Para quem gostou desses dois últimos episódios de Brothers & Sisters, um aviso: sinto muito, mas continuo decepcionada com a série. Admito que as coisas deram uma melhorada mas, infelizmente, no geral, a série continua muito aquém do que já foi um dia.
Pra quem acha que a série está se recuperando, só me resta questionar… Será mesmo? Você se diverte como nas primeiras temporadas? Se emociona? Aguarda ansioso pelo destino dos Walker? Eu não. E, pior, já fui pega por Parenthood, que embora não seja a oitava maravilha do mundo moderno, tem muito do charme e do clima que Brothers & Sisters já teve um dia.
Mas chega de reclamações, que tal olharmos o lado positivo desses dois episódios? Rebecca e Justin estão, enfim, voltando aos trilhos. Era impossível que a ex-futura mamãe superasse o aborto tão rápido e foi verdadeira a forma como ela se isolou, buscando conforto num hobby do passado, quando tudo era mais simples. Só espero que depois desse acerto de contas entre o casal o foco não volte a ser de Justin e a medicina. Ainda não vi um comentário a favor da investida de Justin na área médica e embora ache interessante a idéia de um Walker médico, também não estava gostando de todo aquele tempo gasto naquela faculdade. De qualquer forma, será que o casal se entendeu mesmo? Por hora, fico feliz que a série não tenha caído no bom e velho clichê do casal jovem que perde o filho no começo da gestação e acaba se separando. O amor dos dois é infinitamente maior do que isso.
Já o amor de Sarah e Luc… Ok, já entendi. O francês chegou pra ficar e eu vou ter que me acostumar com isso. Claro que Sarah não deixaria o seu homem se casar com outra, por mais prático que pudesse ser, é de casamento que estamos falando! E Sarah, embora não seja a última romântica, também não é tão cuca fresca a ponto de não se importar em ver o namorado casado (e pior, morando!) com outra. E a cena no cartório, hein? Me senti assistindo uma série de comédia com a confusão de Kitty e sua suposta arma na entrada no fórum. E não digo isso no bom sentido.
Tenho dó é da Marguerite Moreau, intérprete da empresária de Luc, que pelo visto não consegue um papel fixo em nenhuma série. Basta dar uma olhada no IMDb para notar que a moça tem uma lista nada invejável de pontas e personagens secundários.
Nos bastidores da política republicana cor-de-rosa, tivemos o triste adeus a Buffy. É sério que ela não volta mais? A desbocada assessora foi a melhor adição à série em meses e é desoladora a possibilidade de não vê-la mais no elenco. Com quem Kitty vai discutir? Ainda mais agora que (será que, a essa altura, isso ainda dá pra ser considerado spoiler?) sabemos que Rob Lowe, também conhecido como Robert McCallister, deve dar adeus a B&S ainda no final dessa temporada. Por hora, é tempo de despedida para Kevin e Robert que, enfim, seguem caminhos separados. Foi bonita a despedida dos dois e, embora ligeiramente estereotipado, gostei da forma que trataram os dois, como um casal.
A história de Dennis York e a Ojai Foods só se desenvolveu mesmo no 4×17 e não se pode dizer que tenha sido exatamente positivo. Teve suas vantagens, claro, revemos Tommy. Não morro de amores pelo personagem mas gosto de vê-lo assim, em doses homeopáticas. Até porque, no marasmo que as coisas andam, é bom trazer de volta um personagem com a personalidade intempestiva como a de Tommy.
Fico imaginando qual será a quantidade final de podres de William Walker que virão à tona até o final de Brothers & Sisters. Porque é simplesmente incrível que um cara que já morreu há quatro anos continue causando essa quantidade de estragos na vida da família como William causa! Que o cara era um péssimo marido a gente já sabia, e até duvidamos da sua capacidade para os negócios… Mas o que terá o falecido feito a ponto de Nora ter que se descabelar e convencer seus filhos a venderem suas ações da Ojai? E Nora, só uma dica pra você e pro Saul, pra dá próxima vez que precisarem saber o resto de uma música, eu lhes apresento, o Google.
Mas, enquanto Tommy e a Ojai devem protagonizar o próximo episódio, Freeluc.com foi mesmo sobre Luc e toda sua problemática com o falível sistema de imigração norte-americano. Que eles não querem pessoas de nenhuma outra nacionalidade por lá a gente já está cansado de saber, mas é sempre estranho a forma irracional como eles se portam frente a qualquer estrangeiro, pobre ou rico, europeu ou sul-americano. Claro, com mexicanos e afins as leis devem ser bem mais rígidas, mas não parece ser fácil ser bem-vindo nos Estados Unidos, seja você de qual país for. Se eu acreditasse em teorias de conspiração, com certeza já teria apostado todas as minhas fichas na possibilidade dos republicanos patrocinarem a série na tentativa de limpar sua barra em diversas questões fundamentais. Me parece bastante irreal que Kitty McCallister apóie tantas questões abertamente execradas pelos republicanos, como facilmente pudemos ver nas últimas eleições presidenciais, através das barbaridades saídas das bocas do Senador McCain e sua vice, Sarah Palin. Mas esse não é um blog com intenções políticas, então deixemos esse assunto pra lá.
E, é claro, a equação “estrangeiro + problemas com o visto + irmã candidata pelo partido republicano” só poderia dar no que deu. Sarah acabou sendo chamada de cougar (em português, algo como “papa anjo”) e extravasando com a imprensa. E a doida da Kitty ainda teve coragem de culpar Sarah! Claro, no final ela voltou atrás, mas ela acha o quê? Que a vida da sua família inteira deve se voltar completamente para sua inabalável e irreparável campanha? Faça-me o favor. Mas entre mortos e feridos salvaram-se todos. Kitty vai ter que se acostumar com mais esse desvio na sua trajetória, Kevin vai ter que arrumar uma nova inspiração para o trabalho, e nós teremos que aturar o sem graça do Luc.
Uma coisa é certa, Brothers & Sisters vai mal das pernas e a ABC, emissora responsável pela série nos EUA, simplesmente não ajuda. O episódio 4×16 foi ao ar no dia 28/02, o 4×17 no dia 14/03 e agora ainda não há previsão para exibição do 4×18. Ou seja, as coisas já na andam muito bem em Pasadena, e eles ainda ficam enrolando, alternando episódios com semanas de pausa? Segura os inéditos e solta tudo de vez, ABC! Assim, quem sabe, as coisas não pegam no tranco?
