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Quando as séries se perdem…

Por: em 8 de maio de 2010

Quando as séries se perdem…

Por: em

Atire a primeira pedra quem nunca se decepcionou com uma de suas séries favoritas. Tudo caminha bem e de repente, quando você menos espera, tudo começa a desandar… As histórias perdem a graça, os personagens praticamente mudam de personalidade, e você se questiona o que diabos está acontecendo àquela série, antes tão boa!

Foi pensando em momentos decepcionantes como esses que escrevemos esse post. A idéia, claro, era falar de séries realmente boas que em algum momento foram prejudicadas por péssimas escolhas. Então não espere encontrar por aqui bombas em potencial como Heroes ou 90210.

Friends – Joey e Rachel

Joey e Rachel podem até ser um casal querido por muitos fãs de Friends, mas eles também são os grandes responsáveis pela queda de nível da série na 9ª temporada. O casal mais querido da série sempre foi Ross e Rachel, a maior graça de Joey sempre foi a sua capacidade de ser mulherengo e ao mesmo tempo inocente. Ou seja, a possibilidade da existência real de um casal como Rachel e Joey acabaria com dois dos paradigmas inicias da série.

E parece que no recesso entre a 9ª e a 10ª temporada os roteiristas também perceberam isso. Depois de episódios e mais episódios de lenga-lenga e enrolação até finalmente sair o primeiro beijo, o relacionamento dos dois durou incríveis 3 episódios. Não tardou pra Joey e Rachel perceberem o óbvio, eles eram grandes amigos e aquilo era mais importante que qualquer coisa.

Dexter – Miguel Prado

Dexter é, sem sombra de dúvidas, uma das melhores séries da atualidade, e nem ela escapa de escorregões. Na terceira temporada fomos apresentados a Miguel, um promotor que viria a se tornar melhor amigo de Dexter, descobrindo a verdade sobre o dark pessenger e tentando se tornar seu fiel escudeiro.

Mas Batman e Robin já nos ensinaram que duplas dinâmicas não costumam dar muito certo, e na medida em que Dexter ia se enrolando com Miguel, mais arrastada ia ficando a terceira temporada da série. O resultado? Um final que mais parecia um anti-climax, pontuado pela morte vazia e ligeiramente precipitada de Miguel.

ER – África

Poucas séries resistem tão dignamente a uma longevidade de 15 anos como ER conseguiu. E em 15 anos, como não poderia deixar de ser, muitas vezes a série se perdeu e saiu dos trilhos… Mas nenhum desvio foi tão grande quanto a África.

Os episódios que se passavam do outro lado do Atlântico eram totalmente díspares da dinâmica original da série, quase sempre envoltos numa áurea de tristeza sem fim e sem esperança. Claro, fugir da fórmula pode ser bom, mas tem como gostar de algo que é apresentado como fator principal da separação de um dos casais mais queridos da série? Abby e Carter nunca mais foram os mesmos depois que John foi tentar resolver seus problemas no continente africano. E, como se já não bastasse, anos depois a Africa também levou Luka Kovac por uns tempos, e depois disso não houve mais miséria que compadecesse nossos corações.

Ugly Betty – A 3ª Temporada

Ugly Betty sempre foi uma série fora dos padrões dos americanos, com algumas tramas que só teriam como dar certo dentro da fantasia que era o seriado. E então os produtores decidiram colocar um pouco mais de realidade e esqueceram da história. Pois é, a gente pode até dizer que a terceira temporada foi um filler gigantesco apenas para nos situarmos para a ótima quarta temporada.

Tivemos a Betty saindo da casa do pai e nada realmente mudou na dinâmica da família. Ela teve seus relacionamentos que não foram para frente (de novo), a participação especial tão alardeada da Lindsay Lohan foi quase um fracasso e ainda tivemos a saída de uma das personagens mais queridas da série, a estilista Christina. Além de uma trama profissional para Betty e Marc que acabou em lugar algum. A única coisa boa desta temporada foi o Connor, que tirava o nosso fôlego e da Wilhelmina sempre que aparecia.

One Tree Hill – Nanny Carrie

Quem assiste a série sabe: One Tree Hill gosta de mudar as regras do jogo. A série pode ser, em uma única temporada, uma comédia, um drama e até mesmo um suspense. A prova positiva disso foi o irmão de Peyton, que deu as caras na 4ª temporada e ficou conhecido como Psycho Derek. Na época, a idéia se mostrou positiva, trazendo a série um acréscimo em sua audiência nos episódios em que o vilãosinho enlouqueceu e partiu pra cima da irmã.

Na tentativa de repetir a fórmula de suspense, os roteiristas criaram a intragável Nanny Carrie. Ela surgiu na 5ª temporada e não demorou a mostrar suas garras, deu em cima de Nathan, sequestrou Jamie, e quando nós achamos que ela tinha finalmente ido embora, Nanny Carrie ressurgiu das cinzas pra provar que não estava pra brincadeira, sequestrou Dan e tornou a raptar Jamie… Só que a essa altura, quem ainda tinha paciência? Ninguém gostou da nova trama e os roteiristas finalmente aprenderam: uma vez é bom, duas é demais. Principalmente se der em cima do Nathan!

Lost – Paulo e Nikki

Muitos fãs se perguntavam o que acontecia com os sobreviventes figurantes do acidente, já que nada se falava sobre eles, apenas mostrando Jack, Kate, Sawyer e companhia. Em resposta a essas inquietações, os produtores criaram os personagens Nikki e Paulo. Porém, quando a terceira temporada começou, o público queria saber o que iria acontecer com os personagens já conhecidos, e não histórias sobre dois personagens desconhecidos, aparecendo do nada e tendo certa importância na trama.

A 3ª temporada é considerada a pior de todas pela maioria dos fãs, e Paulo e Nikki contribuíram para a situação. Muitos críticos apontaram os personagens como chatos e sem graça, enquanto outros brincaram que eles eram bonitos demais para serem reais, porém, em uma recente equete os fãs apontam os produtores como culpados pela má introdução. A resposta dos fãs foi tão negativa (críticas atrás de críticas e a audiência caindo rápido) que os produtores resolveram cortar o mal pela raiz e no mesmo episódio em que conhecemos mais da atriz Nikki e do brasileiro Paulo, ambos foram enterrados vivos pelos outros personagens. Querendo ou não, a audiência voltou a ficar estável após a exibição de Exposé, episódio que mostrou a morte de Paulo e Nikki e também o menos assistido da temporada e Lost voltou aos trilhos perto do fim, trazendo logo depois uma ótima quarta temporada.

Gilmore Girls – Casamento de Lorelai e Christopher

É fácil culpar a chegada de David Rosenthal como principal causa do casamento de Lorelai e Christopher. O cara não era o showrunner original da série, e estava apenas preenchendo um buraco, certo? Mas quem pensa assim esquece que foi Amy Sherman-Palladino quem escreveu os primeiros passos desse retorno. O episódio em que Lorelai acorda ao lado de Christopher, no último episódio da sexta temporada, foi escrito por ela, e foi aí em que tudo que houve de pior na última temporada começou.

Lorelai não era ela mesma ao lado de Christopher e isso foi ficando claro ao longo daquele fatídico início de temporada. Tudo culminou no estranhíssimo episódio French Twist, em que vemos Lorelai se comportar como uma outra personagem qualquer, dizendo falas românticas que pareciam saídas de algum livro bem cafona. Como todo bom fã de Gilmore Girls sabe, a Lorelai que conhecemos jamais se casaria sem Rory!

The Big Bang Theory – Bazinga!

Sheldon é a melhor coisa de TBBT? Sem sombra de dúvidas. Mas não dá pra apostar todas as fichas no personagem, ou em muito menos tempo do que o desejável a série vai acabar se destacando. Um grande exemplo desse exagero é o, já histórico, “Bazinga!” do personagem.

Se antes a expressão era usada com parcimônia, servindo sempre para coroar momentos engraçadissimos da série, hoje em dia ela já começa a cair no lugar comum, sendo utilizada a torto e a direito, como artifício barato para fazer rir. Claro, Sheldon continua hilário e esse recente exagero ainda não manchou sua reputação, mas alguém duvida que com o tempo o uso exagerado do “Bazinga!” pode prejudicar a série? É como qualquer outra coisa, em excesso faz mal.

Brothers & Sisters – Narrow Lake

Durante a elaboração desse post, tentamos não eleger nenhuma situação que ainda estivesse se desenvolvendo em sua série. Mas é impossível escrever um post sobre séries que se perderam em determinado momento e não citar Brothers & Sisters. Toda a quarta temporada tem andado mais perdida do que cego em tiroteio, mas nada é tão intragável quanto a trama de Narrow Lake.

São meses de enrolação e até agora não se sabe o que está na tal Narrow Lake. É um lago? Um pássaro? Um avião? Na verdade o anagrama para Nora Walker nada mais é do que um pedaço de terra que William adquiriu a um milhão de anos atrás. O que está escondido nessas terras? Só o futuro dirá, isso, é claro, se aguentarmos essa atmosfera fajuta de mistério até lá. Até lá, segura esse sorriso amarelo, Nora!

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Lembra de mais acontecimentos que desandaram a sua série favorita? Deixe sua sugestão, quem sabe não escrevemos um novo post?

Obrigada a Bianca e ao Caio que me ajudaram com Ugly Betty e Lost.


Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

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