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Quantico – 1×20 Drive

Por: em 7 de maio de 2016

Quantico – 1×20 Drive

Por: em

Essa semana farei diferente – não vou focar nos erros que me incomodam em Quantico, mas nos acertos de Drive (exibido no último dia 1º). Pela primeira vez senti que a trama deixou de lado a vibe rasa que perdurou por muitos episódios, começando a ligar os pontos que foram estabelecidos desde o Piloto.

Nos flashbacks vimos os NAT’s tendo o seu primeiro contato com o FBI, em um tipo de estágio. Não vou perder muito meu português falando sobre a “tensão” entre Alex e Ryan, pois o casal não tem a menor graça para mim – pelo menos não no clima Malhação que insiste em se instalar.

Foi interessante ver algo que poderia ter sido feito desde o princípio – diferente das situações longe de serem relacionáveis pelos espectadores que foram sendo enfiadas nos espectadores goela abaixo. Drive pegou simples premissas e, como eu disse na review passada, menos as vezes acaba sendo mais.

Mais uma vez o que mais me prendeu foram as gêmeas. Nimah e Reyna são de longe a coisa mais bem construída de Quantico – e, para elas é dada a complexa tarefa de identificar qual dos muitos agentes no escritório é o contato delas para a operação com a célula terrorista que atacou a academia.

Mesmo as duas tendo alinhado uma estratégia de construir um personagem em que ambas conseguissem trabalhar, elas ainda têm dificuldade em manter o embuste por conta das suas respectivas particularidades: Nimah começa dando corda para o agente bonitão e a recatada Reyna não consegue se sentir confortável, inclusive supondo que todo aquele rendevouz era um sinal de que o dito cujo seria o contato em questão.

O paralelismo de ambas dando com os burros n’água ao perceberem o engano mostrou que, apesar da falta de maturidade que desdobra-se em um necessário pedantismo – principalmente pela parte de Nimah – elas conseguiram ter jogo de cintura e se virar em um cenário em que as duas ficaram vendidas de formas distintas.

O problema todo agora é compreender o que aconteceu dentro de Nimah ou durante seu encontro para fazer com que ela chegasse se sentindo mal no quarto. Provavelmente ela levou a tentativa de encobrir o seu equívoco no exercício à uma via não muito condizente com os seus valores. Talvez agora ela passe a se questionar se essa carreira realmente é tão certa quanto ela sempre acreditou.

Sobre o casalzinho sensação de Quantico – Caleb e Shelby – toda mentira para proteger a loirinhas dos seus pais pilantras caiu por terra quando a mesma decidiu que não havia mais motivo para continuar a sua formação. Ora, ela entrou na academia com o combustível de buscar justiça para que o terror do 11 de setembro, onde seus pais supostamente haviam falecido, nunca mais acometesse nenhuma família. Agora que ela percebe uma suposta oportunidade de se reaproximar deles, é compreensível que tudo aquilo tenha perdido a razão.

Apesar de deixar claro que tudo o que ele fez e continua fazendo é por amor, Caleb não deixa de estar errado. Mentira tem perna curta e ele não só mentiu quanto ao verdadeiro motivo dos pais de Shelby terem aparecido, como forjou diversas correspondências para fazer com que a menina não se sentisse abandonada novamente. Iris, que está mais revoltada do que Will foi submetido para ajudar o filho da Senadora Haas, percebe o jogo de Caleb. Mesmo entendendo o motivo dele agir dessa forma, ela não vê outra alternativa senão abrir o jogo para Shelby quando esta informa que está deixando tudo para trás. Em uma retórica muito concreta, Iris conclui assertiva que tudo o que o jovem fez, mesmo sendo na melhor das intenções, acabou deixando as coisas muito piores do que já eram.

Sabendo da verdade, Shelby confronta o seu ex-namorado de uma forma que me deixou bem orgulhosa: “Um homem de verdade coloca a cara a tapa, diz a verdade e se mantém erguido, não importa o que vier pela frente. Eu mereço a verdade e mereço alguém que acredite em mim o suficiente para saber que ao ficar de frente com essa verdade não irei quebrar”. Dá Ctrl+C/Ctrl+V aqui e guarda esse discurso para a posteridade. Vai que um dia aparece a oportunidade de sambar dessa forma na cara de um homem mentiroso…

Por outro lado, a trama passada de Alex nesse dia de estágio serviu, além dela se reaproximar de Ryan, mostrar os verdadeiros motivos que fizeram o nome dele constar como um dos responsáveis pelo fiasco da operação em Chicago, que vitimou vários civis – entre eles, a noiva grávida de Drew.

Se durante Drive o caráter de Ryan ficou em cheque, no passado ficou comprovada mais uma vez a retidão do agente especial. E, mesmo tendo levado a culpa para salvar o pescoço de Liam, Booth ainda assim sente o peso de algo que não deveria – a (in) responsabilidade foi toda do diretor substituto da academia. Ryan realmente é uma pessoa boa e inocente que, por sempre se colocar em 2º plano pelos outros, acaba transformando-se em uma peça fácil de levar um xeque mate no jogo.

Com isso já faço a ponte para o futuro, onde Ryan dá continuidade à sua missão de encontrar Alex e impedir que ela continue a fazer o que quer que esteja fazendo. Foi engraçada toda aquela situação onde uma tropa de elite entra toda paramentada no apartamento da Agente L’oreal (sério, por que esses cabelos, Parrish?!) e dão de cara com o Caleb na ressaca e passando por uma crise de abstinência. O bonequinho realmente é leal à amiga e se porta de maneira maravilhosa quando confrontado sobre o paradeiro dela.

A questão é que Shelby e Alex estão atrás da bomba nuclear que Will morreu (??) por construir. As pistas que elas seguem acabam levando à um quarto de hospital, onde ninguém menos que Drew se encontra pronto para acusar Ryan de ser a pessoa que está por trás da famigerada Voz. Desde semana passada, quando ele desistiu da formação em Quantico por causa de Alex, já estava meio na cara que o ex-peguete da protagonista estaria envolvido de alguma forma nos atentados que se sucederam desde o começo da série.

Como disse no começo deste texto, eu vou reconhecer o acerto que foi toda a sequência da infiltração de Alex no FBI para grampear o computador de Booth. A cena deles dentro da sala aquário teve a tensão necessária para me deixar curiosa para saber qual seria o desfecho. Quem me acompanha aqui no blog sabe que eu adoro uma porradaria e, se for mulher chutando bundas, melhor ainda. Então eu adorei o fluxo do embate entre Ryan e Alex que alternaram bons golpes com pedidos desesperados de Parrish para que ele acreditasse nela, depois dela perceber que as suas suspeitas sobre o seu ex-Peguete2 não tinham razão.

Porém Ryan não se dobra e acaba sendo colocado para dormir por Alex que, ao se comunicar com Drew, aprende que ele está envolvido diretamente com toda essa confusão. Além de ferrar com a vida de muita gente, um dos claros motivos dele ter passado para o lado negro da força foi a sede de prejudicar Booth de alguma forma. Mas não espere que seja ele o principal nome ou até a pessoa que está no leme dessa trágica armação.

Primeiro, estamos na reta final e a revelação deve vir no season finale. Drew foi um dos personagens que entraram na segunda leva no meio da temporada, então não faz o menor sentido que seja ele quem esteja orquestrando todo esse inferno na vida de Alex e seus colegas. Creio que ele seja apenas um recurso e que deva até rodar rapidinho. Agora eu realmente não consigo pensar em um nome certo, mas Simon e Reina estão sumidos no futuro. Por que não os dois? Seria muito doloroso à todos personagens ter essa realidade caindo sobre eles. À nós só resta esperar para ver.

Fique agora com a promo de Closure, que vai ao ar dia 8 de maio, nos Estados Unidos:

E você? Triste com mais esse baque na história de Caleb e Shelby? Alguma teoria sobre o que deve acontecer com Alex agora?


Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

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