Quem me conhece sabe que Being Erica é uma das minhas séries favoritas entre as que estão em exibição atualmente. Lembro-me que assisti ao primeiro capítulo sem esperar grande coisa e, ao final, me surpreendi com qualidade do roteiro e com o carisma da personagem principal (mérito de Erin Karpluk, que além de talentosa, é muito bonita). Depois de duas temporadas bem sucedidas, Being Erica retornou na semana passada prometendo diversas mudanças. E que mudanças!
Vocês se lembram que a segunda temporada terminou quando Erica entra por uma porta, incentivada pelo Dr. Tom, sem saber exatamente onde iria parar? Aquela é a nova Erica: Desbravadora, cheia de ambição, louca por desafios e que não tem receio de arriscar.
Pois bem, aquela porta a levou até uma sala onde se encontravam outras quatro pessoas, todas pacientes do Dr. Tom. A partir de agora, as sessões de Erica serão realizadas em grupo, onde ela terá que ajudar seus colegas e, ao mesmo tempo, ser ajudada quando necessário. Segundo o Dr. Tom, esta é a segunda fase do processo de terapias. A terceira, e última, ocorre quando Erica estiver preparada para tornar-se uma terapeuta.
Desde o final do primeiro ano, os fãs da série especulavam esta hipótese: Será que Erica um dia será uma terapeuta também? Agora sabemos que sim. Porém, o caminho até lá não será fácil. O grupo de ajuda não pega leve com ela e questiona e desafia seus sentimentos o tempo todo. As viagens no tempo também sofreram mudanças. Daqui para frente, ela voltará ao passado sempre acompanhada por um de seus colegas de terapia, seja para o seu passado ou para o passado do próximo.
Neste primeiro capítulo, Erica pôde voltar ao passado de Adam, um ex-capanga que costumava cobrar dívidas de agiotas. Um de maiores arrependimentos do rapaz é não ter podido estar ao lado de sua mãe no leito de morte. Em meio a muito drama e correria, deu pra sentir, mesmo que discretamente, que rolou um clima entre os dois durante a viagem. Eu, que sou fã do casal Ethan & Erica, não gostei muito da possibilidade e espero que os dois continuem apenas colegas.
Ajudar Adam não foi nada fácil. O rapaz odiava a mãe, que foi negligente durante seu crescimento. Este foi um dos primeiros desafios de Erica nesta temporada: Ajudar Adam e não ser ajudada, como de costume. Um verdadeiro treinamento para quando ela for uma terapeuta também.
Tanto estresse emocional, somado as surpresas do dia, fez com que Erica desabasse frente ao Doutor Tom. Em meio ao choro, ela revelou que estava com raiva por não ser a única paciente do ‘programa’. Além disso, questionou-se se ela realmente estaria preparada para lidar com o rumo que sua vida está tomando. Sabiamente, o terapeuta (que olha para ela como um pai) lhe disse que, mais do que nunca, ela está preparada para esta fase e que admitir seus medos é a prova disso.
Outro ponto importante que marcou o episódio foi o início da parceria entre Erica e Julianne no ramo editorial. As duas são muito diferentes e já deu para perceber que atritos entre elas deverão surgir no decorrer deste ano. Julianne é mais experiente e dinâmica, enquanto Erica ainda tem muito aprender. Creio que o desenvolvimento desta parceria será uma das tramas mais interessantes, ainda mais agora que Brent, ex-colega de trabalho de Erica nas duas temporadas anteriores, está se dedicando a causar o fracasso desta parceria.
Ao final do capítulo, Naadiah, terapeuta do Dr. Tom, surge em uma conversa com o Dr. Arthur para reclamar que, na verdade, Erica deveria fazer a segunda etapa da terapia com ela e não com o Dr. Tom. Depois desta cena, fiquei pensando: Este tal de Dr. Arthur, barbudo e mais velho, seria Deus? Sabemos que o Dr. Tom está morto (ou algo mais complicado que isso), o que me leva a crer, em alguns momentos, que Erica também esteja morta. E por que o Dr. Tom faz questão de acompanhar Erica nesta fase? Será que há algum motivo a mais por trás disso ou apenas carinho e consideração por ela?
Depois de tudo isso, posso dizer que o retorno de Being Erica foi muito bom. A série está se renovando, sem perder a essência. Há várias pontas soltas para serem resolvidas ainda nesta temporada, fora os personagens que ainda não retornaram (volta Ethan!) e aqueles que ainda ganharão mais espaço.
O grande potencial desta série é conseguir transformar um assunto batido (viagens no tempo) em um enredo convidativo e emocionante. É muito difícil não se identificar com a protagonista, mesmo que a série aborde um assunto que, no mais, não deixa de ser pura fantasia. E espero que ela continue neste caminho. Nós teremos apenas a ganhar com isso.
