Brothers & Sisters tem uma tarefa árdua pela frente. A temporada mal começou e o ano já está quase acabando, o que normalmente não significaria nada mas dessa vez a história é diferente. Gosto muito dos Walkers e suas histórias mas sei que eles são beneficiados por um “detalhesinho” básico: a falta de concorrência. Pense em todas as séries americanas do momento, existe alguma voltada para o mesmo público de Brothers & Sisters? Alguma série que fale de uma família e tenha os valores familiares como seu cerne? Pois em janeiro os Walkers ganham concorrência. Seu nome? Parenthood.
Mas, se nos dois primeiros episódios, Norah, Kitty, Kevin, Justin e Saul pareciam ter realmente com o que se preocupar, em Almost normal fica a certeza de que se Brothers & Sisters tiver que lutar pelo seu público, o fará com unhas e dentes. A Família Walker voltou com tudo nesse terceiro episódio, mesmo que ainda completamente desfalcada!
Nunca me pareceu tão vazia como hoje a sala de estar da sede dos Walker. Posso não adorar Tommy, mas ele, Julia e Elizabeth fazem muita falta; mas não tanto quanto Sarah e seus dois pimpolhos… Paige a essa altura já deve estar uma adolescente! Ok, é um exagero, a vimos no final da temporada passada. A verdade é que eu não gostaria de ter que passar nem mais um episódio sem todos reunidos, até mesmo o Tommy!
E eu entendo que a Ojai Foods é parte essencial de todo o enredo da série, mas esse não é o momento ideal pra vermos surgir mais um imbróglio na empresa, principalmente envolvendo o pentelho do Ryan. Afinal, ele pode não ter aparecido nesse episódio (êba!), mas sejamos realistas… Com o andamento dessa nova trama é claro que Ryan vai aparecer cada vez mais e mais, até ir embora de vez ou se converter para o “lado bom” da força. O único ponto positivo dessa enrolação toda é vermos Holly no ambiente em que ela melhor frequenta e o único que realmente domina. Justiça seja feita, Holly Harper sabe ser uma boa bisca quando quer, mas tem merecido a posição que hoje ocupa na Ojai.
Mas o principal assunto de hoje, sem dúvida, foi o câncer de Kitty. Embora o episódio passado tenha recebido o nome de Breaking the news, só nesse toda famílias ficou sabendo da doença. Podemos ver a reação de cada um dos Walkers, infelizmente, reduzidos a tão poucos. O mais devastado, na ausência (e talvez na presença) de Sarah, claro, foi Kevin.
O mais humano dos irmãos sempre idolatrou Kitty como mulher e profissional, era de se esperar que um buraco se abrisse aos seus pés quando soubesse da doença da irmã. E como a vida (e as séries) são irônicas, foi quando Scotty percebeu que estava pronto para ter um filho, afinal não existe um momento perfeito, que eKevin teve que voltar atrás na sua decisão. Lidar com o trabalho e um bebê ao mesmo tempo é uma coisa… Mas conjugar isso à sobrevivência a um câncer seria demais. E eu digo sobreviver, porque a uma doença como essa não é só o paciente que sobrevive, mas também as pessoas que mais a amam.
Já o casamento de Justin e Rebecca, como bem observou Kitty, tinha que continuar. Quer melhor desculpa pra todos terem o que fazer, terem com o que ocupar suas cabeças e, eventualmente, ainda celebrar do que um casamento?
E sobre o novo plot de Justin, agora na faculdade de medicina, embora não tenha tido nada contra, também não acho que valha comentários… Até porquê a única coisa interessante que poderia ser dita vimos na própria série: a comparação do colega de Justin a Doogie Howser.
Acho que a série conseguiu me emocionar, até hoje, apenas uma vez. Repito, até hoje. Não sou fã do trabalho de Calista Flochhart como Kitty, mas hoje ela estava em um dos seus melhores dias, e confesso que fiquei tocada ao vê-la cercada pela família e com aquele seu olhar melancólico no final do episódio.
E se eu achava que o episódio tinha ido bem até então, mal podia imaginar o que viria a seguir! Acho que fiquei quase tão feliz quanto Kitty ao ter Sarah de volta. Revê-la foi essencial para tornar aquele momento mágico e esse episódio memorável. Sempre soube o quanto Rachel Griffiths era essencial a série, mas a dimensão da sua importância só ficou clara nesses dois últimos episódios com sua tão sentida ausência.
Eu não sabia quando a licença maternidade de Griffiths terminaria, mas era inconcebível que Sarah não retornasse logo frente ao câncer de Kitty. Muito provavelmente essa cena do seu retorno foi gravada antes mesmo dela se ausentar para ter seu filho. Repararam no lenço enorme cobrindo o colo e a barriga?
Sarah e sua família retornam de vez no próximo episódio: From France with Love (Da França, com amor). Por hoje, estou feliz e satisfeita com o melhor episódio da temporada até aqui.
