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Criminal Minds 6×08 – Reflections of desire

Por: em 12 de novembro de 2010

Criminal Minds 6×08 – Reflections of desire

Por: em

Este já é um dos meus episódios favoritos da série. O que dizer de um episódio com clima tão noir? Que mistura realidade e ficção, imaginação, glamour, terror e desespero? Criminal Minds desta semana se superou no roteiro e na produção. Apesar de sempre tratar de crimes brutos, esse episódio não me deixou nem um pouco angustiada, nem quando mostravam as vítimas. De fato havia horas que me sentia vendo um filme antigo, daqueles que fazem suspirar.

Parte dessa sensação foi por causa do cenário. Não precisaram de muita coisa, de grandes espaços ou paisagens lindas. Não precisaram nem mudar a cidade sede da série, o caso investigado foi em Washington, DC. Mas a maior parte do episódio foi dentro de uma casa, saída diretamente de um filme dos anos 50. Candelabros, meia luz, contrastes marcantes e sempre um filme ao fundo. Difícil não se deixar levar pelo clima glamuroso.

Mesmo quando Rhett estava na estação de trem, a produção era elegante, sua fala com a menininha era envolvente, ele descrevendo as mulheres pelo seu modo de andar era quase um amante. Ele ansiava esse sentimento, ele alimentava essa ilusão, de um amor. Apesar da sua mãe estar presente, era suprimido pelo desejo e pesar dela por não ter fama. Todo o sentimento carinho e atenção só era possível quando estavam encenando. Como quem escuta uma música no rádio e começa a dançar, Rhett e a mãe atuavam, a qualquer hora, qualquer momento e tantas vezes que passa a confundir uma mente e personalidade frágil.

É como disse a Penelope, em sua peça:

Todos nós temos um lado negro. Alguns optam por abraçá-lo. Alguns não têm escolha. O resto de nós luta.

Não acredito que o Rhett tenha tido algum domínio sobre o seu delírio, que tenha tido alguma chance de sair dessa criação torta sem cicatrizes. Muitas vezes vimos em Criminal Minds suspeitos que não tinham discernimento entre real e imaginário, mas não me lembro de nenhum que tenha esse charme, que encaixasse tão bem nesse clima noir e que me fizesse acreditar tanto que tudo era real, que sua loucura era verdade. Robert Knepper fez um trabalho incrível ali, tiro o chapéu para o ator, mais conhecido por seu papel em Prison Break.

Temos algumas cenas engraçadas, principalmente envolvendo o Dr. Reid, que pela sua memória e inteligência as vezes é inoportuno.  Eu ri quando a Prentiss disse à ele que naquele momento, seu Q.I. tinha ido de 187 à 60. Quando se trata de questões sociais, as vezes ele realmente tem o QI 60.

Além do clima noir, como pode um episódio em que vemos tanto da Penélope ser ruim? Eu adoro aquela garota e acho que deve ser impossível que chegue um dia que eu desgoste de algo que ela faça. Kirsten Vangsness é uma excelente atriz e Penélope Garcia uma excelente personagem.

Começou a temporada dos segredos justamente com a Penélope. Não era um segredo que comprometesse seu trabalho ou algo que influenciasse muita coisa no caso da semana, mas a ajudou a enfrentar uma posição delicada com a mídia, e soube se portar muito bem dentro daquela personagem. Garcia atuando foi uma coisa deliciosa de se ver, com um texto tão marcante que nem tivemos citação no final do episódio.  Apesar dela querer fazer segredo de sua peça, como pode manter algo assim escondido do Morgan? Eles não são incríveis juntos?

E o final foi espetacular, assim como o início. Todo a equipe indo assistir à peça da Garcia é uma forma de assinar em baixo do que eu mais gosto em Criminal Minds, e da razão que eu sempre recomendo esta série, mesmo para pessoas que não gostem de séries policiais. Criminal Minds, além de toda a parte subjetiva dos crimes, tem um fator humano na equipe muito grande. Eles tem um carisma imenso e o carinho e respeito que há entre eles faz com que o time funcione muito bem. Eles não só trabalham juntos, podem não ser melhores amigos, mas cada um coloca o outro acima de tudo, eles se importam. Estarem lá é o que faz a série ser perfeita pra mim.


Camila

Mineira, designer, professora que gosta tanto de séries que as utiliza como material didático.

Belo Horizonte/MG

Série Favorita: Fringe

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

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