Desperate Housewives sempre foi uma série feminina, mas o contraponto masculino poderia ser feito por meio do vilão da temporada. No caso, a volta de Paul. Mas nesta semana, todos eles ficaram em segundo (ou até terceiro plano) para que as mulheres da série possam brilhar neste ótimo e sensível episódio. Até mesmo a doidinha da Beth.
A começar pela narração da Mary Alice sobre bolsas. Toda mulher sabe muito bem o tamanho do mundo que pode carregar dentro deste acessório tão essencial e quase nenhum homem compreende os motivos pelos quais carregamos tantas coisas que aparentemente não iremos precisar. Já ouvi dizer que não é a mulher que carrega a bolsa, mas a bolsa que sustenta uma mulher e a frase foi lindamente provada em The Thing That Counts is What’s Inside. Como bem disse a Mary Alice, tudo o que uma mulher carrega na bolsa diz mais sobre ela do que ela pensa.
Desta vez, a minha história preferida não foi a da Lynette, mas a da Gaby. Gaby, Gaby, Gaby! Por mais que a Grace seja parecida com você, não esqueça da Juanita! Todos nós (e o Carlos) sabíamos que com essa história de filhas trocadas, ela seria a primeira a sucumbir a qualquer tentação. Ela mal conheceu a Grace e os favorecimentos já começaram.
Até pensei que a Carmen fosse fazer algo para que a Gaby não se aproximasse tanto da Grace, já que ela demonstrou ser a menos receptiva quanto a conhecer a filha biológica – ou a dividir a filha com a segunda mãe. Mas não, Gaby, não podemos dar uma bolsa Chanel a uma menina quase desconhecida se não somos capazes de fazer o mesmo com quem mora na nossa casa.
O final é que me pegou de jeito. A Gaby ficou um pouco enciumada por ter visto a Carmen carinhosa com a Juanita enquanto ensinava a menina a cozinhar, e da forma como tudo foi encaminhado, pareceu-me que a ex-modelo poderia agir nas costas da Carmen, não para satisfazer as vontades superficiais da Grace, mas para ferir a outra mãe de sua filha. Do jeito que ela é vaidosa, egoísta e mimada, não duvido de nada.
Ao ver os olhares reprovadores das secretárias da escola da Penny, fiquei envergonhada por um dia ter julgado mal as mães (e pais) que cometem esses tipos de deslizes com os filhos. Eu, que sou fã assumida de reality-shows de moda e cotidiano (como Supernanny e o Esquadrão da Moda), fiquei mal ao ver os motivos que levaram a minha personagem preferida na série a cometer tamanho erro.
Não vou arranjar desculpas pelo que a Lynette fez. Foi horrível sair de casa (mesmo por 15 minutos) e atrasar a Penny para a escola, o que forçou a menina a levar a irmã para o colégio. Isso não se faz!
Agora, dei risada com o Tom, em sua única cena. É ótimo que ele tenha se prontificado a ajudar mais em casa, mas a Lynette sabe muito bem que isso duraria por alguns dias somente e ela estaria estressada de novo em pouco tempo. Melhor chamar ajuda!
Confesso que quando vi a Penny se oferecendo para tomar conta da Paige, achei que ela estava com ciúme da irmã mais nova e iria aprontar alguma. Foi uma grande surpresa ver que a mãe é quem virou a irresponsável.
Falando em surpresas, quem pode agitar muito a pacata Wisteria Lane é a doidinha da Beth. O Paul pode ter um planomaquiavélico friamente calculado, mas ela tem aquele olhar de maluco que sempre reconhecemos nas séries. Além disso, ela parece ser um pouco mais impulsiva e quero ver quando ela irá estragar os planos do marido por algum motivo qualquer (coitados dos pimentões!). Nunca confie em mulheres que se apaixonam pela foto de condenados por assassinato.
Não sei muito o que dizer sobre a história da Susan. Nos próximos capítulos, veremos até onde vai a integridade dela e do Mike. Por mim, o Mike poderia sair da série que não faz falta.
A briga entre a Bree e a Renée serviu para três coisas: 1) vermos o medo que a Renée tem de pessoas pequenas; 2) lembrar que a Bree já é avó e; 3) a mensagem final. Desculpe os que ficaram ofendidos, mas essa história da Renée ter medo de anões é tão ridícula e descabida (tanto que nem se importaram em dizer o que causou o trauma) que não tenho outra opção a não ser rir. Bem, a boa interpretação da Vanessa Williams, pulando na cadeira do restaurante e jogando o casaco na cabeça do anão ajudaram bastante.
A mensagem final é linda. Já cansou a imaginação ver duas mulheres brigando por algo tão fútil como a atenção de um homem. A Renée tem toda razão quando diz que muitas pessoas fazem das mulheres mais velhas e solteiras uma piada porque sabem que elas vão atrás do que querem e desejam e não têm medo de arriscar. Esse tipo de preconceito ainda é muito grande e precisa ser combatido.