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Big Love – 5×02 A Seat at the Table

Por: em 25 de janeiro de 2011

Big Love – 5×02 A Seat at the Table

Por: em

Apesar de ter achado um tanto quanto arrastado na primeira meia hora, Big Love apresentou mais um bom episódio. Mas não consigo parar de me perguntar: quão fundo é o poço em que os Henrickson estão descendo?

Há cada episódio vemos Bill e as esposas afundando mais no buraco que eles mesmos cavaram. Eles mesmos não…Bill. Claro que elas foram condescendentes, mas é o patriarca, que com seus ideais por vezes irreais, trouxe a família em um caminho de tristeza até o ponto onde nos encontramos. Bill tem seu lado egoísta. Já agiu sem pensar, mas não consigo entender de onde vem tanta autoconfiança. Ele sempre acha que está fazendo tudo para o bem de todos e cai de cara. O que foi a tentativa da rede de segurança para as comunidades polígamas que vimos nesse episódio? A bagunça que foi aquela reunião só realça que, por vezes, Bil trabalha rápido demais sem pensar no que pode acontecer. Alby, representantes dos Greene e Nicki…só isso já seria motivo de muita briga, mas Bill trouxe diversos representantes, não só mórmons fundamentalistas, mas de outras comunidades e religiões, assim como políticos, para discutir um assunto polêmico e que geraria discussões óbvias. Como ele quer tentar unir as comunidades polígamas e mostrar para a sociedade que eles são boas pessoas quando conhece a verdadeira natureza de pelo menos a comunidade em que cresceu? Juniper Creek é suja por dentro. Todo o esquema do Livro dos Prazeres com as garotas sendo selecionadas, como Nicki foi; e a forma como Roman e agora Alby comandam o lugar não pode ser ignorados por Bill. A reforma precisa ser feita primeiro em Juniper Creek e em outras comunidades cheias de problemas. Quando um local que fez experimentos de gravidez bizarros como os de J.J. pode-se transformar, do nada, em algo saudável para crianças serem criadas e educadas?

Tanto fez, tanto incomodou, mentiu e provocou, que agora os praticantes do casamento pluralista, caso a nova legislação seja aceita, serão caçados em uma nova era de caça as bruxas como bem disse Alby. A poligamia poderá causar o impeachment de Bill e a prática pode voltar a ser vista como crime de segundo grau. O interessante é notar que Alby pareceu adorar a confusão que criou, afinal a reunião só deu errada devido as suas interrupções e discussões com a própria irmã. Tudo isso será a jornada de Bill até a series finale. Não quero que tudo acabe perfeitamente bem, com a família e a poligamia sendo aceita por todo o mundo, afinal, a série acabaria afundando na ficção, algo irreal que não aconteceria. O que espero mesmo é que Bill resolva logo seus problemas na política e que foque e se concentre em estabilizar sua casa. Suas esposas estão mais perdidas que nunca, e como nunca, está sendo tão prazeroso acompanhar os passos de Barb, Nicki e Margie.

Um dos maiores focos no episódio foi de Barb. Achei um tanto quando desgastante focarem tanto nos problemas de Sunstone e na tal de Betty Ford, plots irrelevantes e que tiveram uma atenção não necessária. Mas foi ótimo ver Ellen Burstyn novamente. A atriz dá show em todas as cenas e seu relacionamento com a filha não poderia estar pior. Já não basta ser abandonada assim pela mãe depois das escolhas que fez na vida e de estar sendo seguida e com olhares curiosos o tempo todo, Barb precisa lutar dentro de casa. Mesmo assim, a personagem levantou algo interessante nesse episódio. O fato de que, nessas religiões, só o homem tem certos poderes. Barb dar a bênção para Margie foi um ato horrível na visão de Nicki, Bill e até de sua mãe. Por que só os homens são capazes disso? Por que só eles tem o merecimento divino de dar bênçãos? São assuntos polêmicos que nesse caso causam preconceito a mulher e adoro o fato de que Barb seja a pessoa que comece a questionar a validade disso. Ela, apenas com a crença em algo maior, é menos do que Bill, Alby, Roman? A gente sabe a resposta disso, então acho muito bom a série aprofundar esses questionamentos.

Nicki é daquelas personagens que precisa passar anos em tratamento psicológico para dar um jeito. Ela é extremamente traumatizada pela infância que teve em Juniper Creek, como bem disse Margie. Sua vida foi complicada. Ser colocada em um Livro dos Prazeres, ser forçada a casar com um homem mais velho e mentalmente instável e só o fato de crescer vivendo em um ambiente como aquele já é material suficiente para viver uma vida cheia de medos. O bom é que ela mesma vem questionando suas crenças, mas mesmo assim não deixa de ser aquela boa e velha Nicki que se mete em tudo, adora apontar os defeitos dos outros e ainda contar uma boa fofoca sobre a vida de suas irmãs-esposas. A forma que ela agiu na loja da família e as coisas que disse para Barb foram imperdoáveis. Nicki não sabe quando parar e nem mede as palavras. Mas a cena final do episódio foi muito bonita. Imagino o quanto foi difícil para Nicki pedir desculpas, pois isso não é de seu feitio. Muito mais admitir que é “quebrada” por dentro e que não deseja que Cara Lynn seja como ela e sim como Barb. A cena das duas dançando terminou o episódio muito bem. Só espero mesmo que Nicki mude a partir de agora. Claro que não quero que ela deixe de ser quem é, mas falo sobre o assunto a sua filha. Que deixe Cara Lynn fazer suas escolhas, aproveitar a vida. A garota segue os passos de Sarah, que nunca foi fã da forma de vida da família. E quanto mais Nicki pressionar, mas radicais serão os atos de Cara Lynn.

Margie foi outro ponto forte do episódio. Sinto pena dela. Está completamente sozinha e perdida. Tinha Ana como amiga, mas Bill a despachou para a Sérvia com Doran. O legal nessa história toda foi Bill permitindo Margie cortas os laços que a liga com a família. Não sei o que acontecerá e não consigo imaginar a família Henrickson sem Margie, então espero que ela não se separe apenas para voltar no fim da série para os braços da família. Pela cena final de Margie, olhando Bill dar banho em Nell, diria que ela continua na família, mas a gente nunca sabe o que se passa na cabeça dela. Preciso ressaltar a cena em que ela visita a casa em que morou com a mãe e que agora está demolida. Ginnifer Goodwin deu show somente com expressões e a trilha sonora de Big Love mais uma vez ajudou a transformar completamente uma cena. Sobre Ana, sempre adorei a personagem, mas nesse episódio em questão, só o fato dela mandar Margie largar tudo, me fez sentir muita raiva. Quem é ela para falar isso? Não ficou nem uma semana casada com Bill e só porque sua experiência com a família não foi válida não quer dizer que a de Margie não é, mesmo que todos esses problemas estejam acontecendo agora.

No mais tivemos ótimos retornos e bizarros. Lois é fantástica. Grace Zabriskie é um dos alívios cômicos da série. Tudo que acontece de ruim em sua vida ela coloca a culpa em Frank. Até o galho que caiu na casa. Só não entendi sua última aparição no episódio. Ela está morando com os Henrickson agora ou foi apenas uma visita para Barb? E o que ela quis dizer com ter notícias? Fiquei muito curioso quanto a isso. Além de Lois, Adaleen teve mais tempo em cena. Bizarra a cena em que ela deita na cama ao lado de uma foto de Roman e as roupas que ele usava. Já sabemos que ela nunca bateu bem da cabeça, mas depois do assassinato de J.J. e dessas novas atitudes, ela começa a me assustar. Não sei se ela chegará a ter o bebê e se tiver, ele nasça com problemas, mas também não é uma história muito importante agora para o fim da série.

Não consigo nem imaginar o que aguarda a família Henrickson, mas não poderia estar mais ansioso para o próximo episódio.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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