Uma das séries mais aguardadas desta summer season, Queen of the South estreou na última quinta feira com inúmeros elogios da crítica americana. Produzida pelo canal fechado USA, a novata tem como missão ser tão boa quanto as suas veteranas, Suits e Mr. Robot. Ambas as séries são as queridas do canal e esta ultima foi considerada uma das melhores estreias de 2015. Diante de tanta expectativa, essa belezinha pecou em poucos momentos, mas conseguiu, no final das contas, entregar um bom episódio, com direito a menção honrosa pela excelente atuação da protagonista, Alice Braga.
A série conta a história de Teresa Mendoza, uma mulher forte, inteligente e observadora, que entra no mundo do tráfico de drogas, em razão do envolvimento com um traficante, o charmoso (e põe charme nisso) Guero (Jon-Michael Ecker). Antes de conhecê-lo, a sua vida não era das mais fáceis e apesar de não ter sido muito bem explorada, o pilot deixou a entender que ela não vivia, mas sim sobrevivia. A forma como a sua história é contada, mostra que o foco central não é a política, não é o cenário mexicano e nem as cenas de violência, a ideia aqui é contar como Teresa se tornou a líder de um cartel de drogas, as dificuldades na sua trajetória e, o mais importante, as suas motivações. É curioso este aspecto motivacional, porque as séries continuam a abordar o estupro como forma de mostrar a força feminina ou simplesmente chocar por chocar. Já é doloroso demais assistir isso na vida real, imagina só na ficção?
Como forma de demonstrar que a sua fortaleza está nela mesma, a série utilizou-se de um recurso não muito comum, Teresa vê, durante os momentos em que corre perigo e teme pela sua vida, que o que ela precisa é acreditar em si e na sua capacidade de se mostrar forte diante de todo o mal que lhe percorre. Não foi a imagem do Guero, nem de qualquer outro homem que apareceu. A motivação para sua luta tem nome e sobrenome: Teresa Mendoza. E se permanecer nesse mesmo ritmo até o final da temporada, Queen of the South tem tudo para ser uma série de sucesso.
Diferente do que é passado em diversos filmes sobre carteis, em que a mulher é a indefesa e que não sabe de metade das coisas que acontece ao seu redor e, se sabe, prefere fingir que não é com ela, a trama aqui opta por outra fórmula. A ascensão de Teresa não se dará nas sombras de ninguém, tampouco nas escuras. Muito perspicaz e inteligente, ela soube captar o perigo, assim como colher as informações necessárias para seguir em frente e conseguir se salvar durante a perseguição, e mesmo seguindo o conselho de seu namorado, percebeu de logo que ninguém ali é digno de confiança. Eu já tinha sacado que o Don Epifanio (Joaquim de Almeida) não era gente boa, sempre rola de alguém pedir para você procurar tal pessoa e no fim você descobrir que ela, na verdade, é a maior cilada. Queria muito que ele tivesse morrido, ainda mais que ele fez uma promessa e não me parece ser o tipo de pessoa que tem a intenção de descumpri-la. Mas de antemão, acredito que seu papel na série é de ser um dos calcanhares de aquiles não só da Teresa como também da sua esposa.
O que veremos agora em diante é a ascensão de Teresa no mundo dos carteis, e agora que a America é seu lar, seus desafios serão colocados a prova, principalmente se isso for pressuposto para sua sobrevivência. As intenções da governadora não aparentou ser as piores, acho que ela sabe do potencial da Teresa e vai explorá-la o máximo, talvez uma empregada, quem sabe. É apenas um palpite, mas independente do rumo, só de assistir a Alice Braga, pra mim, já tá de bom tamanho. Como eu mencionei, sua atuação foi só elogios pelo mundo afora, a relação com Narcos foi quase inevitável e a empatia da atriz com o público satisfez não só os brasileiros como os americanos.
P.S.: Só eu senti falta do espanhol? É estranho imaginar um monte de mexicanos falando inglês, enquanto não há um americano entre eles.
P.S.: Alice Braga deu um baile e colocou meio mundo de atrizes pra escanteio.
P.S.: Sempre fico com o pé atrás quando não vejo o corpo. Será que o Guero tá vivo?
P.S.: Por onde anda a Brenda?
P.S.: Só a nível de curiosidade, a série é um remake da novela colombiana “La Reina Del Sur”, que fez o maior sucesso na época, em 2011.
Então é isso, pessoal. Nos vemos na próxima semana, até lá!
