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Primeiras Impressões: The Last Tycoon

Por: em 31 de julho de 2017

Primeiras Impressões: The Last Tycoon

Por: em

Spoiler Alert!

Este texto contém spoilers leves,

nada que estrague a série ou a sua experiência.

The Last Tycoon é a mais nova aposta da Amazon em conteúdo original. Com uma bela reconstituição dos anos 1930, figurinos impecáveis e um elenco estrelar, a série parece ter todos os ingredientes para um grande drama de época. O resultado, no entanto, parece mais uma colagem de situações e frases de efeito que tentam emular algo do tipo, e falha ao entregar um produto bonito, mas vazio.

Baseado no último livro (não finalizado) de F. Scott Fitzgerald, O Último Magnata, o seriado conta a história de Monroe Stahr, executivo de um estúdio de Hollywood interpretado por Matt Bomer (White Collar). Stahr, sempre em busca do filme perfeito, vive em conflito com o dono do estúdio Pat Brady (Kelsey Grammer), mais preocupado em fazer dinheiro. Como pano de fundo, temos a ascensão do nazismo e a influência da Alemanha na produção de filmes, além da pobreza vivida nos Estados Unidos por conta da Grande Depressão.

Divulgação/Amazon Prime

O piloto de The Last Tycoon peca pelo excesso de informação e a tentativa insistente, quase incômoda, de querer produzir comoção no telespectador. Ficamos sabendo que a mulher de Stahr morreu em um trágico incêndio na mansão do casal logo no começo do episódio, mas a falta de sutileza com que o sofrimento dele é mostrado não produz a empatia necessária para se importar com isso. Depois, descobrimos que ele tem um problema cardíaco e pode morrer a qualquer momento. Em seguida, um dos roteiristas do estúdio se mata porque seu filme não será mais produzido. Tudo parece meio jogado pelo roteiro, um verdadeiro desperdício de tramas.

Temos também a filha do patrão, Celia (Lily Collins), que deseja ser roteirista e produtora, mas acima de tudo, deseja se casar com Stahr. Ele, aparentemente, não dá muita bola para ela, nem para nenhuma outra das várias mulheres que praticamente se jogam em cima dele. Mas é claro que isso muda quando ele conhece a garçonete Kathleen Moore (Dominique McElligott), por quem fica encantado. Mais clichê, impossível.

Os diálogos foram algo que me incomodaram bastante. Há uma infinidade de frases feitas sendo ditas a todo momento, com o intuito de causar algum impacto. Ao invés disso, parece que estamos assistindo alguma novela (ruim) da Globo, ou mesmo um dramalhão mexicano. As cenas entre Stahr e Pat, principalmente, são assim. Não há sutileza nenhuma em mostrar que Pat é uma figura paterna para Monroe, que tenta a todo momento mostrar seu valor para o ‘pai’.

Divulgação/Amazon Prime

Há ainda a trama dos jovens sem-teto, que estão acampados atrás do terreno do estúdio. A troca de olhares nada sutil entre Pat e um dos garotos mostra que eles terão alguma história na série, mas, como em quase todo o episódio, não há muito o que se tirar dali por enquanto.

Para não pensarem que estou de mau humor e achei tudo ruim, os atores são bons e se esforçam. Destaque para Matt Bomer e Dominique McElligott, que mesmo com todos os clichês conseguem fazer de Monroe e Kathleen um futuro casal crível e com química. Há potencial sim para a série, falta apenas que o roteiro tenha um foco. O final do piloto, inclusive, fez eu ter vontade de assistir o próximo episódio. A trama inesperada adiciona camadas às personalidades dos personagens envolvidos e dá esperança de mais conteúdo para uma série tão bem produzida.

Todos os nove episódios de The Last Tycoon já estão disponíveis para os assinantes da Amazon Prime, inclusive no Brasil. Se você já assistiu, deixe nos comentários o que achou!


Thais Gonzaga

Jornalista, mãe, apaixonada por séries desde a época da Sessão Comédia, Gosto de dramas que emocionam e de comédias inteligentes. Também sou fã dos seriados de super-heróis.

São Bernardo do Campo, SP

Série Favorita: Outlander

Não assiste de jeito nenhum: The Blacklist

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