Eu nunca coloquei o Carlos Solis no topo dos meus personagens preferidos de Desperate Housewives e também não tinha nada contra. Fiquei com pena quando ele ficou cego, torci para ele deixar de ser pobre. Talvez porque eu simpatizei muito com os vilões da temporada, eu precisava de alguém para ficar com aquela raivinha, para torcer contra, extravazar. Então os roteiristas colocam o Carlos como a pessoa mais escrota e hipócrita do planeta e ficou fácil ver motivos para deixá-lo no meu limbo de personagens.
Desde o começo eu o critico por ter demitido a funcionária grávida. Eu nunca fui fã de maternidade (não pretendo ter filhos, não acredito em instinto materno e acho que deveria ter um controle de natalidade mais rígido para que não tenhamos casos como o da Lynette, grávida de gêmeos, com uma penca de filhos e quase sem condição de cuidar dos próximos rebentos), mas acho um absurdo as pessoas pensarem que gravidez é doença ou tem preconceito contra mulheres grávidas ou qualquer coisa do tipo.
Fiquei com raiva do Carlos quando ele forçou a Gaby a dar aulas particulares para a Juanita, mesmo que as duas se matassem. Parte da raiva era porque a Gaby é uma das minhas preferidas na série. Mas a outra parte é porque eu não via argumentos fortes para o ensino em casa sendo feito pela mãe, que não tem paciência para isso. Custa contratar um tutor, professor particular, qualquer um que esteja realmente a fim de ensinar a criança?
Agora o Carlos resolveu fazer da vida da Lynette um inferno. Colocá-la naquele cubículo (que me lembrou o escritório da Betty original, da novela colombiana) e mandá-la fazer um relatório trabalhoso de um dia para o outro foi cruel. Espero que a Lynette não ceda aos caprichos do Carlos e meta um belo processo nele.
Mudando de esfera, a preocupação de Fairview é com o estrangulador, que voltou a atacar. O cerco começou a fechar para os Bolen, já que Nick foi o último cliente da cafeteria, Angie começa a pensar em se entregar e o desajustado do Danny (que voltou neste episódio – e bem mais bonito, diga-se de passagem) resolveu que a melhor saída era o suicídio. Descobrimos também que Angie matou uma pessoa (e por isso a família foge) e o nome verdadeiro de Danny.
Susan, hiper preocupada com Julie, acidentalmente descobre o caso de Bree com Karl. A história basicamente serviu para Bree admitir que ama Karl e o esquema dos dois contra Orson andar alguns passos. Por mais que o Lamar Benjamin tenha ido para a prisão (e tenha usado o dentista como escudo), deu dó saber que ele vai voltar por causa dessa tramoia barata. Se é para voltar a ser preso, que tenha algo a ser pago – afinal, a função da prisão é reeducar, mesmo que não seja bem assim que as coisas funcionem -, mas voltar porque foi visitar um “amigo” (mesmo que seja subornado) é um motivo bem idiota.
Katherine precisa de um ombro amigo e resolve desabafar com o pequeno MJ. Não acho que ela tenha feito de propósito – pelo menos não conscientemente -, só que ninguém mais fala com ela. Vide a reunião das garotas para jogar pôquer/conversar sobre o estrangulador. Ela contaria os problemas dela para qualquer um que mostrasse um pouco de preocupação com ela. Como ela vem se tornando uma mulher desequilibrada (como as cenas finais do episódio mostraram. Quem quer se matar mesmo, o faz sem chamar a ambulância antes para socorrê-la), não viu nenhum impedimento em contar certas coisas ao garotinho de seis anos filho de sua rival.
E eu não consegui segurar um riso irônico quando Mike diz para Katherine se manter longe de MJ. Ele anda tão passivo…
