Finalmente chega aquele momento da semana em que eu sento em frente ao PC e consigo assistir ao episódio de Arrow. Gostei muito do episódio dessa semana porque apesar dele contar tudo que era previsível que contasse, principalmente no caso do passado da Canário, seu roteiro conseguiu mesmo assim surpreender em diversos pontos, tornando os 40 minutos de tela algo muito rápido. E este é outro dos grandes méritos da série: seus episódios não tem milhões de ações toda semana, mas ainda assim ficamos presos aos acontecimentos e a série passa voando quando estamos assistindo. Enfim, tivemos a chance de nos aprofundarmos um pouco mais na personalidade danificada de Sara, entender mais sobre o seu passado e ter um breve vislumbre de como tudo isso tende a caminhar com o resto da trama que a série vem apresentando.
Não temos como começar por outro ponto se não a Canário. Ela foi uma das personagens mais interessantes que adentrou a série exatamente pelo elemento surpresa que continha – ser uma personagem que até então era dada como morta. E a volta dessa personagem é um fator que poderia causar inúmeras mudanças na vida de nossos personagens, impactando diretamente nas suas ações daqui para frente, por isso vejo ela como um grande coringa do roteiro, que foi usado no momento mais adequado possível. Sara não morreu no naufrágio. Foi resgatada por trabalhadores do cargueiro e tudo que aconteceu depois disso ainda é um mistério para a gente. Sua relação com o tal dr. Ivo parece ter se estreitado, fazendo com que ela concordasse com ele em salvar a humanidade. E em algum momento entre esse e o atual, ela fora treinada pela Liga do Assassinos para ser uma assassina fantasma. Executa e some. Motivo de nenhum orgulho para a personagem.
Como nenhum passado consegue se esconder por muito tempo, a caçada da Liga por Sara implicou na segurança de sua família e fez com que ela revelasse sua sobrevivência, pelo menos para seu pai – o que ocasionou um dos belos momentos do episódio. Naquele momento, por mais que houvesse sofrimento, dúvidas e quaisquer tipos de sentimentos deturpados, era o amor fraternal que falava mais alto. E foi o amor fraternal mais uma vez que fez com que Quentin omitisse de Laurel que sua irmã estava viva. Ele não colocaria mais uma filha sua em risco, não quando sabia o real perigo que Laurel poderia correr. O que ficou claro para mim é que a conexão entre Sara e Oliver que aconteceu fora da ilha deve ser mais explorada a partir de agora nos flashbacks, o que deve ser bem interessante. Já o passado dela, ficará bastante atrelado a quando a veremos mais uma vez na série, já que, pelo menos por hora, a personagem parece ter abandonado a cidade de Starling City. O que me preocupa nessa história toda é como Laurel vai reagir a tudo isso.
A personagem já vem apresentando um comportamento bem diferente do seu estado normal e seu surto com Oliver não foi a toa. Laurel realmente acredita que todas as pessoas que estão perto dela e que, por consequência, são as pessoas que ela ama, acabam partindo. Isso vem danificando cada vez mais ela a ponto de chegarmos ao nível de não reconhecermos suas atitudes (alguém entendeu a postura fria dela perante ao julgamento de Moira). Essa desconstrução da personagem que o roteiro vem explorando propositalmente é para nos fazer ver que os danos causados pela morte de Tommy podem ser irreparáveis ou talvez irreversíveis. Talvez estejamos vendo se formar a personalidade de uma pessoa revoltada, propulsada a mudar a realidade de alguma maneira. Poderíamos estar vendo a formação de uma heróina começar a partir da desconstrução de uma mocinha? Talvez.
O que também fora bastante interessante e explorado pelo episódio foi a relação de confiança estabelecida pelo trio principal. O sincronismo deles já chegou ao ponto ótimo e realmente não dá para imaginar mais a ação da série sem que os três estejam envolvidos. Outro ponto interessante foi levantar o quanto a revolta de Oliver com as atitudes de Sara eram infundadas. Ele esteva pedindo que ela fizesse exatamente o que ele nunca conseguira fazer: contar a verdade sobre o seu passado naquela ilha/purgatório. Assim, o roteiro empurrou o personagem para essa abertura de personalidade, fazendo com que revelasse um pouco do seu passado para Diggle, seu melhor amigo.
Além disso tivemos um pouco mais sobre o caso de Moira no tribunal. A aceitação parece ter assolado a personagem que já se contentava com o primeiro acordo, desde que se afastasse da morte, se não fosse a insistência de seus filhos. Eu curti bastante a maneira incisiva que Oliver e Thea mantiveram sua opinião e mostraram para mãe que não há certo ou errado, há o perdão. E agora que ela decidiu não aceitar o acordo, podemos ver implicações diretas na amizade de Oliver e Laurel, que terá que trabalhar contra a família Queen. E ficamos nisso. Semana que vem (vulgo quarta) teremos Arqueiro na Rússia em uma missão especial – cujo vídeo promocional você pode conferir abaixo. Aguardo vocês nos comentários e a gente se fala mais no final da semana!
