Ao contrário de Adam, Dr. Tom é uma personagem que realmente merece um episódio de destaque. O cara é o Mestre dos Magos de Being Erica. Aparece do nada, aconselha sabiamente sua pupila, e some de repente, igualzinho ao personagem do desenho animado (do qual eu fui muito fã).
Ser terapeuta é uma tarefa árdua. Não é nada fácil ouvir os problemas dos outros, que às vezes soam tão pequenos, enquanto se tem seus próprios problemas para resolver. Ainda mais quando o drama do paciente resume-se ao dilema: Transar ou não transar com o meu affair do futuro? (Explico melhor depois).
Sarah, a filha rebelde do Dr. Tom, retorna ao lar. Lembram-se de que na segunda temporada ela fugiu com seu namorado e desde então não deu mais as caras? Pois agora Sarah reaparece em péssimo estado após ser abandonada pelo rapaz. Viciada em drogas e, ao que tudo indica uma prostituta de rua barata que vendia o corpo por migalhas.
Seu retorno foi importante para o desenvolvimento de várias tramas. Primeiramente, e um dos mais interessantes, podemos ver Dr. Tom em casa, casado, levando uma vida normal. Ou seja: Ele não está morto. Dr. Tom chegou a pular daquele prédio, mas após a experiência foi lhe concedida uma nova chance para viver, desta vez participando da terapia e por fim tornando-se um terapeuta. O mesmo ocorreu com Erica e Adam. Ela quase morreu após comer um alimento do qual era alérgica e ele quase morreu após levar um tiro.
A vida de todos eles é real, fato que me agrada muito, pois a idéia de Erica estar morta me entristecia. Portanto, esqueçam as teorias sobre morte ou purgatório em Being Erica. Todas caíram por terra neste episódio. Erica, definitivamente, não está morta.
Outro ponto importante do retorno de Sarah foi o despertar da raiva de Dr. Tom. Quem se deu mal no final foi Erica. Impaciente, o terapeuta não estava nem aí para ela, muito menos para o seu drama sobre dormir ou não com Kai. Aliás, este foi outro que retornou neste episódio. Lembram-se de que no episódio 3×04 Kai apareceu para Erica e lhe disse que ambos teriam uma noite de amor no futuro? Pois o dia chegou e Erica não sabia se deveria ou não ceder.
Eu sei que o doutor estava com raiva devido aos problemas particulares, mas a Erica bem que mereceu uma “patada“. Foi constrangedor vê-la sentada na roda de terapia falando sobre a possibilidade de dormir com o Kai. Será que devo, será que não devo? Por favor! Isso é um problema, por acaso? Enquanto eu me constrangia, Adam morria de ciúmes. E após a sessão, Erica e Dr. Tom passam por péssimo momento, uma discussão terrível que poderia abalar a relação que existe entre os dois.
A decepção com a filha faz com que ele desconte sua raiva naquela que considera como outra filha. É tocante, mas ao mesmo tempo perturbador. Em uma relação entre médico e paciente não soa nem um pouco ético. Mas quem aqui se importa, não é mesmo? Dr. Tom pode! Como disse Arthur (que eu pensava ser Deus – dá até vergonha de lembrar agora): O médico não pôde salvar sua filha e resolveu pular de um prédio para privar-se de sua vida. Ele se empenha em ajudar seus pacientes já que não pode ajudar sua filha. E, consequentemente, deposita em Erica o afeto, a atenção e o carinho que guarda dentro de si.
Tom (desta vez sem o Doutor) é uma personagem encantadora, complexa, cheia de nuances. Mesmo com todos os problemas, com sua trajetória de vida conturbada, seus fracassos, sempre soube ser um professor para Erica. Um verdadeiro anjo da guarda. Eu mesmo digo aos meus amigos que preciso de um Dr. Tom na minha vida (risos).
No final, Ele e Erica fazem as pazes. Dr. Tom conversa seriamente com a filha (que é presa após roubar objetos em casa). Erica resolve abrir seu coração para Kai e os dois passam a noite juntos (mais uma cena hot). E Adam lava a pior e fica sozinho, com ciúmes de Erica. Ele bem que queria estar naquela cama. Nós sabemos disso (porém, não faço questão alguma de que isso aconteça). Enquanto isso, Sam e Lenin se beijam pela primeira vez. A moça, que é uma gracinha, está começando a aproveitar a vida novamente. Ela merece, ainda mais depois daquele marido (agora ex) troglodita e machista.
Dar uns amassos escondidinhos no quartinho do hospital fará bem ao recém-formado casal.
