Todos nós morreremos algum dia. Não sabemos quando, mas em determinada data partiremos desta para melhor (ou pior, dependendo de suas crenças). Não vivemos em paranóia porque não sabemos quando isso acontecerá. De fato é mais fácil levar a vida sem saber quando tudo acabará. Já Erica não tem essa mesma “sorte”.
No final do episódio anterior, Kai retornou e foi direto bater à porta de Erica. Aposto que muitos fãs gostaram de vê-lo novamente. Eu mesmo poderia jurar que o cara não passaria por Being Erica nesta temporada. Porém, enganam-se aqueles que pensaram em um começo de romance entre os dois. Na verdade, Kai retornou para alertá-la de que em 2019, provavelmente, Erica estará morta.
Ele a procurou no futuro e não a encontrou. As informações não foram precisas, mas parece-nos que haverá um grande acontecimento em Toronto e muitas pessoas morrerão. Será que Erica é uma delas? Será um terremoto? Um acidente de metrô? Uma epidemia? São tantas as possibilidades. Quando Erica está pronta para arrancar mais informações, Kai volta ao futuro e seu corpo, no presente, já não entende mais o que está acontecendo.
Erica fica totalmente perdida. A possibilidade de morrer antes dos 42 anos a consome e faz com que tudo perca o sentido. No caminho para a 50/50 Press, sua editora em parceria com Julianne, Dr. Tom aparece para tentar acalmá-la. Curiosamente, nem ele sabe qual será o futuro de Erica. Achei comovente vê-la perguntando se terá filhos nestes próximos 10 anos, ou se estará casada, pelo menos.
Ao chegar à reunião com Julianne e Seth, autor de “A Purple Door”, livro que Brent está tentando tomar para si, Erica mal consegue se concentrar. Parece que cada segundo que passa é um segundo perdido neste poucos anos que, supostamente, lhe restam de vida. A reunião é um fracasso, Seth e sua assessora saem com péssima impressão de Erica.
De volta para casa, surge Dr. Tom para tentar ajudá-la. Desta vez, sem viagens longínquas. Erica voltara há algumas horas, quando Kai surgiu em sua porta para arrancar mais detalhes do que acontecerá até 2019. Dito e feito, Erica retorna para o início da manhã.
A conversa dura pouco, pois logo a viagem no tempo dele se desfaz e o que resta é um Kai perdido que nem ao menos sabe quem é Érica. Perdida a chance, ela refaz o caminho para o escritório. Porém, desta vez leva uma garrafa de vinho consigo. Já que a vida é curta, melhor aproveitá-la ao máximo, não é mesmo? Após quase “atacar” um homem na rua, Erica é presa em uma viatura. O tempo passa e logo ela está novamente em seu apartamento com Kai em sua porta.
O mesmo processo ocorre novamente e ela mal consegue arrancar as informações necessárias. Desta vez, sai de casa e vai direto à editora, onde diz poucas e boas para Seth. Convenhamos: Ele mereceu ouvir. Lembram-se de quando ele surgiu na River Rock e Brent praticamente jogou seu projeto de livro no lixo? Apenas Erica foi sensível o suficiente para notar o potencial de seu trabalho. Agora, ele pensa realmente em vender os direitos para Brent em busca de dinheiro e status. É ser ingrato demais!
Após a discussão, Erica retorna ao mesmo momento em que Kai lhe aparece a porta, mas desta vez não tenta desvendar o seu futuro. Ela começa a perceber que não vale a pena se preocupar com isso. Na verdade, nestes poucos momentos que lhe restam com Kai, os dois se beijam. Acredito que foram minutos mais proveitosos. As viagens no tempo de volta para o mesmo dia terminar neste ponto.
Mais tarde, Erica encontra Dr. Tom na rua. Os dois conversam sobre o assunto e o terapeuta lhe diz que quando a conheceu, sua vida era uma bagunça devido ao seu passado e que hoje, curiosamente, está uma bagunça devido a seu futuro. Não importa o quanto durará nossas vidas. O importante é aproveitar o tempo que temos. O conselho é bom, serve para todos nós, e Erica saberá lidar melhor com a situação daqui para frente.
Já na 50/50 Press, Erica lembra a Seth que ela foi a primeira a dar valor para “The Purple Door” e que sua editora em parceria com a Julianne pode não ser grande ainda, mas que as duas possuem experiência e muita paixão pelo que fazem. O discurso faz efeito e Seth assina contrato com as duas. Finalmente uma vitória!
Entre uma viagem e outra no tempo, Erica se encontra com Adam. Juro que tento gostar do personagem, mas até o momento não me agrada a idéia de um romance entre os dois. Mas, independentemente disso, seu parceiro de terapia foi importante para nos deixar mais uma pulga atrás da orelha. Ele disse que levou um tiro e que, no dia seguinte, conheceu Dr. Tom. Lembram-se de que Erica comeu um alimento do qual é alérgica e depois conheceu o terapeuta? Declarações como esta nos fazem crer que Erica está morta e que a terapia seria um tipo de purgatório.
Outra hipótese: E se ela estiver em coma? Porém, estando em coma ou morta, como ela poderia estar viva até 2019? Os produtores da série devem ter uma boa resposta para nos dar. Não é um enigma gigantesco como os de Lost, mas serve para nos deixar aqui, aflitos e ansiosos, criando nossas teorias.
Neste episódio, Barbara conta a Erica que tem câncer. Depois de um dia inteiro chorando por sua suporta morte, Erica se sentiu ainda pior ao pensar que sua mãe poderia morrer muito antes que ela. Como diz Alanis Morissette: “Isn’t it ironic”?
Já em outro plano, Naadiah reclama com Arthur (Deus?) que Dr. Tom foi a futuro para buscar informações sobre Erica. A meu ver, Dr. Tom considera Erica como uma filha que ele tem a oportunidade de ajudar, ao contrário de sua verdadeira filha que se perdeu no mundo pouco antes dele cometer suicídio. Ele não quer vê-la sofrer e, entre uma terapia e outra, ultrapassa certos limites de sua “profissão”.
É incrível como o roteiro de Being Erica está cada vez mais rico e criativo. A série está fazendo uma ótima temporada. Cada vez mais quero saber qual será o futuro de Erica. Espero, sinceramente, que ela possa ser muito feliz ainda. Eu me enxergo nela, assim como muitos fãs da série também se enxergam. Fica muito mais fácil torcer pelo personagem assim e a possibilidade dela estar morta ou de morrer tão jovem me deixa aflito, pois, sem frescuras, seria como levar uma parte minha embora.
Quero Erica viva até 2095!
