The Mob Doctor é a nova aposta da FOX para a fall season. A trama parece simples: uma médica, ainda residente, bastante competente e que tem problemas com seus superiores e tem um caso com um colega. Parece familiar? SIM! Até aí é muito semelhante à saudosa Grey’s Anatomy, que, ao contrário de The Mob Doctor, consegue explorar, na maioria das vezes, seus personagens e relacionamentos.
Porém, essa nova série vai um pouco além, e foi exatamente isso que me fez assistir o episódio, a protagonista Grace (Jordana Spiro), além de seu trabalho no hospital, oferece seus serviços aos mafiosos de Chicago, em troca de no passado terem poupado a vida de seu irmão. Inicialmente, nossa não tão inocente heroína imaginou que sua dedicação aos trangressores da lei se restringiria a suturas, curativos e trabalhos mais simples. Então, como pontapé inicial da série, o grande vilão – que me assustou menos que qualquer outro personagem -, exige que Grace mate um de seus pacientes no hospital, durante uma cirurgia.
Nesse momento, a personalidade de Grace entra em choque. Qualquer um, menos Grace, sabia que esse dia chegaria. Afinal, ela não poderia ser tão inocente ao ponto de acreditar que simples costuradas salvariam a vida de seu irmão. O grande problema de The Mob Doctor aparece nessa ocasião: Grace tem personalidade forte, tem seus últimos resquícios de moralidade, mas em nenhum momento comove o espectador. Eu, e acredito que muitos outros também, não esbocei qualquer sentimento pela personagem. E quando o personagem principal não tem empatia com o público, e quando o elenco é pequeno, como é o caso da série, tudo indica que isso não irá funcionar.
Temos pontos positivos, claro, e assim como os negativos, eles não são poucos e nem tímidos. A mãe de Grace é a típica mãe preocupada com a vida amorosa da filha, quase, em alguns momentos, fútil. O irmão é a típica ovelha negra da família, apesar de ser bajulado pela mãe. Ele me lembrou um pouco o Jeremy, de The Vampire Diaries. Essa relação familiar, junto com o desenrolar da trama no final do episódio, quando temos a descoberta de um novo vilão, que tem uma relação quase fraterna com Grace, eu, pela primeira vez, senti que a série poderia traçar um bom caminho.
A cena final não poderia ser diferente. Quando o novo chefe de Grace lhe dá a opção de sair da cidade para livrar-se de todos aqueles que poderiam querer vingar-se dela ou, caso contrário, continuar com a parceria de crimes médicos em troca de proteção, a moça decide sei lá eu o porquê, ficar. O dia do fico para Grace. Óbvio, afinal, se ela se mudasse com a família para outra cidade , eles seriam felizes, se livrariam da dívida e de todos que os conheciam, e poderiam recomeçar, como sem dúvida é o desejo dessa família. Mas se essa fosse a decisão de Grace, a série simplesmente terminaria. E nós sabemos que ao menos mais 12 episódios The Mob Doctor terá.
Não vejo, aliás, um futuro mais extenso para essa série. Além das críticas terem sido bastante mornas, a audiência também não agradou nem um pouquinho. O episódio piloto teve um total de 5,1 milhões de telespectadores, número baixo para os padrões da FOX. A série é de responsabilidade de Josh Berman e Rob Wrigth, que já passaram em CSI, Bones e se encontraram em Drop Dead Diva. Este episódio piloto foi exibido no última dia 17 e os próximos irão ao ar periodicamente em toda segunda-feira.
