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The Big C

Por: em 15 de agosto de 2010

The Big C

Por: em

Nesse mundo de séries não há como não fazer comparações. O canal Showtime tem fama em mostrar mulheres como suas personagens principais, líderes de suas séries, o que deu muito certo até hoje. The Big C continua com a “tradição” e traz mais uma mulher forte interpretada por outro grande nome.

Nurse Jackie, United States of Tara e Weeds apresentam Jackie, Tara e Nancy, três mulheres que lutam pela vida, sofrem, mas sempre buscam a melhora, de qualquer forma que conseguirem. Todas elas fazem escolhas, seja Jackie com as drogas, Tara com a doença e Nancy com seu trabalho irregular. E mais, existem meios e formas de que elas acabem o sofrimento: procurando ajuda, fazendo terapia, tomando remédios, pensando nos filhos…The Big C traz mais uma vez essa fórmula, com algumas diferenças, mas que pode ser mais uma bola dentro.

Cathy Jamison é uma professora acomodada. Esposa e mãe que leva a vida se preocupando com coisas fúteis como a cor da casa ou a mancha do sofá. Deixa de apreciar suas próprias preferências culinárias para deixar o marido satisfeito e nunca teve vontade de mudar de vida. Até que é diagnosticada com melanoma, um dos piores tipos de câncer de pele. Ela então manda o marido infantil para fora de casa, resolve colocar ordem no filho e viver…simplesmente viver e ser feliz, escolhendo não sofrer com um tratamento contra o câncer, mas aproveitar o resto do tempo que tem.

Basicamente a série é isso, com ótimas interpretações e o humor negro famoso do Showtime. Outras características em comum com as outras séries do canal são os irmãos/irmãs da personagem, que tendem a criticar ou tentar mudar a vida da irmã; o filho rebelde que sofre com a forma de vida da mãe e o velho e bom amigo/inimigo, um ponto de apoio para a personagem central. O que me preocupa é que em United States of Tara ou em Weeds a série tem um centro importante para a recuperação da personagem ou da situação em que ela vive e que terminaria a longo prazo. Já The Big C não propõem um centro tão bem definido, visto que não existe algo a mais como a doença dissociativa de Tara ou a vida ilegal de Nancy. Aposto que será divertido e bem emocionante acompanhar a mudança de vida de Cathy e sua luta contra o câncer, mas a história precisa de inovações ao longo de seu curso e não imagino isso acontecendo em The Big C sem mostrar algumas partes irreais de uma vida real. Porém isso é algo que só poderemos ver acompanhando a série de perto.

No mais, The Big C tem diálogos interessantes e devaneios inteligentes de Cathy, como o desabafo sensacional com o cachorro da vizinha. Ela aliás, Marlene, deverá ser uma ótima adição na trama, sendo o apoio emocional de Cathy. O filho Adam é outro famoso rebelde, mas não posso mentir e dizer que ri demais com as piadas de tremendo humor negro do filho para com a mãe, e a ótima vingança de Cathy no final do episódio. Oliver Platt como o marido Paul também está ótimo e apesar de estar longe da esposa por ser infantil e atrasar a vida dela, Paul deve continuar sendo um bom amigo e outro apoio emocional. Uma das aparições que eu mais esperava era de Gabourey Sidibe, a estrela do filme Preciosa, que faz a aluna Andrea, outra adolescente rebelde que Cathy tentará ajudar. Se os diálogos das duas continuarem como a comparação entre gordos bem humorados e magrelos babacas, já estará valendo a pena.

Ainda no elenco estão Reid Scott (My Boys) como o oncologista Todd, médico iniciante e que pode até se desenvolver como interesse romântico de Cathy, além dos super engraçados folhetos de ajuda para ela. O irmão de Cathy, Sean é um ponto interessante, já que representa tudo que a irmã desejaria ser, mas não tão extremo. Sean escolhe viver como um sem-teto, comer sobras de refeições e viver a vida com tal filosofia, negando capitalismo e outras convenções da sociedade. A relação deles é divertida e espero que continuem mostrando. O brilhantismo fica com Laura Linney, perfeita como Cathy e provavelmente um dos futuros nomes na lista de indicados ao Emmy.

O piloto se preocupou em apresentar os personagens e a nova mudança na vida de Cathy. Ela não quer que sintam pena ou que se preocupem com a doença, tanto que não contou para o marido, ou para o filho, nem para o irmão. The Big C é outra aposta ousada do Showtime mostrando mulheres que mandam em suas vidas, reais, e com problemas, mas a série não se preocupa em focar na doença, afinal o câncer é apenas o pontapé inicial, podendo ser qualquer outra coisa, que fizesse com que Cathy começasse a repensar sobre sua vida. As vezes pode ser tarde demais.

The Big C estreia nesse dia 16, logo após a season premiere de Weeds, mas como de costume do canal, o piloto já vazou na internet para testar o público.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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