E Reign segue aos tropeços e errando muito mais do que acerta. Em Tasting Revenge tivemos uma prova de que os casamentos da série continuam em crise e é isso o que toma conta de praticamente toda a trama principal. Um foco maior nos relacionamentos não seria algo que me desagradaria, se tudo não soasse tão forçado, irritante e sem lógica. Alguém consegue realmente entender de onde saiu toda essa paixão da Mary pelo Condé? Compreendo o afastamento entre ela e o Francis e até a existência de uma atração por Louis, mas o que estamos vendo já é um pouco demais. Do nada a mulher que era completamente apaixonada por Francis, esqueceu todo esse amor épico e resolveu procurar consolo nos braços de alguém que acabou de conhecer, confiando cegamente nessa pessoa. Sinceramente, Mary Stuart você já foi mais inteligente!
Ainda falando sobre traições, vimos Francis finalmente fazer o que era muito comum aos reis da sua época: trair sua esposa. Ele não escolheu uma amante oficial e sua noite com a sobrinha do sempre oportunista Lorde Narcisse foi algo completamente casual. Ainda assim, toda a história envolvendo os nobres apresentando suas filhas e sobrinhas ao rei, na esperança que ele a escolhesse para sua amante, me lembrou bastante o enredo do filme “The Other Boleyn Girl“, que contava a história das irmãs Bolena com o Henri que VIII.
Outro casamento praticamente aniquilado é o de Kenna e Bash. Nesse ponto, mais uma vez, o roteiro falha, por deixar os personagens de lado durante quase toda temporada e dar destaque a eles apenas para criar um atrito desnecessário entre eles. Pelo menos a série conseguiu manter a personalidade dos personagens, já que, apesar do bom coração, Kenna sempre foi muito ambiciosa e Bash sempre viveu para resolver as confusões do reino, se elas envolvessem mistérios sobrenaturais, então, o bastardo era realmente a pessoa certa para isso.
Greer e Leith, por sua vez, resolveram finalmente ceder a paixão que sempre nutriram um pelo outro e ficar juntos de vez. O interessante da relação é que agora é Greer que não tem nada a oferecer ao rapaz e está longe de ser uma mulher “honrada” e “respeitável”, afinal uma cafetina casada não é exatamente a mulher ideal aos moldes da época. Leith, no entanto, não parece se importar e está fazendo de tudo para conseguir a anulação do casamento da moça, para poder se casar com ela e construir a família que sempre quis.
É claro, que seu novo posto como guarda pessoal da insuportável princesa Claude (alguém estava sentindo falta dessa pentelha?) pode atrapalhar esse clima de romance. Confesso que gostei da forma como tudo isso está se desenvolvendo e aqui bato palmas a Reign por conseguir trazer vida nova a um casal e personagens que já estavam mais do que saturados. Provando que talvez ainda exista alguma esperança para a série.
Esperança, essa, que pode ser reforçada por Tempting Fate. O episódio manteve um ritmo mais acelerado que os anteriores e conseguiu chamar a atenção como há tempos Reign não fazia. É bem verdade, que não se compara aos grandes episódios da primeira temporada, mas já é um começo e me ajuda a acreditar que a séria ainda pode reencontrar seu caminho.
É válido ressaltar também, os diálogos muitíssimos bem escritos do episódio – principalmente entre Bash e Kenna e Lola e Mary – e as sequências inicial, ao som da belíssima Head Underwate, e final, com Mary e Condé escolhendo ficar juntos, enquanto Francis mostrava os primeiros sintomas da doença que o matará. Bom, pelo menos se a série resolver seguir minimamente a história, afinal o rei Francis II morreu 17 meses após assumir o trono. Ainda assim, é óbvio que Reign tem que inventar histórias mirabolantes e, pelo que eu entendi, é provável que a doença do rei seja o preço a ser pago pela vida de Bash.
Como fã da série não quero que Francis morra, mas isso é algo que sabia que aconteceria desde o piloto e que pode ser interessante para trazer fôlego novo a terceira temporada. Reign surgiu com a proposta de narrar a história da Mary Stuart e a vida rainha foi maior que seu período na França.
