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Criminal Minds – 4×14 Cold Comfort

Por: em 15 de fevereiro de 2009

Criminal Minds – 4×14 Cold Comfort

Por: em

“Para aqueles que crêem, nenhuma prova é necessária, para os que não crêem, nenhuma prova é possível” – Stuart Chase

Essa é a citação do final do episódio que tem como pano de fundo no que acreditar, ter falsas esperanças, ou acreditar na razão?

No episódio dessa semana, quatro mulheres estavam desaparecidas, quando o detetive da cidade acha o corpo da primeira delas, e chama a equipe do FBI. A mãe da última mulher raptada, Brooke Lombardine, contratou um vidente para saber como a filha está, e, de cara o agente Rossi não gosta da ideia, e já intimida o cara, falando “é, você não é o meu primeiro”. JJ está com Rossi na casa da mãe junto com o vidente, e a mãe, Sandra, se fecha para a equipe da BAU por causa disso, afinal, o vidente lhe dá alguma esperança, e o agente Rossi diz que não deve acreditar nele.

Rapidamente a equipe percebe que está procurando um necrófilo, pois os corpos encontrados são violados depois de mortos e embalsamados. Toda a equipe vai a cemitérios e funerárias para procurar possíveis suspeitos, acham pessoas muito estranhas, mas ninguém que se encaixasse no perfil, até vão à casa de um possível suspeito, mas apesar de ser um necrófilo e de vestir as vítimas com uma peruca, ele não tem dinheiro como o perfil feito diz que o assassino teria.
Mas é esse suspeito que dá a dica para a equipe chegar ao assassino, falando que a maioria dos necrófilos tem um fetiche pelos objetos, e já que o assassino sequestra e mantêm o corpo por um tempo, estes objetos seriam para transformar a vítima na pessoa de desejo. A equipe percebe que além dessa transformação física (a BAU já tinha percebido que ele cortava, furava as orelhas, cortava o cabelo vestia roupas diferentes na vítima) o assassino também fazia uma lavagem cerebral, para ter uma “transformação” completa.

Nós vemos ele fazendo tudo isso com a Brooke, e não sei como ela resistiu, sendo prisioneira de alguém provavelmente a vítima obedece o que lhe é falado, na crença de que se fizer tudo que ele quer, talvez a liberte. Mas a Brooke resiste no início, mesmo sendo constantemente dopada. O assassino, Robert Gless, foi praticamente criado pela babá, Abbi, que morreu quando ele tinha nove anos e os pais estavam viajando. Robert ficou abraçado com o corpo durante dois ou três dias, isso despertou esse desejo necrófilo.

É claro que a equipe consegue salvar a Brooke no último segundo, mas até que isso acontecesse percebemos algumas coisas:

A JJ esteve bem presente no caso, coisa que não acontece sempre. A sua volta nos fez ver o quanto é importante, apesar de muitos fãs de Criminal Minds não gostarem dela, a sua substituição pela agente Todd mostra que ela é muito melhor. Cumpre bem o seu papel e se encaixa na equipe. Mas agora, depois do nascimento do seu filho, eu acho que está mais inclinada a se simpatizar com as vítimas e quer ter esperanças, mesmo que falsas. JJ quase fez todo o caso desandar, se não fosse pela boa liderança do agente Hotch, que soube ver e confiar na razão, não nas falsas esperanças que o vidente deu. Muito vagas por sinal.

O agente Rossi nesse episódio foi muito negligente ao lidar com a mãe e com o vidente da forma como fez, desacreditando-o de uma maneira muito egoísta e tirando totalmente as esperanças da mãe. Tá certo que o vidente estava atrapalhando, e que o “serviço” dele não é confiável, mas naquela hora ele era a esperança que uma mãe precisa para continuar buscando por sua filha, não de uma estatística que diz que as vítimas morrem nas primeiras 36 horas após o rapto. Durante o episódio sabemos que este vidente “não é o primeiro” que aparece em investigações com o Rossi, mas não fica claro onde foi esse trabalho e porque o Dave refutou essa ideia desde o inicio. Quando ele conta pra JJ que perdeu um garoto por causa disso, por causa de uma investigação conduzida errada baseando em informações de um vidente, eu achei pouco. Achei que era pouco para ele agir do jeito que agiu, achei que seria um problema pessoal, e teria sido melhor, humanizando mais o agente.

Hotch como sempre agiu como o líder que ele é, baseando só na razão, sem se deixar levar por sentimentos, ou dicas de videntes como a JJ e o detetive fizeram. Não sei como ele consegue, mas mesmo em episódios que envolviam agentes em perigo, ou a sua família, conseguiu manter a linha de raciocínio e só fazer o seu papel de investigador, não de amigo, pai ou marido…

Uma coisa que faltou foi a maior participação dos agentes Morgan, Prentiss e Garcia, eles apareceram só no início do episódio, quando ainda estavam no quântico. Garcia lendo o horóscopo com o Kevin foi ótimo, é sempre muito engraçado quando ele aparece, eles formam um belo casal. Queria que ele aparecesse mais. Quando Garcia pergunta a Reid quando é o aniversário da Prentiss também é uma ótima cena, caracteriza bem como são os personagens. Ele sabe tudo, a hora o dia, o mês, o ano… e a agente Prentiss o silencia, porque ela é muito reservada, sabemos muito pouco dela, ao contrário do Reid, que mesmo sendo estranho, por ser um gênio e não ter uma vida social muito ativa, ele fala mais, se mostra mais, e já teve vários episódios onde seus problemas apareceram muito, quando não eram o centro do episódio.

Reid apareceu só para nos dar a data de aniversário da agente Prentiss (mesmo dia que eu, 12, e não 20 como algumas legendas mostraram), e para descobrir em quem o assassino estava transformando suas vítimas, pois foi ele quem entrevistou o coveiro que contou que um túmulo tinha sido roubado, e as coisas levadas coincidiam com o estado das vítimas descobertas (dois pares de brincos, vestido).

A participação da Cybill Sheperd também foi muito pequena e pouco marcante. Talvez se tivesse interpretado o papel da mãe da vítima acho que teria sido mais interessante. No episódio ela é a mãe do assassino, e está numa relação em que é a esposa dominante, agindo por conta própria, e fica claro que o marido não gosta das suas ações, por exemplo, quando ela dá a foto do menino ainda novo com a babá. Parece que o pai queria guardar a foto, ele se sente culpado por não ter sido um pai melhor, e precisa a todo custo manter alguma relação com o filho. Tanto é que ele manda dinheiro para o filho sem a mãe saber. Ela provavelmente não aceitaria, assim como não fica em dúvida se o filho é culpado.

Agora se esse vidente entrou para balançar a crença das pessoas, ele fez muito pouco, só conseguiu mexer com a JJ, que acreditou muito nele e correu para ele quando achou que estava sem opções, e o Rossi, com o efeito contrário, acreditando que só a lógica é válida. O vidente em certo momento discute com o Rossi, falando que deviam conversar sobre o trabalho da BAU, porque muita gente também não acredita no que eles fazem, e isso é verdade. A sua dica final, que a Brooke estava sendo mantida perto de água e perto de um rochedo. Rossi diz, “que vidente esse cara é” e então Hotch desvenda uma janela e mostra um cartaz que aparece um rochedo perto de um mar. O que quiseram dizer com isso, que o vidente viu o cartaz? não achei bom não. Continuo achando que a participação dele foi bem fraquinha.

Quando Brooke é resgatada e é chamada pelo nome, ela fica confusa, e Hotch precisa dizer a Sandra, sua mãe, que ela irá ficar bem, é claro que ela está confuso, depois de passar por tanta coisa. A lavagem cerebral funcionou não é? Acho que só não funcionou pra mim. O episódio não foi equilibrado, e nem foi bem aproveitado. Eu daria uma nota  6.

Na próxima semana:

Zoe’s reprise – A equipe procura um serial killer que copia o estilo de vários outros assassinos famosos.


Camila

Mineira, designer, professora que gosta tanto de séries que as utiliza como material didático.

Belo Horizonte/MG

Série Favorita: Fringe

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

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