A segunda metade da última temporada de Breaking Bad começa nos bombardeando com um flashfoward onde vemos Walter dirigindo um carro velho, com metralhadoras no porta-malas, entrando em sua velha casa, que parece abandonada há um bom tempo. Quando Walter entra, vemos na parede a pichação “HEISENBERG” o que nos sugere ainda mais que a verdade sobre o professor de química foi descoberta. Ao que a cena passa, descobrimos o verdadeiro motivo de Walter ir até sua casa abandonada. Num lugar
muito especial e secreto, ele resgata a famosa ricina e sai, sem ao menos se incomodar com quem é ao se olhar no espelho. Numa cena com direito a vizinha de cabelo branco ao ver o rosto do velho amigo, podemos tirar dezenas de conclusões precipitadas sobre a series finale.
Depois disso, o episódio segue exatamente onde parou ano passado e Hank finalmente toma consciência de quem o cunhado realmente é. Sem se precipitar, vai atrás de provas e explicações que o digam se o que ele vê é apenas coincidência ou se finalmente tudo faz sentido.
Jesse que está cada vez mais no fundo do poço, se vê totalmente sem futuro, numa casa sem propósito, com amigos inúteis que não enchergam a situação em que está vivendo. Assim, acredita que a única forma de se sentir vivo, ou mesmo fazer a diferença, seja doando todo o seu dinheiro (cinco milhões, para ser exata), para quem ele acredita ter causado mal. Quando vai até Saul para o ajudar com a questão, o advogado imediatamente liga para Walter, que percebe que a sanidade é passado na vida do rapaz. Ainda assim, Walter tenta convencer Jesse de que ele merece aquele dinheiro e da forma mais dissimulada possível afirmando repetidamente o quão Jesse tem que acreditar que Mike está vivo por aí, que ele não é sua preocupação ou dor de cabeça. Descaradamente, Walter insiste que aquele não é de fato blood money, mas algo que é dele por mérito.
Vemos essa insanidade de Jesse ainda mais evidente quando além de doar um maço de dinheiro para um mendigo, ele sai pela vizinhança jogando mais do mesmo em todas as casas, como se fossem meros jornais. Nessa cena, senti claro o como Jesse e Walter se tornaram completamente opostos, onde o primeiro não consegue aguentar a realidade em que vive, e se entrega a uma vida sem nada, enquanto o segundo vai se tornando cada vez mais ganancioso, egocêntrico e dissimulado. Nesse momento é inevitável voltarmos às primeiras temporadas, onde Jesse apenas queria uma vida de festas e curtição, jamais se importando se o que ele fazia era ilegal ou não. Nesse meio, surge a dúvida sobre o futuro do personagem, ele terá ou não uma chance para verdadeiramente se redimir de tudo o que fez?
No meio de tudo isso, durante o jantar da casa do White, descobrimos que o câncer de Walter voltou, o que só pode trazer recaídas nas horas menos oportunas, pois como vemos no flashfoward no início do episódio, meses se passam e vemos Walter vivo como ninguém.
Na cena final não restam dúvidas a Hank. Quando Walter chega como quem não quer nada, por um momento pensei que aquele não seria o momento da verdade entre os dois, mas Walter não aguenta e tem que usar de todo o seu ego e ousadia para perguntar ao cunhado sobre o rastreador em seu carro. E é aí que Hank tem certeza. É esse o momento que esperamos por tanto tempo. A ira toma conta de seu corpo e Hank expressa todo o seu ódio contra o cunhado dando-lhe um soco na cara, que faz Walter cair no chão e por um momento fingir não saber o que está acontecendo. Desacreditado, Hank afirma que não sabe mais quem o amigo é a medida que Walter apenas o responde com a réplica: “Se você não sabe quem eu sou, talvez o melhor caminho seja pisar lentamente.” Algo como: “Se você não me conhece, é melhor tomar cuidado.”
PS: Alguém afim de dar uma força para Badger e ajudá-lo com seu roteiro de Star Trek?
PS²: Alguma idéia do que Walter pretende fazer com ricina quando ele tem metralhadoras a sua disposição?
Até semana que vem.
