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Quantico – 1×04 Kill

Por: em 19 de outubro de 2015

Quantico – 1×04 Kill

Por: em

Que Quantico é uma das séries de maior sucesso entre as estreias desta fall season, não é nenhuma novidade. Imagine a alegria do público depois que confirmaram que serão produzidos mais seis episódios! Mas enquanto o mundo ia ao delírio na semana passada, eu começava a passar pela minha primeira crise com a série. Quase um déjà vu com outra queridinha do público, Sense8.

Claro que depois de uma semana longe da rotina de acompanhar a série quase que em tempo real, comecei a observar que pra variar depositei expectativa demais, e neste ponto assumo toda a culpa. O melhor nisso tudo é que dá pra ser remediado, espero. A resposta na verdade esteve o tempo todo comigo, dando as caras já nas primeiras impressões da série: não leve Quantico tão a sério! O problema foi que em meio à avalanche de informações acabei me esquecendo disso e sofrendo um pouco com alguns pontos fracos da série, como a atuação de Alex direto da Escola Ricardo Macchi de atores, seu disfarce cabelo/carão style, ou nas cenas de ação que mais lembravam uma apresentação de balé contemporâneo, ou a constante sensação de que Miranda irá rir ao fim de um dos diálogos, enfim…

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O episódio da semana veio com a missão particular de fazer com que eu desse mais uma chance para Quantico, evitando criar uma antipatia declarada pelos personagens e consequentemente pela trama. Claro que a minha falta de empatia pela protagonista e por parte do elenco, não ajuda nessa tarefa, mas como diria o jargão: sou brasileiro e não desisto nunca! E que bom que decidi continuar. Tanto, que considero Kill superior ao episódio da semana passada, pois mostrou um maior aprofundamento na relação entre os recrutas e consequentemente nas várias verdades dos personagens; Se Alex continua fugindo? Claro. Se há mais gente envolvida e que é espião de x investigando y? Também. Mas o que me animou de verdade foi ver que as histórias paralelas começam, finalmente, a fazer sentido e não apenas girar em torno da fuga de Parrish. O que dizer então das referências maravilhosas e bem inseridas usadas pelos roteiristas?

“My life is in your hands? Calm down, Blake Lively.
I’ll make sure you don’t chip your French tips.” – Caleb

O fato de sairmos do universo “Alex” me agrada, já que esse lance da recruta ótima em tudo me dá preguiça. E olha que tinha apostado minhas fichas na força da personagem; ainda bem que de onde veio Alex também saíram Nimah e Raina Bracho. Responsáveis por um dos plots mais interessantes da série e bem representados por meio do conflito entre as gêmeas. Levantando questões como a diferença de personalidade, a crise de identidade criada entre elas já que precisam fingir ser uma única pessoa e como esquecer, a cena em que Miranda vai atrás de Raina e expõe seu problema pessoal com o filho infrator para justificar o porquê das irmãs serem fundamentais para que a estratégia funcione.

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Acredito que o episódio tenha funcionado bem porque pela primeira vez ele parou de repetir algumas cenas, tipo a de Shelby falando escondido ao telefone. Really? O melhor foi ver a situação sendo ironizada no roteiro, claro que dentro de um contexto. Aprofundando um pouco na construção da confiança dentro do relacionamento entre Alex e a Serena do FBI, além de fazer referências à situações vividas por eles em outros episódios, como o a análise do perfil psicológico dos NAT’s. O que dizer então dos diálogos entre Harper e Simon? Sério! Não consigo odiar Elias, pelo contrário, a presença dele stalkeando e questionando Simon o tempo todo é pra mim um dos momentos mais interessantes da trama. O que não se sabe é qual seria o verdadeiro papel de Harper nesta história e o porquê de focar especificamente em Simon. Um dos pontos que mais gostei? O em que Elias questiona se Simon é realmente gay, ou sobre como este olha para Nimah…não posso deixar de dizer que sinto certo prazer na figura do analista e em como ele incomoda ao ser tão inconveniente; o desenvolvimento vai além destes personagens, mostrando um pouco mais de Caleb, humanizando o até então estereotipado agente. Mas não podemos esquecer que em se tratando de Quantico, tudo é o oposto do que parece ser.

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Tanto que nos foi mostrado o primeiro racha na relação entre Liam e Ryan. Deixando mais perguntas que respostas sobre os motivos que Liam teria para fazer Alex abandonar Quantico; estaria isto relacionado a tal verdade falada pelo pai de Parrish nos minutos iniciais do episódio? Qual a relação de Liam e mãe de Alex? Como será desenvolvida a relação entre Liam, Booth e Miranda, agora que ela sabe que Liam tem ameaçado Ryan?

Como eu disse: uma série cuja premissa envolve descobrir quem é o real responsável pelo atentado terrorista, ou o porquê incriminar Alex, já seriam pontos mais que o suficiente para instigar este autor que cresceu lendo os livros da Dama do Mistério, Agatha Christie. Mas isso não quer dizer que passarei a achar boa uma cena que fez rir quando na verdade não havia graça nenhuma. Duvida? Proponho o desafio da Melody de rever a cena em que Alex e Shelby estão escondidas no carro, e me dizerem se não foi engraçado de tão surreal, ou se sou eu que estou implicando demais, insistindo em criar expectativa. Lembrando a vocês que irei dividir as reviews com a Camila! Não se esqueçam de dizer pra gente o que estão achando da série e quem figura sua lista de suspeitos, ok?


Marcel Sampar

Paulista que puxa o erre pra falar, PHD em Análise do Drama pelas novelas mexicanas reprisadas no SBT e designer de homens palito. Com sérios problemas em se definir por aqui - sim, esta já é minha terceira tentativa em menos de um mês - mas que um dia chega lá!

Rio Preto/SP

Série Favorita: Sex and the City

Não assiste de jeito nenhum: Teen Wolf

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