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Primeiras Impressões: The End of The Fucking World

Por: em 7 de novembro de 2017

Primeiras Impressões: The End of The Fucking World

Por: em

Entre as diversas séries sendo lançadas nesta temporada, chegou a vez de comentar sobre The End of The Fucking World, que mostra ao público como o clichê de série jovem britânica nunca costuma falhar.

Reprodução/Channel 4

Sendo exibido pelo Channel 4 em parceria com a Netflix, canal famoso por séries como My Mad Fat Diary, a série criada e escrita por Charlie Covell conta com Alex Lawther (Black Mirror) e Jessica Barden (Penny Dreadful) no elenco principal, além de Steve Oram (Glue), Wunmi Mosaku (In The Flesh), Jack Veal (Tin Star), Gemma Whelan (Game of Thrones), Christine Bottomley (Fearless) e Navin Chowdhry (Teachers). Com uma sinopse simples, acompanhamos James e Alyssa, dois adolescentes que, em sua estranheza, encontram uma perfeita parceria.

Com um padrão praticamente estabelecido, a fotografia traz o mesmo clima do interior da Europa que vemos em outras séries do gênero, como Skins. As atuações, por sua vez, são competentes e lembram bastante o tipo de atuação que costumamos ver em séries e filmes britânicos voltados ao público jovem. Porém, o destaque acaba ficando com a trilha sonora, que sempre são um ponto alto do canal. Cada música parece interagir com o momento e com o que os personagens sentem interiormente, ajudando o público a entender e absorver o momento.

Reprodução/Channel 4

Logo de início, já vemos a série sendo divida entre os pontos de vista dos dois protagonistas, James e Alyssa, com cada cena intercalando entre si. Além disso, temos também o pensamento de cada um deles sendo narrado para o público, dessa forma, nos deixando entrar melhor na cabeça dos personagens e conhecer a verdade nua e crua sobre cada um deles. Sem rodeios, os dois adolescentes já mostram a pura essência de cada um. Enquanto James tem uma mente completamente fodida, Aly (me permitam o apelido) tem uma vida completamente fodida. Desse modo, na primeira interação entre eles já é possível ver como ambos os personagens funcionam juntos, mostrando ao público que um parece completar o outro, mesmo que de um modo estranho.

Seguindo o processo de acontecimentos e atitudes surreais vistos em séries britânicas, como The Inbetweeners, mas com o exagero que já vimos em Fresh Meat, os protagonistas apresentam suas vidas, suas famílias e seus pensamentos mais obscuros para o público. Em uma estranheza que acaba divertindo, James revela a psicopatia que está por dentro da sua mente, a qual já o fez machucar a si mesmo e a outros, incluindo assassinato de animais, mas que agora pede mais, o fazendo almejar pelo assassinato de um humano. Por outro lado, vemos Alyssa com uma grande ferida deixada pelo abandono do pai, que acaba sendo pressionada todos os dias com o padrasto babaca que sua mãe trouxe para casa.

Enquanto James desde a infância já exibia sinais de antissocialismo e individualidade, Aly parece querer algo mais para preencher o vazio que existe em si. E, apesar de correr um possível perigo por estar perto de alguém com pensamentos tão sombrios quanto o garoto, ela acaba se sentindo segura perto dele, o fazendo pensar que ela talvez seja a parceira perfeita para o que ele deseja fazer… Ou a vítima perfeita. De todo modo, os dois são adolescentes que, embora ainda estejam aprendendo as lições da vida, já parecem prontos para enfrentar o mundo de volta, por vezes lembrando o filme Submarine.

Claro, o mesmo estilo de séries britânicas que acaba sendo o ponto positivo, também acaba sendo o ponto negativo. Você só vai conseguir aproveitar a série de verdade se esse realmente for seu estilo de entretenimento. Caso contrário, o curto episódio provavelmente será um misto de “o que eu estou assistindo?” com “falta muito para acabar isso?”.

Reprodução/Channel 4

No geral, The End of The Fucking World é uma série para quem está disposto a acompanhar dramas de jovens que não têm medo de soltar as verdades, mas que em alguns momentos podem assustar com a clareza dos fatos. Apesar de não ser uma série que eu indicaria para todos, o piloto se mostrou um bom começo, que deve seguir em episódios que continuam a trabalhar a trama simples, mas elaborada.

 


E você? O que achou do episódio? Não se esqueça de deixar sua opinião e continuar acompanhando as reviews aqui, no Apaixonados por Séries.


Lucas de Siqueira

Apaixonado por Tom Holland, séries históricas, documentários sombrios e guerras. 19 anos de pura imersão em diferentes universos através da leitura e pronto para criar outros através da escrita.

Santa Branca/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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