Antes de falar sobre a nova temporada, gostaria de me situar emocionalmente quanto ao episódio que encerrou a anterior. Assim que iniciou me solidarizei totalmente com Castle e sua reação ao romance de Beckett, porém quando terminou estava pronta para fazer um boneco vodu para ele! Foi com este estado emocional que assisti ao primeiro episódio da nova temporada.
A primeira cena me fez repensar estes sentimentos. Castle com uma arma, apontado para Beckett? E vice-versa? Que loucura é esta? Percebem que Castle estava com uma ARMA? Nunca o vi atirar, aliás mal sabe segurar a arma. Fiquei muito curiosa, confesso. Então, voltamos três dias no tempo. Adoro este tipo de recurso, pois sempre nos surpreende.
Logo percebemos o quanto sentem a falta de Castle, que deu um tempo no verão e não deixou claro se retornaria. Beckett ainda com o olhar melancólico, e a raiva do meu escritor favorito retorna. Ryan e Esposito tentando amenizar, mas falta um elemento na equipe. Isto se torna ainda mais evidente quando recebem uma ligação, algo que deve ser corrriqueiro numa delegacia, mas que gerou expectativa quanto a quem estava no outro lado. Mais um assassinato, droga!
No local do assassinato, além de pistas, descobrem que Castle retornou a cidade e concluiu o livro. A vitima é uma professora e enquanto interrogam o namorado dela, são direcionados a outro endereço encontrado com a vitima. É ai que temos a grande surpresa da noite: Castle no local, com uma arma e um corpo. Deste conjunto, o elemento mais surpreendente é a arma, já que estamos acostumados com o restante. Agora, de parte da equipe, ele passa a suspeito.
É divertido ver o comportamento dos detetives e do chefe em relação à prisão, algo tipo um “prazer sádico” pessoal. Após ser libertado, com Beckett o mandando para casa e a óbvia “gelada” da dupla dinâmica, Ryan e Esposito, Castle volta abatido para casa e encontra sua mãe e sua filha, que por sinal está magoada com o intercambista que conheceu no verão. Aqui temos uma cena ótima, com Castle defendendo o garoto! Isto mesmo, ao invés de comemorar que a coisa terminou, ele DEFENDE o garoto, nitidamente numa inversão de papéis.
Obviamente os caminhos de Castle cruzam novamente com a investigação, não por acidente, que a esta altura já conta com duas vitimas. Aos poucos ele vai quebrando a resistência da equipe, até que uma aposta com Beckett o recoloca em ação. O prêmio da aposta, caso ganhe, é o retorno oficial ao trabalho na delegacia. Há uma tensão entre ele e a detetive que dá para cortar com facão, de tão intensa. Aos poucos a rotina antiga de completarem o raciocínio vai voltando, culminando com a dedução quase orgástica de quem é o assassino.
Foi um bom episódio, não um excelente, mas foi satisfatório. Não gosto de usar esta classificação, mas não tem como ser diferente.Eu gosto da formula do seriado, mesmo que ela seja previsível em grande parte do tempo, entretanto o elemento que faz com que seja uma das minha séries favoritas está lá: a química perfeita entre o elenco, que faz com que o humor permeie todos os momentos, mesmo os mais tensos.
E, obviamente, temos vários destaques neste episódio: a interação de Esposito e Ryan sempre merece destaque, eles são perfeitos juntos; a chapinha imperou no episódio, Beckett e Lane abusaram, mas confesso que gosto demais dos cachos da legista e não aprovei o uso nela; outro relacionamento que destaco é o de Castle e sua filha e sua interessante inversão de papéis; uma cena impagável foi Castle no show burlesco, ele estava ótimo e muito divertido; e para finalizar os destaques positivos, tenho que dizer o quão previsível foi Beckett deixá-lo ganhar a aposta, mas não menos divertida a forma para explicar seu retorno a delegacia. Tem um destaque negativo, pelo menos na minha visão da série, que foi Castle utilizar uma arma, justamente pela sua posição de observador no time. O escritor sempre achou que deveria ter uma arma e sempre foi-lhe negado isto, não acho que esta posição deveria mudar e espero que não se torne recorrente na série.
