Eu tento, juro que tento, escrever reviews que não se limitem a falar mal de Reign, mas a série não ajuda. Já abandonei qualquer esperança de que o roteiro se digne a abordar precisamente os acontecimentos históricos e minhas expectativas não poderiam estar mais baixas. Ainda assim, a trama continua decepcionando.
Alguém realmente entende todo esse amor avassalador da Mary pelo Louis? Sei que já mencionei o assunto em textos passados, mas em todos os episódios me pergunto a mesma coisa. Talvez Lola esteja certa e a rainha tenha confundido gratidão com amor (espero que seja isso), mas o que estamos vendo há semanas não faz muito sentido. É muita paixão e confiança para pouco tempo. Condé pode até ter sido um bom amigo, mas não muda o fato de que ela o conheceu praticamente ontem. E até ontem jurava amor eterno a Francis.
Falando em Francis, que aparentemente não irá morrer, alguém consegue realmente acreditar que um rei em 1500 iria aceitar que a esposa tivesse um caso debaixo do seu teto? Sei que se trata de uma obra de ficção, mas o mínimo de fidedignidade é necessário. Se o mundo hoje ainda é machista, no século XVI isso era muito pior e a ideia de um homem, especialmente um monarca, aceitar algo assim me soa até um pouco absurda. Claro, que o Francis é um rei extremamente idealizado, mas, como foi comentado por Narcisse, qualquer outro rei já teria cortado a cabeça de Louis (e provavelmente a de Mary) há muito tempo.
Já que o assunto é Condé, o príncipe se tornou oficialmente um traidor da França ao se casar – por meio de uma representante – com a rainha Elizabeth da Inglaterra, se tornando rei consorte. É válido ressaltar que esse casamento aconteceu apenas por uma necessidade desesperada de proteção, uma vez que Narcisse e Catherine armavam para incriminar Louis pelo ataque protestante ao mosteiro. De toda forma, após um incêndio misterioso que apagou quase todas as provas de sua união com a rainha inglesa, o Príncipe de Sangue está por conta própria, tentando sair da França e se salvar das acusações de traição.
Existe ainda a questão das “mulheres arruinadas”. Kenna, Lola, Greer e até mesmo Mary se encontram nessa categoria. Kenna é praticamente uma divorciada, Lola uma mãe solteira, Greer uma cafetina e Mary uma adúltera. Isso me lembra uma frase dita pela rainha no fim da primeira temporada, algo como “olhe até onde o amor nos trouxe” e isso nunca fez tanto sentido. As mulheres que vemos hoje não poderiam ser mais diferentes das garotas do piloto e para a época têm comportamentos que seriam no mínimo condenados.
Por fim, há o affair entre Catherine e Narcisse. Não sei até quando isso vai durar, mas fica claro que os dois se merecem, afinal são completamente inescrupulosos e só agem por interesse próprio. Dito isso, Abandoned seguiu a linha dos episódios que não empolgam e continua mostrando a péssima fase de Reign.
