Existem muitas formas de se contar uma história. Alguns preferem o subjetivo ao objetivo. A narrativa lenta, o linear, ou a quase didática. O fato é que mesmo chegando ao episódio de número oito, ainda não sei bem como classificar a proposta dos criadores de Quantico. É que ao mesmo tempo em que comemorei após a confirmação do pedido de temporada completa, também me perguntei se existe fôlego para tantos episódios assim. Já que a premissa da agente do FBI acusada de ser a responsável por um dos maiores atentados terroristas desde o onze de setembro, se não bem amarrada, pode se esgotar em poucos capítulos ou temporadas.
O episódio da semana foi audacioso ao propor uma nova perspectiva para a trama ao vermos que Alex decidiu se entregar, na tentativa de ajudar o FBI a evitar um possível novo atentado. O problema é que a forma como a história vem sendo construída me faz crer que falta drama, já que estamos falando de um tema sério. As partes focando o treinamento dos novos recrutas vêm mostrando momentos bem distantes daquela ideia pré-formada quando pensamos na preparação dos futuros agentes da inteligência estadunidense, tanto que às vezes não consigo enxergar verdade nas cenas e o problema é que estas cenas têm ganhado força também quando estamos falando do futuro. Um exemplo? A fuga de Parrish junto de um Ryan baleado. Achei fraca, bem distante do que se espera da reação de uma agente até então considerada uma das melhores de sua turma. O que começo a acreditar ter a ver sim com uma protagonista que não tem sido capaz de segurar a proposta da série, tanto que quase sempre acho as atitudes de Alex chatas ou infantis. E olha que minhas séries preferidas em geral são conhecidas pelo forte protagonismo feminino.
Mas mesmo assim, não posso deixar de dizer que existem acertos como tem sido o aprofundamento da relação entre Shelby e Haas. Ao ponto de que de uns episódios para cá este talvez tenha sido o melhor plot quando pensamos em Quantico. E quem diria que a função estaria a cargo de um dos personagens mais chatos do piloto. O importante é que a relação conflituosa de Caleb e seu pai, somado ao improvável triângulo amoroso com Shelby, tem sido desenvolvido de maneira a criarmos identificação com o personagem, acreditando que Haas ainda gosta de Shelby e mais, que após descobrir que o pai sabia desde o início existir alguém tentando incriminar Alex, Haas passará a ser mais um a dar suporte à Parrish. Sem poder esquecer que daqui a poucos episódios teremos a entrada da mãe de Caleb na trama.
Over deixou claro que é preciso saber identificar as partes para podermos enxergar o todo. Que isso não é uma tarefa fácil, afinal, não sabemos muito bem para onde devemos olhar ou quantas peças compõem realmente este total. E se à primeira vista achávamos que tudo giraria em tentar descobrir quem foi o responsável pelo atentado na Gran Central, talvez estejamos olhando tudo sob a ótica de uma confusa perspectiva. Já que Alex – com seu discurso patriótico em defender seu país – tem nos levado a entender que tudo o que foi visto até agora envolvendo seu nome foi premeditado e com a única intenção de se criar a suspeita perfeita, e que a chave para as respostas pode estar no misterioso passado de seu pai. A ameaça constante de Liam e a aliança com Clayton deixa claro que o problema envolve outros escalões do FBI. A grande questão está justamente em acreditar que a postura que vemos dos agentes mais experientes do bureal são condizentes, ou o mais próximo possível da realidade. Juro que em muitos momentos a série faz de mim cético, já que muitas vezes a resolução dos problemas é similar aos roteiros voltados para o público adolescente.
De qualquer forma, ainda é preciso pegar todas as pistas dadas até aqui na tentativa de entender qual será o rumo que a série tomará a partir de agora, pois sabemos da iminência de um novo atentado, mas agora não existe a caçada por Parrish; as ligações secretas de Shelby também foram reveladas, confirmando que a blond girl dizia a verdade sobre estar em contato este tempo todo com sua meio irmã. O que de certa forma ajuda a mudar um pouco nossa perspectiva sobre Quantico, que até então é única e exclusivamente a de Alex.
Qual a opinião de vocês a respeito da rendição de Parrish? Será que é só a mim que incomoda a forma como Miranda lida com as situações – em se tratando do cargo que ela exerce? O que dizer sobre a mensagem do celular da Shelby… #mandoprints
