Os episódios de halloween de American Horror Story são normalmente memoráveis, e com a expectativa para os desdobramentos da morte de Madison, Fearful Pranks Ensue tinha tudo para ser um ótimo episódio de dia das bruxas em uma temporada totalmente dedicada a elas, mas a promessa ficou apenas na teoria e o que foi apresentado foi apenas mediano… o que falando da série já é suficientemente bom.
Apesar do que a premissa de uma temporada sobre bruxas pode sugerir, o sobrenatural é apenas um elemento coadjuvante em Coven. Fearful Pranks Ensue explicitou aquilo que já vinha sendo trabalhado desde a premiére: a forma como pessoas comuns podem ser mais cruéis que qualquer demônio.
Marie Laveau é uma sobrevivente do tempo e da sociedade. Ela encontrou em seus poderes uma forma de ajudar seus semelhantes a sobreviverem em um ambiente hostil e racista ao longo dos séculos. Se para as meninas da Miss Robicheaux a única preocupação para sobreviver é esconder seus poderes, para Laveau a ameaça está sempre por perto simplesmente pelo fato de ser uma mulher negra. Romper uma trégua com alguém que está sempre pronta para o combate definitivamente não é uma boa ideia, e Fiona e Cordelia não vão demorar a perceber isso.
Zoe segue perdida na trama e sem a parceria com Madison conseguiu ficar ainda mais apagada. Por quê ela não levou Misty para a mansão, ou ao menos mencionou que a necromante está viva? Kyle continua atormentado com as várias personalidades que parecem coexistir em seu corpo remendado, e para completar desapareceu. Ainda não consegui achar nada de interessante nesse plot, mas normalmente os personagens de Evan Peters têm uma virada no meio da trama, então ainda há esperança.
Fiona e Cordelia além de se prepararem para uma revanche de Marie Laveau pelo que aconteceu com Bastien, precisam lidar com o desaparecimento de Madison, que traz à tona os fantasmas do passado da Suprema. Os flashbacks da adolescência de Fiona têm funcionado muito bem e sido mais interessantes que a maioria das cenas no presente. É curioso como toda a trama envolvendo sua chegada ao poder tem muito mais a ver com conspiração e intrigas do que com bruxaria. Spalding, afinal, não perdeu a língua por um feitiço de Fiona, e sim a arrancou por livre e espontânea vontade pelo amor incondicional e doentio pela Suprema.
Myrtle está agora em maus lençóis e deve ficar com a culpa pela morte de Anna Leigh depois da acusação de Spalding. Resta saber qual será a punição do Conselho para ela. E falando em Moiras, para quem estava com saudade de Alexandra Breckenridge, ela voltou à série para uma pequena participação que revelou a verdadeira natureza de Hank, que costuma se fantasiar de monstro para o halloween e matar amantes virtuais. Acredito que a temporada já tem plots demais e ele poderia perfeitamente ser apenas o marido de Cordelia, mas se este seu novo lado for bem desenvolvido e útil para a trama, será bem-vindo.
LaLaurie teve séculos para pensar em sua má conduta, e apesar de ainda demonstrar um ranço racista – o que é extremamente natural – ela parece muito mais humilde que a senhora soberba que foi apresentada na premiére. Depois de reconhecer que deve sua vida à Queenie, ela recebe a visita inesperada de sua família morta, enviada por Marie Laveau e pronta para muitas travessuras de halloween, quase deu pena. Quase.
Fearful Pranks Ensue nos deixou com um baita cliffhanger e muitas perguntas a serem respondidas nos próximos episódios. Quem atacou Cordelia com ácido (?) O que Spalding vai fazer com o corpo de Madison? Onde, afinal, se meteu Kylestein? E por favor… quando teremos mais Patti Lupone? Tem alguma aposta, palpite ou teoria? Compartilhe com a gente nos comentários!
