Desde a primeira temporada não vou com a cara do Conrad, e depois desse episódio o personagem se tornou ainda mais insuportável ao agir com covardia diante da possibilidade de incriminar uma grande companhia produtora de gás pelos incidentes ocorridos em “Fracked”.
Porém, mesmo sendo parte de um seriado ficcional, as atitudes de Conrad representam a realidade em muitas esferas, já que é comum ver grandes empresas (não idôneas, que fique bem claro) se utilizando de meios escusos para atingir seus objetivos. Um tapa na cara, com luva de pelica.
Voltando ao episódio, confesso que senti uma certa estranheza ao ver em cena a atriz que interpretou Carrie, a estranha. Seu comportamento era tão ambíguo no início que cheguei a ter leves suspeitas sobre ela, assim como antipatizei com sua conduta em alguns momentos, especialmente com a arrogância com que ela se recusou a fornecer detalhes sobre suas investigações.
No entanto, no decorrer da história, percebemos que suas motivações nada mais são do que o desejo de tentar salvar a vida de muitos, já que a sua e a de suas fontes já não poderia ser salva. Em meio à toda concorrência desleal que o episódio aborda, a personagem foi uma das poucas que demonstrou ter coragem para tentar mudar aquela triste situação.
Outros que demonstraram a vontade de mudar foram Catherine e Brass. O policial, inclusive, chegou a discutir com Conrad após a saída dos advogados da companhia de sua sala, fato que culminou em sua decisão de suspender as investigações, o que causou a revolta dos peritos, que estavam dispostos a elucidar os fatos e provar a culpa da companhia.
Do lado dos envolvidos na investigação em campo, merecem destaque as atuações de Nick e Langston. Depois que, como bem lembrou uma leitora, abandonou sua posição de “sabe tudo” e tornou-se mais um dos peritos o personagem evoluiu, tornando-se até, de certa forma, simpático e contribuindo mais com o andamento das investigações, já que potencial intelectual não podemos negar que o personagem tem. Só faltava empregá-lo de forma mais útil.
Apesar de não ter tido participações tão pontuais no episódio, a performance de Greg em campo vem melhorando bastante também. O personagem vem se mostrando uma peça importante à equipe que, após o impacto das saídas de Grisson e Warick está se tornando novamente mais coesa.
Já em relação aos casos, as histórias abordadas em CSI ainda estão longe da complexidade vista em temporadas passadas, mas em relação às duas anteriores podemos dizer que a qualidade dos enredos vem evoluindo, embora ainda sinta falta das múltiplas histórias em um episódio, o que dava um caráter especial à serie. Mas CSI está indo pelo caminho certo. Agora resta esperar que o bom ritmo seja mantido mesmo após o recesso de final de ano que se aproxima.
Até a próxima semana.
Ps: Por ser um episódio com uma temática mais séria, em vários momentos senti um certo “frio na espinha”, mas nada supera a angústia que senti durante a autópsia da primeira vítima e, principalmente, quando o último fazendeiro sacrifica sua vida para mostrar a Langston o que estava acontecendo. Uma bela cena, com uma excelente fotografia e uma alta carga dramática.
