida (ao contrário de agora: insossa e bobinha). Arnett, que também é produtor da série, já foi muito elogiado na época de Arrested Development. Duvido muito que o talento dele tenha desaparecido. Além disso, como disse anteriomente, sou fã da Keri. Ela me motiva a continuar.

Aguardem as reviews dos próximos episódios, caso a série não seja cancelada devido à baixa audiência. O piloto não foi lá muito bem nesse quesito e as críticas têm sido péssimas. Parece que a Fox não está com sorte nas estréias (vide Lone Star). Para quem se interessar, acompanhe Running Wilde conosco. Seja para falar bem ou mal. O convite está feito.


Rodolfo

Uma versão masculina da Summer (de '500 Dias com Ela'): Fã de Indie Rock, o certinho da época da Faculdade e um completo 'desapaixonado'

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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