Eu demorei para acreditar no que eu estava vendo, tão absurda era a trama apresentada em tela. Depois de terem problemas com o crescimento da temperatura no seu planeta, os zabvronianos decidem testar sua adaptação no planeta Terra. Juntos, eles compram uma vila inteira só para eles, Hidden Hills, cenário principal dessa nova comédia. O grande problema é que o principal meio de comunicação, algo chamado Pupar, está com a bateria se esgotando e, pelo menos aparentemente, não há como recarregar, o que, com o passar do tempo, gera a insatisfação de alguns dos aliens. Essa insatisfação faz com que alguns deles decidam voltar para seu planeta de origem, liberando espaço na comunidade para que a interação com os humanos acontecesse. A partir desse mote, que a trama principal começa a ser desenvolvida. A família Weaver muda-se para a comunidade e passa a lidar com aquelas pessoas estranhas, de costumes bizarros e totalmente dependentes de vossa atenção.
Apresentada a série como um todo, passamos a analisar mais criticamente este episódio piloto. Gente, que trama mais retardada é essa? Tenho que confessar que eu ria em alguns momentos, mas era do papel tão ridículo que a série estava se prestando. Sim, quem produz um seriado como esse não espera que seus telespectadores levem tal coisa a sério, porém faltava tudo ali. Os atores tem uma empatia baixíssima, sendo complicado criar aquele link de cumplicidade entre espectador-personagem que se faz necessário durante um piloto – destaque para o casal humano principal, vividos por Jami Gertz e Lenny Venito, que eram os únicos a funcionarem em tela, porque o elenco jovem era algo lamentável.
E é como eu ressaltei acima, em alguns momentos você vai rir, porque os aliens fazem umas coisas muito inesperadas em situações que não condizem com aquele tipo de atitude – vide a ínfima animação nas comemorações, seu jeito de se alimentar, o cuidado com pupar e até a maneira com que fazem sexo (que foi a hora que eu ri bastante) – mas é só isso, o que é bem esgotável, se formos analisar friamente. Não vejo como as situações engraçadas desse piloto podem perdurar por uma temporada inteira ou até outras temporadas – o que é um problema pelo menos para mim, pois não consigo mais me dispor a assistir uma série que eu sei que não terá futuro, me sinto perdendo o meu tempo. Mas claro, sempre podemos ser surpreendidos – ou não.
Particularmente outra coisa que não gostei muito foi da interação entre os casais, parecendo tudo muito forçado e, vejam bem, eu entendo que a relação com aliens é uma coisa forçada, mas me pareceu que até no papel que eles tinha assumido para seus personagens, estava faltando alguma coisa. O elenco não tem química alguma, o que fica claro desde o primeiro momento do episódio, dificultando ainda mais com que gostemos do que estamos assistindo. Fora que os efeitos gráficos da real aparência dos seres extraterrestres me pareceram meio porcos, feitos de qualquer jeito pela emissora.
Acho que o que presenciamos aqui é a extrema falta de criatividade que a televisão americana chegou, levando a acreditar que um projeto como esse possa dar certo. Vejam bem, posso pagar pela minha boca e The Neighbors ser o novo sucesso da fall season, mas considerando o formato que nos foi apresentado nesse piloto, acredito ser complicado manter um nível de qualidade em uma série em que a criatividade beira o ridículo a todo o segundo. Se, e existe um grande SE nisso, a série continuar fazendo rir com suas situações para lá de estranhas, algumas risadas você irá dar. Porém é complicado falar em estabilidade após a exibição somente do piloto. Essa é uma série que para ser creditado algum adjetivo precisa de um maior material de apoio. Ficamos assim então, esperando pelos próximos episódios para ver onde essa doideira vai parar e também saber se o público americano está disposto a assistir a nova comédia da ABC.
Mas não se prenda aos meus comentários, faço questão de ouvir o que você tem a falar, portanto aqui embaixo é o seu espaço – use-o!
