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Arrow – 1×11 Trust But Verify

Por: em 24 de janeiro de 2013

Arrow – 1×11 Trust But Verify

Por: em

Assim como em Once Upon a Time, será feito um rodízio de autores para que possamos, com sucesso, discutir Arrow com vocês. Aqui, os textos ficarão sob responsabilidade minha e do Leandro.

Chegamos exatamente ao meio da temporada e a regularidade da série é algo que ainda me impressiona. Depois da mudança de direção na CW para essa fall season, parece que o canal está disposto a perder o ‘estigma’ de lançar apenas programas teens. Arrow e Cult (que está vindo por aí) são a prova disso. Fui um dos muitos incrédulos quanto ao sucesso da série do arqueiro verde, mas, felizmente, estava errado. Semana após semana, a série se confirma como minha estreia favorita dos últimos meses.

Um dos grandes méritos para tanto é o modo como os personagens foram se construindo gradualmente. Vejam o Tommy, por exemplo. Foi nos apresentado como um playboy babaca que ficou com a namorada do melhor amigo depois que este desapareceu no mar misteriosamente. Mas, pouco a pouco, aprendemos a conhecê-lo e a, inclusive, torcer por ele, já que Laurel é a grande responsável por sua mudança. A relação que os dois estão construindo poderia ser fatal, mas o roteiro soube trilhar o caminho inverso. É algo que faz bem para ambos, algo no qual eles podem – e precisam, no momento – se apoiar.

Claro que o pai do cara ser um fdp de marca maior ajuda muito a criar uma simpatia. O Tommy foi ingênuo de acreditar na história de um jantar pra zelar a paz e conhecer a Laurel, mas, ao mesmo tempo, é compreensível que ele tenha preferido acreditar numa mudança do Malcolm. Afinal, monstro o quanto for, isso não anula o fato de que eles ainda são e sempre vão ser pai e filho. E um sempre tende, apesar de tudo, a acreditar que o outro pode ser melhor.

Inclusive, o Malcolm, nosso arqueiro negro, segue como um dos personagens mais misteriosos e interessantes dessa leva de episódios. Gosto do modo como Arrow desenvolve sua mitologia em paralelo aos casos enfrentados por Oliver. Uma vertente não aparece em detrimento da outra; ambas ganham o destaque necessário. Ainda continua tudo muito obscuro, excetuando o fato de que o Malcolm e a Moira possuem uma ligação direta com o acidente que vitimou Ollie e o pai e com tudo o mais que vem movendo a série. A diferença é que, enquanto Malcolm parece fazer tudo por prazer, dinheiro ou qualquer outra ‘justificativa’ torpe, a Moira ainda continua dúbia. A impressão que eu tenho é de que ela entrou nesse jogo obrigada, ou até pode ter sido por vontade, mas que agora está arrependida e não pulou fora por medo do que possa acontecer a sua família.

O que termina, no fim das contas, sendo um paradoxo cruel, já que manter seu jogo com a Companhia está afastando-a cada vez mais de seus filhos. Se a Thea, aqui, teve uma reação tão dura a simples insinuação de um provável caso entre a mãe e o Malcolm, imagina como ela vai se portar quando descobrir todo o jogo sujo por trás da mulher que a colocou no mundo? O Oliver, então. Ele prega a justiça acima de tudo, mas será que vai ter a mesma atitude ao saber da ligação com a mãe?

A Thea, na série, cumpre a cota de tramas adolescentes, afinal, apesar de tudo, ainda estamos na CW. A personagem não chega a me irritar (até porque sou um pouco saudosista de Kaitlin Cooper de The O.C, personagem que a Willa – atriz – interpretou lá), mas não vejo muita função para os seus plots. Não faço ideia – e acho que nem me importo muito com isso – dos rumos que a prisão da cena final vai tomar.

O melhor de Trust But Verify foi, de longe, ver Oliver e Diggle trabalhando em caminhos “opostos”, mesmo que por pouco tempo e que tenha sido uma separação teórica. A relação dos dois é a mais bacana da série, porque o Dig traz o exato contrapeso que o Ollie precisa. Mais do que um parceiro, ele é a “voz da consciência” do capuz, que está ali para não deixar o amigo tirar os pés do chão e fazer besteira. Por isso, era óbvio que um conflito do tipo aconteceria logo e curti muito a forma como ela foi abordada, sem soar incoerente com a personalidade de nenhum dos dois.

As atitudes que ambos tomaram durante o decorrer do episódio não foram forçadas. Eu já esperava que o Dig não deixasse o Oliver confrontar seu conhecido sem que tivesse a certeza de sua culpa, mas, ainda assim, a cena conseguiu criar a tensão necessária para funcionar. E, de certa forma, também tava estampado no rosto do Ollie que ele sabia – na verdade desconfiava – que o parceiro iria aparecer.

– Diggle, a verdade é que, depois do que me aconteceu na ilha é difícil para mim confiar em qualquer coisa. Menos você. E isso me fez lembrar por que eu te escolhi como meu parceiro. É porque você vê o melhor nas pessoas.

O desfecho do caso foi previsível, mas isso não é exatamente um problema, já que foi bem executado e, no final, mostrou-se necessário para acrescentar algo a série, mais especificamente ao relacionamento de Oliver com Dig: Uma humanidade ao Ollie. Na verdade, uma mostra dessa humanidade. A gente já sabe há episódios que ele só está esperando o momento de desabar, mas aqui, finalmente, vimos abrir uma fresta naquela máscara de arrogância e autossuficiência. Em momento nenhum, claro, dá pra culpá-lo por ser assim e é isso que os flashbacks na ilha tem mostrado.

Não sei se é por tudo ainda ser um tanto confuso, mas eles sempre são a parte que menos gosto no episódio. Mas, claro, eles são extremamente importantes para construir a base de sustentação para Oliver (por exemplo, depois do que vimos aqui, com o antigo aliado do Ollie se mostrando como um membro daquela gangue, os problemas de confiança dele são justificados) ser o que é, além de, obviamente, no final servirem também para a construção da mitologia.

O episódio de semana que vem se chama Vertigo e para os já órfãos de Fringe, tem um gostinho especial, por introduzir na história Seth Gabel, o saudoso Lincoln Lee da recém terminada série.

Abaixo, você pode conferir a promo:


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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