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Desperate Housewives 6×12 – You Gotta Get a Gimmick

Por: em 15 de janeiro de 2010

Desperate Housewives 6×12 – You Gotta Get a Gimmick

Por: em

O que dizer desse episódio? Foi um bom filler, mas eu quero ver os Bolen, hahaha! Filler, para quem não sabe, são episódios que não seguem a trama principal da história e nem a afetam. São tramas paralelas que, no linguajar popular, serve para encher linguiça. Porém, ao contrário do que a nossa expressão diz, nem sempre os fillers são ruins (para a nossa sorte).

Desperate Housewives Susan

E foi isso o que aconteceu. A trama dos Bolen, os “vilões” da temporada, não foi nem mencionada e Katherine sumiu também. Aliás, não sei se é certo chamar os Bolen de vilões, já que eles aparentemente não fizeram nada de mais (o fato do Nick ter tido um relacionamento com a Julie é algo normal – até agora -, vide os inúmeros casos das donas de casa mais queridas da televisão). A Angie matou um cara, mas ainda não foi mostrado se ele tem ligação com algum dos moradores de Wisteria Lane. Então é como se fosse uma família que se meteu em uma enrascada.

Voltando ao episódio e pegando o gancho dos Bolen, estou gostando da trama “adolescente” envolvendo Danny, Julie e Ana. Apesar de ter um pouco de drama (a Ana não é nada confiável, o Danny é o garoto depressivo e a Julie só sabe fazer cara de coitada em 80% do tempo depois do estrangulamento), ela dá uma leveza diferente à série. Ainda acho estranho pensar em Ana e Danny como um casal, porque ele combina mais com a Julie – mesmo com ela rejeitando-o. Mas concordo que ter a Ana só no pé da Gaby seria bem enfadonho e nada como um romance para agitar as coisas.

E o que foi aquele amigo “comediante”? Até eu faço piadas melhor!

Karl morreu e deixou uma lembrança bem peculiar para Susan: o clube de strip tease. O melhor, claro, foi a Susan descobrir que o Mike frequenta o local. A resolução do drama entre Susan e Mike foi até óbvia e não abriu mão das cenas mais clichês em um bar de strip e foi logo tratando de mostrar a boa forma de Teri Hatcher!

Desperate Housewives Bree

A Bree ficou com remorso quando soube da condição do Orson e quer porque quer ajudá-lo. Ai, ai, a nossa tão famigerada culpa cristã! Quando vi que o Orson poderia ficar com a Mrs. McCluskey, achei que seria uma subtrama engraçadinha de um capítulo ver a Bree se desesperando com a situação e como o dentista ia se virar com os velhinhos. Estou ansiosa para ver até quando a ruiva vai aguentar ser feita de gato-e-sapato pelo marido vingativo e como ela vai reagir.

Para variar, as melhores tramas foram dos casais Tom e Lynette e Gaby e Carlos. Começando pelo primeiro casal, naturalmente a Lynette se sente ameaçada quando o Tom se oferece para ficar em seu lugar na empresa durante a licença maternidade. Não acho que seja algo contra o marido; é uma preocupação comum (pelo menos aqui no Brasil) que o substituto possa ser tão bom que “roube” o emprego do efetivo. A desconfiança só aumenta com Tom pensando que a mulher iria ficar em casa quando o bebê nascesse, mas uma conversa resolve.

Isso não deve ser o suficiente para abalar a estrutura familiar dos Scavo, espero. Eles já passaram por tanta coisa e permaneceram unidos e seria uma pena que um dos melhores casais de todos os tempos fosse dissolvido por problemas pontuais. O fato de a Lynette não querer falar sobre o filho morto e o Tom precisar expor o que sente só mostra que os dois estão em fases diferentes do luto e precisam de tempo e respeito no momento.

Desperate Housewives Gaby Carlos

Gaby e Carlos voltaram do hiato com força total. Está sendo delicioso ver como os dois estão em boa sintonia! A melhor frase do episódio veio, mais uma vez, da família Solis. Desta vez, dita por Juanita:

– Eu sou mexicana?

Vivendo em uma vizinhança onde só tem gente WASP (White, Anglo-Saxon and Protestant ou Branco, Anglo-Saxão e Protestante – como fizeram questão de mostrar no episódio) e os pais não cultivaram algumas tradições (diferentemente do que a Gloria faz com o Manny, em Modern Family), é normal que a criança não reconheça os traços dos ancestrais, já que não faz parte da cultura em que ela está.

Isso pode parecer muito besta para nós, brasileiros, acostumados com a miscigenação, mas para os americanos é algo crucial. A gente costuma basear a etnia da pessoa pelo fenótipo (ou seja, pelo o que a pessoa aparenta ser) e por isso, é normal chamar uma pessoa com ascendência indígena de japonês por causa dos olhos puxados (e pelo fato de os japoneses serem o povo com maior número de representantes de olhos puxados por aqui).

Os americanos baseiam-se no genótipo, ou seja, levam em consideração a origem da pessoa. Lá, se você é branquelo como um vampiro, mas tem um ancestral negro mesmo que seja em algum passado muito distante, você é considerado um negro, mesmo que você não seja fisicamente um mulato.

Por isso que, apesar de a frase da Juanita ser simplória, ela diz muito mais do que aparenta e muito mais do que a reação da Gaby contra os mexicanos. Não é uma questão de renegar as origens, mas de sentir que pertence a um lugar mesmo tendo uma aparência diferente. Por isso que ela demonstra ter tanto preconceito contra os mexicanos, ela está reproduzindo frases para se encaixar em um contexto que ela sabe que nunca vai pertencer de fato.

No final, o Carlos acaba falando algo comum para um americano: que quer que as filhas tenham orgulho de suas origens, que começou nos ombros de um homem forte (e poderoso, por assim dizer). É assim que os americanos se vêem e por isso, metem o nariz em brigas onde não são chamados.


Bianca

Feminista interseccional, rata de biblioteca, ativista, ama filmes, séries, cultura pop e BTS. Twitter sempre vai ser a melhor rede social.

São Paulo - SP

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: Lost

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