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Primeiras Impressões: StartUp

Por: em 15 de setembro de 2016

Primeiras Impressões: StartUp

Por: em

Sempre que assisto o primeiro episódio de uma série, me faço a mesma pergunta: Eu quero continuar assistindo a essa história? E imagino que você, caro leitor, questione a mesma coisa. Principalmente agora que os retornos e estreias começam a acumular na nossa grade. Com StartUp, eu já sabia nos primeiros 20 minutos que não me entregaria aos outros nove episódios que estão disponíveis no Crackle.

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Criada por Ben Ketai (Chosen), StartUp traça a vida de quatro personagens que aparentemente não têm nenhuma ligação mas que ao decorrer do piloto acabam se encontrando. O primeiro personagem apresentado é Phil Rask, interpretado por Martin Freeman (Sherlock Fargo), um agente do FBI corrupto e agressivo que faz tudo em benefício do próprio enriquecimento. Rask está na cola de Andrew Talman (Carl Weintraub), um banqueiro que para esconder o dinheiro roubado decide entregar para o filho, Nick Talman (Adam Brody). Nick não quer ser relacionado aos negócios do pai, mas inevitavelmente acaba usando o dinheiro para investir no algorítimo de Izzy Morales (Otmara Marrero), uma programadora que desenvolveu uma moeda digital que vai “mudar o mundo”. Por fora, a série apresenta Ronald Dacey (Edi Gathegi), um gangster com coração de família que tem uma ligação não explicada e resolvida com Andrew.

É um cardápio colorido e interessante de personagens que StartUp desperdiça com apresentações superficiais. Nos 54 minutos que compõem Seed Money, o drama simplesmente se esquece dos sentimentos, emoções ou motivações que formam essas pessoas. E é fácil notar que não é um problema com os atores, pois Freeman, Brody, Otmara e Gathegi entregam atuações consistentes.

O momento mais interessante do episódio é uma conversa apreensiva que começa despretensiosa mas rapidamente escala para Rask contando sobre a tentativa de suicídio de seu pai e questionando a existência de Deus. Nessa cena, percebemos duas pessoas tentando esconder intensões no jeito que falam e se comportam, mas é a única que é possível enxergar personagens tridimensionais. Nos outros minutos, o carisma que era possível notar no trabalho anterior de Freeman e Brody (e até de Gathegi em The Blacklist), por exemplo, desaparece quase magicamente. É impossível se identificar, gostar ou simplesmente se importar com algum desses personagens.

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Logo, a série apela para as coisas banais, mais especificamente dinheiro, sexo e violência. Só nos primeiros 15 minutos, vemos três cenas de sexo totalmente desnecessárias provavelmente para atrair o espectador com elementos que impressionam fácil. Novamente, a série se esquece que essas coisas devem ter uma razão para existir no universo criado para mover o público da forma que ela deseja, mas essas cenas são gratuitas.

StartUp quer parecer sombria, mas é uma série vazia e sem identidade. A impressão que fica é de desperdício. Desperdício de uma história poderia ser interessante ao explorar a ascensão de uma empresa tecnológica ou até mesmo o cenário social de Miami. E principalmente, desperdício de um cast talentoso que merecia muito mais.

Já assistiu StartUp? Acha que a série deve ganhar uma chance? Deixe seu comentário!


Nathani Mota

Jornalista, nerd e feminista. Melhor amiga da Mindy Kaling, mesmo que ela não saiba disso.

Salto / São Paulo

Série Favorita: Sherlock

Não assiste de jeito nenhum: Two and Half Men

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